John Carpenter e a atmosfera lovecraftiana em À Beira da Loucura
O gênero do Terror é disparado o mais explorado, mirando plateias que, em sua maioria, se contentam com pouco. No meio dessa quantidade monstruosa de produções, pouquíssimos se destacam, ainda mais se estivermos falando da década de 1990, que viu a onda do Slasher ressuscitar. Porém, um pouco antes da moda retornar, John Carpenter deixou sua marca com uma temática dificílima. Afinal de contas, À Beira da Loucura (In The Mouth of Madness) é um caso bastante específico, já que se trata de um filme que pode ostentar orgulhosamente o selo de lovecraftiano.
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Não é pouco. Basta pensar que os próprios anos 90 viram tentativas de adaptar Lovecraft para o Cinema, com resultados risíveis. O filme de Carpenter é um roteiro original de Michael De Luca, que se utiliza somente do clima característico do autor, acertando o tom do começo ao fim. A história acompanha um investigador, à serviço de uma editora, que busca encontrar um autor de livros terror muito bem sucedido que desapareceu. Desde o começo da narrativa, os limites entre realidade e loucura estão confusos, mas a jornada do protagonista vivido por Sam Neill é nada menos que hipnotizante.
Como sempre se espera de Carpenter. À Beira da Loucura trabalha com efeitos práticos, todos ainda eficientes passadas mais de duas décadas. Uma bela realização técnica e uma narrativa marcante, que conseguiu destacar-se no balaio de um gênero desprezado. Aliás, talvez alguns não saibam, mas este exemplar marca o fim do que o cineasta chamou de Trilogia do Apocalipse, cujos filmes anteriores são O Enigma de Outro Mundo e O Príncipe das Sombras.
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