Howard Chaykin em sua melhor forma com American Flagg
A década de 1980 trouxe alguns tipos bem característicos de ficção científica distópica. Na literatura, o surgimento do cyberpunk, capitaneado por William Gibson e Bruce Sterling (autores de A Máquina Diferencial) foi influência fundamental para filmes como Blade Runner e Robocop. Também não se pode descartar o contexto político, com Ronald Reagan na presidência dos EUA, cuja administração neoliberal insinua um futuro cada vez pior para o país e para o mundo. Naquele momento, não faltava inspiração para que Howard Chaykin criasse American Flagg.
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Lançada em 1983, American Flagg é importante não apenas pelos seus méritos artísticos. Publicada pela First Comics, era uma série de propriedade do autor, algo pouco comum no meio dos comics naquele momento. Não apenas isso, fora do eixo Marvel/DC, o artista tinha liberdade para trabalhar com textos mais adultos. Chaykin não apenas capturou o espírito da época com sua HQ seminal, mas também surpreendeu os leitores com inovações estéticas que não deviam nada a gênios das gerações anteriores.
Reuben Flagg é um ex-ator de seriado erótico, nascido e criado em Marte, recrutado compulsoriamente para os Plexus Rangers, força policial dos EUA em 2030. Os Rangers são empregados da Plex, uma megacorporação que administra o país através de um contrato com o próprio governo, que já não está nem sediado na Terra. O recém chegado bem intencionado não demora a perceber como as coisas funcionam, dedicando-se a sabotar esse sistema aos poucos. O problema é que existe muito mais a se revelar dentro deste mundo corporativista.
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