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Olympia – Como os bons e velhos filmes de ação!

Olympia, continuação de A Grande Odalisca, entrega mais uma boa e despretensiosa ação em quadrinhos

Vivès, Ruppert e Mulot realmente estão se divertindo com as aventuras de Sam, Alex e Carol. O trio de ladras retorna em Olympia, publicado pela Pipoca & Nanquim, e entrega exatamente aquilo que quem leu a primeira HQ espera: Ação despretensiosa e de qualidade, com bom ritmo e boa arte. Bom entretenimento para quando a gente precisa sentar e relaxar, e ver pessoas com habilidades incríveis te divertirem.

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Resenha de Olympia

Para deixar claro desde o início, fica a dica: O ideal é já ter lido o primeiro volume, A Grande Odalisca. Embora funcione bem de forma independente, a história retoma alguns elementos relevantes do volume anterior, e detalhes podem ficar pelo caminho, causando alguma estranheza. Trata-se de uma continuação direta desse primeiro volume, inclusive começando de onde Odalisca parou, portanto, como diz o outro, é melhor começar do começo.

A trama mostra Carol se recuperando dos eventos do quadrinho anterior, deixando Sam e Alex no escuro, para completo desespero dessa última. Sam tenta seguir com a vida e com os serviços como ladra de arte profissional, mas o momento emocional de Alex a torna mais uma babá do que outra coisa. Isso não seria muito problema, se elas não tivessem aceitado uma encomenda para um figurão da máfia italiana, em um assalto que termina da maneira mais desastrosa possível.

Para compensar a trapalhada, o pai desse figurão encomenda um assalto ainda maior: Três obras de uma vez, com destaque para a que dá nome ao quadrinho, Olympia, do pintor francês Manet. Três obras para cada membro do grupo – com o retorno de Carol – que agora tem a companhia do matador de aluguel Toni, que se encarregará de que o serviço seja completo.

Resenha de Olympia

A tônica da narrativa é a mesma do quadrinho anterior: Vivès para estar se divertindo bastante com esse trabalho. Ao contrário de seus outros quadrinhos mais conhecidos, com narrativas mais elaboradas e introspectivas, ele demonstra em Olympia uma espécie de homenagem e paródia de clássicos de ação franceses e suas femme fatale, como os filmes de Luc Besson.

Mesmo as principais qualidades narrativas não envolvem tanto a elaboração da trama, que basicamente segue do ponto A para o ponto B, mas o carisma das protagonistas. O tanto que Alex enche o saco do pobre matador Toni rende algumas risadas, e lembra, para não deixar fugir às referências, a relação dos personagens de Jean Reno e Natalie Portman em O Profissional.

Eurotrip

Ademais, a HQ continua sendo um belíssimo tour pelas paisagens urbanas de alguns clássicos centros artísticos europeus – como manda a cartilha das histórias de ação na Europa – incluindo “locações” como Veneza e, claro, Paris. Talvez a constante comparação com o ritmo cinematográfico pareça desgastante, mas a intenção dos autores é explicitamente essa; irá surpreender absolutamente ninguém se, em um par de anos, adaptações para as telonas dessa série for anunciada.

Resenha de Olympia

Isso muito graças também ao trabalho de imposição de ritmo da dupla de artistas. Novamente, temos um deslumbrante e correto trabalho de cores, que cria um clima imersivo para manter o leitor preso nas peripécias do trio protagonista e seu associado. A HQ usa uma grade simples e dinâmica, que mantém os “frames” fluindo bem durante a leitura, e alternando com splash pages de encher os olhos, sem perder as características tipicamente europeias de uma ação mais de ritmo cadenciado e cenas amplas.

Ler Olympia lembra muito a experiência dos antigos blockbusters de ação, onde sentávamos na sala de cinema sem grandes pretensões além de ver nossos heróis favoritos fazendo coisas absurdas e meio sobre-humanas, pelo simples prazer de curtir. Todos os autores reforçam seu potencial como artistas polivalentes, já que, como dito, Olympia é bastante distinto de seus trabalhos pregressos.

Sim, é muito bom que tenhamos acesso a obras importantíssimas das HQ´s, tanto em termos históricos e culturais quanto em termos de profundidade narrativa. Mas, às vezes, a gente precisa tirar o pé do acelerador e só curtir por curtir. Olympia é uma ótima opção para isso.

E muito mais barata do que tentar visitar o Louvre…

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