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A Casa do Terror – O ousado legado da Hammer!

A Casa do Terror ousou ao buscar apresentar novas facetas do terror para o público

Após anos fazendo histórias dos mais variados tipos dentro do gênero de horror e explorando todos os possíveis monstros – desde os clássicos como Frankenstein, Drácula e Lobisomem, até as suas próprias criações – a Hammer ficou conhecida pela sua estética gótica, que deixava os seus filmes com um tom de película clássica; muito por conta da escolha de apresentar histórias em séculos passados.

É claro que, com o passar do tempo, a produtora foi trabalhando em filmes que se passavam em dias atuais – uma escolha diferente do que era acostumada a fazer. Filmes como As Bodas de Satã (The Devil Rides Out), Uma Filha para o Diabo (To the Devil a Daughter) e Os Ritos Satânicos do Drácula (The Satanic Rites of Dracula) são um exemplo dessa mudança.

Na virada da década de 1970 para 1980, a Hammer decidiu tentar algo novo. E coube a Brian LawrenceDavid Reid e Roy Skeggs – respectivamente, produtores-executivos e produtor – trazer para o público não só fã da Hammer, mas também do terror de forma geral, a série Hammer House of Horror – ou, como ficou conhecida no Brasil, A Casa do Terror.

Composta por 13 episódios dos mais variados temas, a série se destaca pelos finais trágicos e quase sempre ousados, pois carrega consigo um pessimismo inerente em cada história. O programa também trabalhava com tudo que fosse possível dentro do gênero, desde vodu, passando por lobisomens, casa assombrada e canibalismo. Ou seja, quase todas as vertentes que o horror pode oferecer.

A trilha sonora também é algo inesquecível da série: um tema de abertura tão bonito que é quase impossível de tirar da cabeça. Sem mais delongas, vamos realmente para o que interessa: um resumo sem spoilers sobre cada episódio feito com muito carinho por esse que vos escreve. A série hoje é acessível pelo Amazon Prime ou pelo JustWatch. Quase todos os episódios estão disponíveis no YouTube – e como não damos ponto sem nó, reunimos aqueles que lá estão aqui. Nem todos tem legendas em português, mas isso não deve te impedir de imergir no horror!

Espero que aproveitem e gostem!

1º Episódio: Witching Time (Tempo de bruxaria)

Diretor: Don Leaver

Roteiro: Anthony Read

Elenco: Jon Finch, Patricia Quinn, Prunella Gee

O episódio que abre a série Hammer House of Horror – ou, no bom português, A Casa do Terror, é relacionado a algo muito comum em filmes ou séries do gênero: bruxas ou bruxaria. Tudo ocorria de forma normal na vida de David Winter (Jon Finch), vivendo em uma fazenda chamada Woodstock, aos arredores de Londres, na Inglaterra.  Mal sabia ele que todo o seu cotidiano seria mudado a partir do momento em que uma bruxa chamada Lucinda (Patricia Quinn) entrasse na sua vida.

Quando esse acontecimento ocorre, David fica completamente dominado por Lucinda, fazendo tudo que a maldosa bruxa ordena. No início, todos pensavam que David estava apenas com problemas de saúde, mas tudo mudou quando sua esposa Mary (Prunella Gee) descobre que o seu marido realmente estava com problemas mais sérios. Após essa descoberta, as coisas começam a ficar cada vez mais perigosas e surpreendentes.

Em menos de uma hora de duração, o diretor Don Leaver conseguiu de forma competente desenvolver todos os personagens envolvidos no episódio – principalmente a bruxa Lucinda, parte fundamental dentro da história.  O roteiro em si não é dos mais impactantes ou surpreendentes, mas consegue cumprir com aquilo que se compromete.

2º Episódio: The Thirteenth Reunion (A 13º reunião)

Diretor: Peter Sasdy

Roteiro: Jeremy Burnham

Elenco: Julia Foster, Dinah Sheridan, Richard Pearson, James Cosmo, Warren Clark

Trabalhando com o inesperado, o segundo episódio de A Casa do Terror tem uma história bastante interessante. Pois, por meio do suspense, consegue de certa forma enganar o espectador. Fazer quem assiste pensar de um jeito e acabar de outra forma completamente diferente – um daqueles plot twists que nos marcam. Méritos para o roteirista Jeremy Burnham, responsável por essa instigante história.

Ruth é uma jornalista de 29 anos de idade que é escalada para cobrir um programa de emagrecimento da clínica Chesterton. Logo na primeira reunião de pacientes, ela estranhou a maneira que todos eram tratados pelo professor Willis (James Cosmo). Em meio a tudo isso, Ruth conhece Ben Faraday (Warren Clark), um dos pacientes do programa de emagrecimento.

Na mesma noite após ambos irem embora depois de um encontro, Ben sofre um acidente, e esse é o início de uma investigação que vai envolver Ruth e Andrew (Gerrard Kelly), um homem que trabalha na funerária para onde o corpo de Ben foi levado. A partir desses fatos a história, se desenvolve de maneira muito bem construída, sem se tornar cansativa ou ruim.

3º Episódio: Rude Awakening (Despertar repentino)

Diretor: Peter Sasdy

Roteiro: Gerald Savory

Elenco: Denholm Elliot, James Laurenson, Pat Heywood, Lucy Gutteridge

Era mais um dia de trabalho na vida do agente imobiliário Norman Shenley (Denholm Elliot). Até que um cliente conhecido como Sr. Rayburn (James Laurenson) chega para lhe oferecer um trabalho: vender uma casa chamada Mansão Lower Moat, que havia pertencido a uma senhora que estava desaparecida. Porém, como já haviam se passado alguns meses desde o seu desaparecimento, a casa estava apta para ser negociada.

Após uma visita até a mansão, Norman começa a ter estranhos sonhos – ou pesadelos, como ele mesmo menciona em alguns momentos. O seu cotidiano começa a mudar por conta desses sonhos, e ele passa basicamente a viver todo dia o mesmo dia. Entretanto, as situações vividas por ele começam a mudar e ninguém se lembra de nada do dia anterior, principalmente sua esposa Emily (Pat Heywood), que acha que o marido está ficando doente.

Dentro de toda essa história ainda temos Lolly (Lucy Gutteridge), assistente de Norman que possui um caso com o mesmo. A cada novo sonho Lolly passa por uma mudança de características e de visual, até a chegada do momento final – que fatalmente será uma surpresa para o espectador. O mérito disso é do roteirista Gerald Savory, que soube escrever com muita competência aquilo que se propôs a colocar na história.

4º Episódio: Growing Pains (Dor intensa)

Diretor: Francis Megahy

Roteiro: Nicholas Palmer

Elenco: Barbara Kellerman, Gary Bond, Matthew Blakstad, Norman Beaton, Tariq Yunus

Após passarem por uma tragédia familiar – no caso, o suicídio do filho – a família Morton decide recomeçar e opta por adotar uma criança, um menino chamado James (Matthew Blakstand). Logo de cara a mãe da família, Laurie Morton (Barbara Kellerman), passa por uma situação de extremo perigo com William. Após o seu carro perder o controle, e eles quase acabarem capotando, o veículo acaba parando na estrada.

Esse foi o ponto de partida para Laurie começar a desconfiar de que alguma coisa estranha estava acontecendo, e seu novo filho era o principal suspeito. Dias foram se passando e coisas esquisitas continuavam ocorrendo – seu pai, Terence Morton (Gary Bond) um renomado cientista, tem o seu laboratório invadido e quase todos os seus coelhos para experiências assassinados pelo próprio cachorro da família. Terence, junto com Laurie, começa a crer que alguma coisa estava errada dentro da sua casa.

Coisas inexplicáveis seguem acontecendo até o público ter uma suspresa no final. Quem pensava num rumo no início, acaba se surpreendendo com o rumo que a história toma. Com um plot twist bem feito e um roteiro bem amarrado, Growing Pains rende um ótimo desfecho.

5º Episódio: The House that Bled to Death (A casa que sangrou até a morte)

Diretor: Tom Clegg

Roteiro: David Lloyd

Elenco: Nichollas Ball, Rachel Davies, Brian Croucher, Pat Maynard, Emma Ridley

Trabalhando com a temática de casa mal assombrada, The House that Bled to Death começa com o assassinato de uma senhora feito pelo seu marido. Emulando um pouco Horror em Amityville, a história da família Peters tem início quando eles se mudam para a mesma casa onde ocorreu o crime. Logo de cara, após a chegada, a filha do casal, Sophia (Emma Ridley) e a sua mãe, Emma (Rachel Davies), começam a ter visões dentro do imóvel. Porém, o pai da família, William (Nicholas Ball) diz a elas que nada de errado estava acontecendo, pois o mesmo não estava enxergando nada de anormal no ambiente.

No entanto, com o passar do tempo, as visões surgem para William também. O casal de vizinhos Jean (Pat Maynard) e George (Brian Croucher) até tenta ajudar como pode, mas William acaba colocando na cabeça que os problemas eram causados pela presença de Jean dentro da casa. A reviravolta na história acontece após a festa de aniversário de Sophia. A partir dali temos revelações surpreendentes, que fazem com que o episódio termine de uma maneira completamente diferente da qual teve seu início. Passado algum tempo dentro da trama, temos Sophia já mais velha, e ao mesmo tempo vemos o que realmente aconteceu com a família Peters. Como de praxe, o roteiro é o ponto forte do episódio, pois brinca de forma competente com o espectador.

6º Episódio: Charlie Boy (Menino Charlie)

Diretor: Robert Young

Roteiro: Bernie Cooper e Francis Megahy

Elenco: Leigh Lawson, Angela Bruce, Marius Goring, David Healey, Michael Culver, Michael Deeks, Frances Cuka

Após o falecimento de um familiar, Graham (Leigh Lawson), Mark (Michael Culver) e Phil (Michael Deeks), herdam uma parte da herança deste. Mark acaba ficando com uma parte maior dos bens, como a casa e os cavalos. Phil recebe apenas um carro e algum dinheiro. Já Graham recebe todos os objetos de arte, incluindo um boneco chamado Charlie Boy, que é o embrião de todos os problemas que viriam a existir na vida de Graham e de sua namorada, Sarah (Angela Bruce).

Logo de cara, Heinze (Marius Goring) amigo da família e dono de uma loja de objetos antigos, comenta para Graham que Charlie Boy é um boneco vodu usado na África. É claro que Graham não acreditou nessa história de início, e ele acaba fazendo um teste com Charlie para ver se era verdade. Porém, o que ele não imaginava era o quanto isso ia custar caro.

Diferentes dos episódios anteriores, que trabalhavam com um roteiro que tentava de muitas formas brincar com o imaginário do espectador, a história feita por Bernie Cooper e Francis Megahy não se destaca tanto. Acaba sendo um roteiro onde quem assiste consegue saber o que vai acontecer no final.

Na contramão disso, temos a direção de Robert Young, que se destaca de maneira positiva, principalmente nas cenas de perseguição de carros. O diretor filma de forma competente, tornando as cenas eletrizantes. Isso é o principal fator que deixa o episódio bastante interessante.

7º Episódio: The Silent Scream (Grito silencioso)

Diretor: Alan Gibson

Roteiro: Francis Essex

Elenco: Peter Cushing, Brian Cox, Elaine Donnelly

Após passar dois anos na cadeia por tentar roubar um cofre, Chuck (Brian Cox) volta para casa em busca de uma vida normal, sem o crime como cotidiano. Logo que volta para casa, Chuck corre para os braços de sua mulher, Annie (Elaine Donnelly), que, mesmo sabendo da vida que seu marido levava, o esperou durante todo o tempo que foi necessário.

Depois de uma conversa com a sua esposa sobre a vida dentro da cadeia, Chuck conta para Annie sobre um senhor chamado Martin Blueek (Peter Cushing), que o visitava sempre que possível e lhe dava dinheiro enquanto estava atrás das grades.

Chuck decide ir até o trabalho de Martin para agradece-lo pelo dinheiro dado durante o tempo que estava preso. Lá, descobre que o mesmo possui um pet shop, e tem a intenção de contratá-lo de forma temporária para alimentar os animais. A partir desse momento é que começamos a ver quem é o senhor Martin de verdade. Dono de uma mente doentia, Martin tem um plano, e para que este funcione, ele precisa de Chuck como cobaia.

Um dos episódios mais originais e distintos dentro da série, The Silent Scream se destaca pelo belo roteiro feito por Francis Essex e pela competente direção de Alan Gibson. Um ponto importante que merece destaque é a ilustre participação de um dos atores mais importantes da história da Hammer, o saudoso Peter Cushing.

8º Episódio: Children of the Full Moon (Filhos da lua cheia)

Diretor: Tom Clegg

Roteiro: Murray Smith

Elenco: Christopher Cazenove, Celia Gregory, Diana Dors

Utilizando um personagem clássico do terror dentro de uma história diferente da tradicional, Children of the Full Moon trabalha de maneira surpreendente com a lenda do monstro meio homem e meio lobo. Tudo começa quando o casal de noivos Tom Martin (Christopher Cazenove) e Sarah (Celia Gregory) tem um problema com o seu carro, e é forçado a parar na estrada próxima de uma floresta.

Após avistarem uma grande casa no meio da mata, o casal decide ir até lá para ver se é possível utilizar o telefone para pedir ajuda. Chegando lá, são muito bem recebidos por uma misteriosa mulher chamada apenas de Sra. Ardory (Diana Dors), que os serve um jantar e convida o casal para passar a noite no local. Situações estranhas passam a ocorrer após a Sra. Ardory apresentar todos os seus filhos para Tom e Sarah.

Tom chega a afirmar que foi perseguido por um lobisomem. Já a sua esposa, Sarah, acaba avistando um e sendo atacada por ele. O interessante dessa história, que a torna diferente das demais sobre o tema, é que, ao invés dela se tornar uma narrativa genérica de lobisomem, sobre o mocinho caçando o monstro, ela muda completamente o rumo surpreendendo no final.

É claro que o principal mérito é do roteirista Murray Smith e do diretor Tom Clegg, que fizeram um trabalho bastante competente e diferente, que só fez o episódio ser mais interessante a cada minuto que passava.

9º Episódio: Carpathian Eagle (Águia dos Cárpatos)

Diretor: Francis Megahy

Roteiro: Bernie Cooper, Francis Megahy

Elenco: Anthony Valentine, Suzanne Danielle, Sian Phillips, Barry Stanton, Jonathan Kent

Uma série de assassinatos onde a única pista é a história de uma família muito antiga, Carpathian Eagle narra a rotina do policial Cliff (Anthony Valentine) e seu parceiro Tony (Barry Stanton) na busca pela principal culpada das mortes ocorridas. Após o primeiro assassinato ocorrer, Cliff acaba ouvindo no rádio relatos da escritora Natallie Bell (Suzanne Danielle), onde a mesma citava trechos do seu novo livro, e sobre como a personagem da história matava suas vítimas.

Cliff entra em contato imediato com Natallie, que o leva até a casa da Sra. Henska (Sian Phillips), mulher essa que dizia ser a última descendente da família de onde Natallie tirou a inspiração para escrever o seu livro. A cada dia que passa, mais mortes vão ocorrendo, o que vai deixando Cliff mais angustiado, ao ponto de mandar seu parceiro Tony vigiar a casa da Sra. Henska.

Por conta dessa vigília, os policias acabam descobrindo que a Sra. Henska possui um sobrinho chamado Tader (Jonathan Kent), e que ela o escondia para a sua própria segurança. Depois de investigar o sobrinho de Henska, a polícia vai ficando cada vez mais frustrada por não conseguir encontrar o culpado. É quando acontece algo surpreendente na história, e principalmente com o policial Cliff.

Um episódio com uma ótima história de investigação, saindo um pouco do terror convencional da produtora. Dirigido e também roteirizado por Francis Megahy, que ainda contou com o roteirista Bernie Cooper na criação da narrativa, Carpathian Eagle ainda conta com uma participação rápida, mas também especial, do ator Pierce Brosnan, ou também conhecido como o melhor agente 007 depois de Sean Connery.

Nota do editor: opinião do colunista… Todos sabemos que o melhor 007 foi Timothy Dalton.

10º Episódio: Guardian of the Abyss (Guardião do abismo)

Diretor: Francis Megahy

Roteiro: Bernie Cooper, Francis Megahy

Elenco: Ray Lonnen, John Carson, Rosalyn Landor, Barbara Ewing

Utilizando algo muito comum dentro do universo da produtora Hammer, Guardian of the Abyss trabalha com o ocultismo – a magia negra é o centro da trama. Após conseguir escapar de um ritual ocultista da sociedade Chorozon, comandado pelo mago Charles Randolph (John Carson), Allison (Rosalyn Landor) consegue ajuda quando Michael (Ray Lonnen) lhe dá uma carona. Por ironia do destino, Michael levava consigo um objeto muito importante para o ritual do qual Allison escapou.

Michael trazia no seu carro um espelho perscrutador, objeto esse que pegou de sua amiga Laura (Barbara Ewing) para avaliar, pois Laura havia acabado de comprar em um leilão. Todos esses acontecimentos são a porta de entrada para os problemas que viriam a acontecer na vida de Michael.

Como é comum dentro de A Casa do Terror, o episódio surpreende no final – uma reviravolta muito bem construída pelos já citados Francis Megahy e Bernie Cooper. Megahy inclusive dirige o episódio com muita competência. Com destaque para a cena final do ritual, onde a maquiagem prática ficou muito bem feita e nem um pouco datada para os dias atuais.

11º Episódio: Visitor from the Grave (Visitante do tumulo)

Diretor: Peter Sasdy

Roteiro: John Elder

Elenco: Kathryn Leigh, Simon MacCorkindale, Stanley Lebor, Gareth Thomas, Mia Nardi

Enquanto seu marido Harry (Simon MacCorkindale) estava viajando a negócios, Penny (Kathryn Leigh), sua esposa, sofre uma tentativa de estupro de um homem chamado Charles (Stanley Lebor) dentro da sua própria casa. Como forma de defesa, Penny acaba matando Charles com um tiro no rosto, e isso desencadeia uma série de tormentos que irão fazer a personagem sofrer durante toda a história.

Após o policial Richard (Gareth Thomas) investigar a morte de Charles e eliminar a verdadeira culpada, graças a seu marido Harry, que deu um jeito de enrolar o policial, Penny passa a sofrer ainda mais com os problemas causados pela culpa que carrega. Isso a leva até Margareth (Mia Nardi), uma mulher que entra em contato com espíritos para saber o que os mesmos desejam.

Como o espírito que atormenta Penny só busca vingança pela morte, ela decide pôr um fim em tudo que estava passando de uma maneira forte e fatal. E é nesse ponto que mais uma vez somos pego de surpresa pelo rumo que a história toma – não só por esse trecho em questão, mas também pelo final do episódio, que nos deixa embasbacados.

Com um roteiro interessante de John Elder e a direção de Peter Sasdy, Visitor for the Grave consegue ser um episódio diferente de qualquer outro dentro da série.

12º Episódio: The Two Faces of Evil (As duas faces do mal)

Diretor: Alan Gibson

Roteiro: Ranald Graham

Elenco: Anna Calder Marshall, Gary Raymond, Paul Hawkins, Pauline Delany, Mike Savage

Em meio a um período de férias, a família composta por Martin (Gary Raymond), Janet (Anna Calder Marshall) e seu filho pequeno David (Paul Hawkins) está viajando de carro quando, durante uma tempestade, avistam um homem com uma capa de chuva amarela, e decidem ajudá-lo oferecendo uma carona.

Logo que entra no carro, o homem ataca Martin, causando um grande acidente na pista com todos dentro do veículo. Passado o acidente, Janet acorda no hospital. Logo de cara, já avista seu filho David, que a abraça. Em seguida, começa a ser cuidada pela enfermeira, que leva a alcunha apenas de “Irmã” (Pauline Delany). Esta a leva até onde o seu marido está sendo tratado pós-cirurgia, por conta de problemas na garganta causados pelo acidente.

Em meio a tudo isso, o policial Jenkins (Mike Savage) pede para Janet tentar reconhecer o corpo do homem que atacou seu marido; entretanto, não consegue se lembrar. Ela então se recorda que o homem tinha uma unha grande em um dos dedos da mão direita – mas fica surpresa ao descobrir que o suspeito havia perdido a mão.

As situações estranhas começam a partir do momento em que Martin recebe alta do hospital e vai para casa. Algo que deixa Janet extremamente assustada faz com que ela tente fugir para bem longe com seu filho David. Mas claro, temos uma surpresa no final da história.

Um episódio com um dos plot twists mais assustadores da série, que com toda certeza coloca a história do roteirista Ranald Graham como uma das mais interessantes d´A Casa do Terror.

13º Episódio: The Mark of Satan (A marca de Satã)

Diretor: Don Leaver

Roteiro: Don Shaw

Elenco: Peter McEnery, Annie Dyson, Georgina Hale, Emrys James

Encerrando com chave de ouro A Casa do Terror, The Mark of Satan apresenta a história de Edwyn Rord (Peter McEnery), um homem que trabalha no necrotério de um hospital da sua cidade, como assistente do Dr. Harris (Emrys James).

Sua vida começa a mudar quando Edwyn surta ao achar que está sendo perseguido por um tipo de seita, que deseja infectá-lo com alguma espécie de vírus. Ao mesmo tempo, passa a ficar cada vez mais louco por tudo que é relacionado ao número nove.

A loucura chega a um nível tão extremo que o faz assassinar a sua própria mãe, Sra. Rord (Annie Dyson), pois, para ele, ela era a responsável direta por tudo que estava acontecendo. Logo após o assassinato, Edwyn começa a se envolver com Stella (Georgina Hale), mulher que vive no quarto que sua mãe alugava para ela na sua própria casa.

Com o passar do tempo, revelações vão aparecendo, e coisas estranhas também vão ocorrendo. O que acaba deixando o episódio com uma cara bem esquisita no sentido de acontecimentos que fogem um pouco do contexto – chegando a ficar meio trash no final, principalmente na cena em que um padre aparece do nada.

Mas é claro que isso não atrapalha em nada a diversão. The Mark of Satan tem um roteiro bem amarrado de Dan Shaw, e uma direção bastante interessante de Don Leaver. Finaliza com muita qualidade, e deixa o público querendo ainda mais dessa ótima série criada pela produtora Hammer.

Finalizando e deixando um gosto de quero mais

Após 13 episódios com as mais diferente histórias, temos o final desse projeto muito interessante, em que a produtora Hammer se aventurou e se arriscou. Pode ser que as tramas nele trabalhadas não agradem todo o público, porém os fãs de terror podem se sentir muito felizes e representados por esse projeto. Pois ele genuinamente tenta, de todas as maneiras, ser diferente para tentar ficar marcado pela sua originalidade.

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