Um papo sobre o detetive de Will Eisner, The Spirit
Completando oito décadas em 2020, o detetive mascarado de Will Eisner continua sendo uma referência quando se fala no potencial da linguagem dos quadrinhos. É certo que Eisner teria sua consagração como autor muito depois, mas The Spirit foi um laboratório e tanto para o artista experimentar tanto em conceito quanto em forma. O mais irônico é que tudo começa a partir de um projeto para suplementos de jornais, onde haveria mais liberdade criativa, porém, os sócios cobravam um personagem uniformizado.
Assim, Will Eisner cria uma indumentária padrão para seu detetive combatente do crime, colocando até mesmo uma máscara a contragosto. Com uma origem bastante genérica derivada de tramas pulp, The Spirit surge em 02 de junho de 1940. Já estabelecido como profissional e dono de um estúdio, Eisner é convocado para a Segunda Guerra, deixando o personagem nas mãos de colaboradores. E é na volta do conflito, quando volta a produzir ele mesmo essas histórias, que o mascarado tem seus melhores momentos.
Até 1952, The Spirit foi um veículo para histórias muito diversas aos dos tradicionais super-heróis. Muitas vezes, o atlético protagonista nem tinha os holofotes sobre ele, enfocando muito mais elementos ou personagens periféricos. E, diga-se de passagem, elementos bastante humanos, mesmo que envoltos em uma situação fantástica. Assim, Will Eisner pôde refinar suas habilidades até seu triunfo no fim da década de 1970 e o resto é história. De qualquer forma, os Quadrinhos em geral devem muito a esse personagem, que foi o que foi mais por uma pressão comercial do que pela vontade de seu criador.
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