Pokemon permanece como um fenômeno aparentemente inesgotável
Se você ainda não viu nosso artigo sobre o amado Game Boy, limpem essas remelas e vão lá conferir, seus assopradores de cartuchos. Não vamos dedicar esse artigo inteiro novamente a ele, mas que tal atribuir mais um grau de importância ao console portátil mais famoso de todos? Afinal, ele ajudou a construir o fenômeno do qual vamos falar.
Parece até uma história fantástica de almas gêmeas. No Japão, quando o jovem aficionado por games e coleções Satoshi Tajiri começou a trabalhar no prédio da Nintendo no final dos anos 80, uma grande revolução aconteceu por lá. Ele já tinha uma desenvolvedora própria, a Game Freak, além de ser muito conhecido no mercado de jogos eletrônicos. Observando o Game Boy, suas características e potencialidades, um desejo antigo ressurgiu. Ele passou sua infância inteira andando por florestas para capturar insetos e colecioná-los. Quase na virada da década, quando teve contato com o Game Boy e viu todo o potencial do portátil, seu sonho de transformar o antigo hobby em jogo encontrou campo fértil para acontecer.
Nascia assim, em 1996, os jogos Pokemon para Game Boy. O mundo viu não somente o começo de uma grande febre, mas também o alvorecer de uma franquia cujos games iriam influenciar e invadir outras mídias para sempre. Tendo esse poder de influência dos jogos Pokemon como tema principal, podemos começar a nossa análise pelos primeiros resultados que geraram. Ainda no ano de lançamento, os monstrinhos de bolso ganharam um card game próprio e uma série em mangá, ambos muito bem recebidos. Seguindo o caminho natural do sucesso, o anime chegou em 1997 trazendo as aventuras de Ash e Pikachu, ganhando assim o que faltava para completar de vez a personalidade desse universo.
Aqui no Brasil, o anime veio primeiro, em 1999, seguido quase que instantaneamente pelas fitas Red e Blue do Game Boy. Sucesso de audiência e vendas de bugigangas, William Bonner tinha apenas algumas mechas grisalhas em 1997 quando ouvimos falar de Pokemon pela primeira vez. O Jornal Nacional anunciou um caso em que um episódio foi exibido nos cinemas do Japão e as crianças tiveram convulsões por causa de alguns frames com luzes coloridas (nota do editor: O Soldado Elétrico Polygon, Ep. 38, Temp 1). Essa parte do episódio não foi exibida aqui e, mesmo que fosse, nossa geração foi muito bem vacinada contra-ataques psicodélicos assistindo Teletubbies!
A revolução chamada Stadium!
A revolução chamada Go!
Em 2016 foi provado que as criaturas de Satoshi Tajiri são uma febre para a qual não há cura. Aproveitando o fato de que os celulares já eram plataformas de games mais do que consolidadas e reconhecidas, a marca Pokémon precisava lançar um sucesso mundial para o mobile e eis que surge Pokemon GO. Combinando realidade aumentada e uma mecânica de jogo cheia de novidades, o jogo dava a possibilidade de o jogador ir ao ver o filme do Pelé e encontrar um Charmander debaixo da cadeira do cinema. Essa possibilidade inusitada fez o mundo assistir uma comoção nunca antes vista em relação à franquia.
Passado esse furor nostálgico, sobraram os fiéis de sempre para continuar jogando o GO, assim como qualquer outro título já existente ou que fosse ser lançado. A repercussão e recordes do jogo certamente norteariam os próximos passos da Nintendo. A marca estava prestes a lançar o próximo console, e como sempre apostou em tendências diferentes dos concorrentes. Principalmente nos últimos anos, muitas especulações surgiram.
O Switch surgiu no começo de 2017, sendo um meio termo entre console e portátil, compacto, esbelto e tecnicamente simples. A Nintendo está jogando dados a favor da mobilidade, da praticidade de poder levar seu vídeo game consigo para onde for. Dois títulos Pokemons vieram com a fornada que trouxe o Switch, Let’s Go, Pikachu! e Let’s Go, Eevee!, RPGs com gráficos atuais e muito bem feitos, que traziam os 150 monstros originais. Neles, é possível importar os Pokemons capturados no GO. Isso mostra bem os caminhos que a Nintendo quer traçar com a sua franquia mais rentável.
Uma nova geração de jogos Pokemon acaba de ser lançada, Sword e Shield, dessa vez sem um portátil à vista, cabendo ao Switch assumir o papel de console dos títulos. Ainda que pareça mais do mesmo, a franquia como um todo é inegavelmente poderosa nos games até hoje. Enquanto a base fiel de jogadores mantém o mercado bem agitado e lucrativo, há muito carisma e saudosismo envolto nesse universo. Há um filme do Detetive Pikachu prestes a estrear, baseado em um jogo homônimo lançado em 2016. Se parecia uma ideia muito bizarra, os trailers agradaram demais, e ver os Pokemons em um live-action pela primeira vez elevou as boas expectativas ao máximo. Não há como negar o poder de conquista dessa marca, ainda mais nos jogos eletrônicos, que são um meio de propagação democrático e popular.
Gotta Catch ‘Em All!!!!