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Super Nintendo – Abram alas para o Rei!

O Super Nintendo veio ao mundo cheio de dúvidas – e deixou todas para trás

Abram alas para o rei. O Super Nintendo Entertainment System, carinhosamente apelidado de Super Nintendo, marcou toda uma geração de gamers, quando essa fase de fãs ainda estava sendo formada. O SNES representou uma revolução em vários sentidos e, por isso, deixou seu nome na história. E olha que a missão do console nem era fácil, pra começo de conversa. Quando foi lançado, em 1990, o SNES tinha que atacar em três frentes: passado, presente e futuro. Uma estratégia arriscada, e na época ninguém sabia se o quadradinho cinza ia dar conta do recado.

Do passado, vinha a sombra do NES, seu antecessor. O NES vendeu uma quantidade bizarramente grande de unidades na época: 62 milhões de cópias. Para entender esse número, uma estatística vai melhor: em 1990, ano de lançamento do SNES, seu antecessor estava presente em uma de cada quatro casas norte-americanas, enquanto no Japão era jogado em um terço dos lares. É uma estatística tão cretinamente alta que, para efeitos de comparação, enquanto 30% dos lares ianques tinham um NES, apenas 23% tinham um PC. Era uma barra e tanto para seu sucessor atingir.

Mas os problemas não acabavam por aí. Porque, dado o sucesso do NES, a Nintendo continuou apostando em seu cavalo premiado durante muito tempo, enquanto outras empresas já miravam a próxima geração. A NEC apresentou o TurboGrafx-16 em 1987, enquanto a SEGA lançou o Mega Drive em 1988, arremessando os videogames na geração 16 bits, tornando (em tese) o Nintendinho, apelido carinhoso do NES, obsoleto. A diferença de tecnologia era óbvia, o presente dos games havia chegado – e as concorrentes da Nintendo haviam chegado na frente.

Super Power!

O que também representava um problema para o futuro: chegando quase 3 anos atrasada em relação às suas concorrentes, a Nintendo entrava no geração 16-bits, enquanto seus adversários já pensavam na de 32. Havia um sério risco de quando a Nintendo apresenta-se seu console, este já ser coisa do passado. Como ser um 16-bits digno dos ienes do fã japonês, quando este já guardava seu rico dinheirinho para a próxima geração. A vinda do Super Nintendo foi cercada de expectativas – negativas.

Mas, meu amigo, como estavam errados. A chegada do Super Nintendo foi como a subida da maré: gradual, mas quando se estabeleceu, se tornou irresistível. O Super Nintendo enterrou outros consoles que tentavam competir com ele, faliu a NEC e jogou o TurboGrafx no oblívio, além de dar um ponto final na disputa pela supremacia com a SEGA. Tudo no SNES era imediatamente superior aos dos seus concorrentes, e o público entendeu o motivo da demora.

O Super Nintendo não era apenas tecnologicamente superior – ele conquistou os corações dos jogadores

Lançado como Super Famicom (Family Computer) no Japão em 21 de Novembro de 1990, o console já chamava a atenção pelo design de Masayuki Uemura – o formato do console em si era diferente entre Japão e EUA, mas o do controle era igual. Com base no design do comando da NES, a Nintendo definiu o padrão para controle de videogames com o infalível controle do Super Nintendo. O confortável botão direcional retorna, mas dois botões extra e dois novos “shoulder buttons” – uma estreia nos videogames – duplicam efetivamente o controle do jogador.

Logo na saída, o SNES já mostrava seu poder nos gráficos também. O DSP (Digital Signal Processor) integrado da Super Nintendo efetua cálculos complicados em imagens no jogo num piscar de olhos. Isto é responsável por “Mode 7”, a capacidade de pegar em formas 2D e transformá-las em loucas 3D – permitindo a jogos como Super Mario Kart criar pistas pseudo-3D. No ultrarrápido F-Zero, isto é feito a velocidades que faziam tremer até o mais bravo dos jogadores. Além disso, os Game Paks que contêm o chip Super FX trouxeram finalmente polígonos aceitáveis às telas das TVs num estilo arrebatador. Jogos posteriores como Yoshi’s Island usaram o chip next-gen Super FX 2 para deturpar e dobrar formas de maneira visualmente agradável, mas o que explodiu a cabeça dos jogadores foi mesmo Star Fox, de 1993, que pode ser considerado o primeiro jogo decentemente feito em 3D. O futuro havia chegado, baby, e era o Super Nintendo batendo na porta.

E mesmo que o console fosse ruim, ainda teria rendido maravilhas como essa.

Mas não adianta ter uma bazuca se você não sabe onde fica o gatilho. E a Nintendo estava preparada para usar seu console. Não apenas com lançamentos que marcaram época como os já citados F-Zero e Star Fox, mas também resgatando suas já consolidadas franquias. E foi aqui que a Nintendo se superou – embora personagens como Mario, Link e Samus Aran houvessem sido criados para o NES, foi no Super NES que eles atingiram a glória. Jogos como Super Mario World, The Legend of Zelda: A Link to the Past, Super Metroid e Donkey Kong Country são considerados clássicos absolutos, superiores aos seus originais e mesmo aos títulos que os sucederam já na era dos 32-bits e além, sendo venerados até hoje. Quando se trata estritamente de jogos que marcaram a história dos games, poucos – ou nenhum – console se comparam ao Super Nintendo. Embora o NES seja o marco inicial do que nós conhecemos como Nintendo hoje, foi o Super NES que fez o mundo entender que Nintendo era sinônimo de diversão.

O Super Nintendo foi um fenômeno que perdurou por mais de uma década, sobrevivendo firme e forte não apenas ao surgimento do fenômeno PlayStation em 1994, como até mesmo ao seu sucessor, o Nintendo 64 que, em tese, deveria competir com o console da Sony. Mas a lealdade e o carinho despertados pelo console cinza e suas carismáticas histórias e personagens dificilmente tem comparação até hoje – mesmo nesse momento em que games viraram a indústria bilionária da moda.

O Super Nintendo desperta uma nostalgia tão forte em seus saudosos jogadores, que recentemente ganhou um relançamento – claro, utilizando tecnologia contemporânea, oferecendo centenas de jogos sem a necessidade dos velhos cartuchões. Uma pena. Soprar aquelas porcarias era metade da diversão do console.

Que venha a geração “1 milhão” de bits, que venha o VR, ou o que quer que seja. Esse pequeno senhor japonês cinza sempre irá inspirar respeito e admiração – e claro, diversão. Afinal, o que é super nunca morre. Muito obrigado, Super Nintendo!

Texto originalmente publicado no Blog Cerebelo!

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