A Netflix acertou em cheio com Love, Death + Robots
As plataformas de streaming podem ser alvo de diversas críticas, mas não há como negar que elas proporcionam oportunidades interessantíssimas para realizadores de todo tipo. Em se tratando de seriados, não existe aquele compromisso com uma duração padrão dos episódios, o que acaba contribuindo para uma narrativa muito mais enxuta, como visto no ótimo Mindhunter. Agora, se o seriado em questão for uma antologia de ficção científica, melhor ainda que tenha essa liberdade, deixando o caminho livre para que a equipe experimente vários estilos e durações que sirvam melhor para cada história. Com certeza absoluta, Love, Death + Robots é um desses casos.
Criada por Tim Miller, cujo prestígio aumentou consideravelmente após o sucesso de Deadpool nas telas, mesmo sem participar da continuação, a série tem episódios que variam entre cinco e quinze minutos. Os temas passeiam entre ficção científica, fantasia e terror, muitas vezes mesclando os gêneros de uma forma orgânica. Contando com outro nome de peso na produção, David Fincher, o que certamente ajudou a viabilizar o projeto, a Netflix conseguiu agregar mais valor ao seu conteúdo.
A primeira referência dos fãs será a coletânea Animatrix, do começo da década passada. Passada mais de uma década, hoje é possível ousar um pouco mais em um realismo que vemos nos games atuais, mas nem por isso os episódios mais estilizados de Love, Death + Robots são inferiores aos outros. No meio de viagens espaciais, realidades simuladas, lobisomens militares e gatos, o episódio Zima Blue merece destaque por honrar a ficção científica de uma forma que deixaria Isaac Asimov orgulhoso.
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