O livro Gladiator influenciou os criadores do Superman e além
Tantas décadas depois de Jerry Siegel e Joe Shuster trazerem o primeiro super-herói ao mundo, o distanciamento histórico facilita as comparações e a identificação das influências e inspirações. Grande Depressão, judaísmo, imigração, Nietzsche e Ficção Científica pulp são alguns dos elementos que vem à cabeça automaticamente. Porém, existe um fator específico mais diretamente relacionável neste caldeirão, surgido em 1930, oito anos antes do Superman. Ainda que a dupla não o tenha citado como influência, Gladiator, livro de Philip Wylie que permanece inédito no Brasil, mostrou um protagonista muito similar ao kryptoniano em seus primórdios.
(Confira também as resenhas de Homens do Amanhã e Shuster)
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A obra de Wylie é pouco conhecida do grande público, mesmo pelos leitores fanáticos de HQ’s de super-heróis, na proporção inversa de sua influência na indústria de entretenimento. Com os heróis dos quadrinhos hoje tão presentes no Cinema e na TV, consumidos ferozmente por um público alheio à mídia original deles, é muito oportuno falar de Hugo Danner, o proto super-herói da literatura. Ainda que alguns pesquisadores insistam nas figuras de Popeye e Hugo Hercules como precursores, Gladiator merece muito mais este título.
O livro acompanha a vida de Hugo, que teve seu organismo alterado ainda no ventre de sua mãe, graças ao soro criado por seu pai. O objetivo era gerar um humano com força proporcional a de formigas, capazes de erguer centenas de vezes seu peso, e uma estrutura muscular que permitisse saltar grandes distâncias. Se você pensou em gafanhotos, é exatamente isso. Eis aqui um ponto importante quando afirmamos que o livro influenciou Superman. Por quê? Só lembrar daquelas tradicionais páginas de origem que as revistas antigas tinham logo na abertura.
Na imagem abaixo, a explicação “científica” para as capacidades de Clark Kent:
Independente do quanto esse conceito é ingênuo como ficção científica, a relação do texto de Wylie com o primeiro super-herói de todos os tempos é incontestável. Ainda assim, antes de qualquer análise mais profunda, se faz necessário observar um detalhe desagradável em Gladiator, no que diz respeito às suas qualidades literárias. Neste sentido, a obra de Wylie é praticamente indefensável. Em cerca de 300 páginas, as situações que servem como recheio entre o primeiro e último atos se arrastam de uma forma que prova que o autor tinha menos a dizer e menos talento do que qualquer um esperaria.
Então, temos aqui listados dois pontos MUITO negativos. Um pano de fundo sci-fi bem pouco atrativo – pelos padrões atuais, é claro – e uma escrita deficiente. Por que alguém leria isso, ainda mais obrigado a recorrer ao texto em seu idioma original? A resposta está no grau de interesse em buscar as origens e alicerces do arquétipo super-heroico, simplesmente. Além dos heróis dos pulps, Hugo Danner é uma peça absolutamente fundamental para entender esse processo de assimilação pela cultura de massa. Inclusive, ele foi mais citado nos Quadrinhos do que a maioria dos leitores imagina.
Independente de qualquer coisa, a trajetória do protagonista é deveras interessante para qualquer um que deseje investigar o super-herói enquanto fenômeno cultural. Muito disso é pelo fato de Danner ser um super-humano em uma posição que os criadores de HQ’s ainda demorariam para imaginar. Um dos pontos mais curiosos é o personagem cumprir uma jornada melancólica, com seu autor apresentando o conceito de super poderes como um fardo.
Com grandes poderes….
A partir daqui, o texto permite-se revelar pontos-chave da trama. Não apenas pelo ano de seu lançamento, o que, por si só, já justificaria isso, mas também por seu valor residir muito mais em elementos periféricos do que na construção da trama geral.
Nascido em Indian Creek, no Colorado, o protagonista foi orientado pelos pais a ocultar seu dom, mesmo que isso significasse ignorar alguém em perigo. Apesar da escrita problemática, temos atenuantes na construção deste universo. Por exemplo, o fato da mãe de Hugo ser uma fanática religiosa é um elemento interessantíssimo, em oposição ao marido cientista. Um casamento conturbado, que reverbera na formação desta criança e contribui para sua confusão existencial.
É claro que o garoto sofre por reprimir suas capacidades físicas, impedido até mesmo de praticar esportes. Naturalmente, em algum momento, ele acaba sentindo-se obrigado a isso para ajudar pessoas com a vida em risco. O que se segue após o inesperado evento é desconcertante, principalmente para uma criança, cuja atenção dos outros já seria recompensa suficiente. A incredulidade das pessoas, que se negam a aceitar o que ele fez e criam inúmeras justificativas “racionais”, é o primeiro e doloroso golpe que o mundo real desfere em Hugo.
Na passagem da infância para a adolescência, que já é complicada na vida real, o menino segue em seu isolamento e começa a pensar se haveria lugar para ele neste mundo. Se existe, onde está esse propósito? Gerações de leitores pós-1938 talvez respondessem automaticamente que ele deveria vestir um uniforme e combater o crime e o mal em todas as suas formas. No entanto, o mundo de Gladiator é bem menos maniqueísta do que os fãs dos então vindouros super-heróis esperariam.
Neste ponto, a obra de Wylie já tem delineada uma relação um tanto próxima com Frankenstein, pois a condição de Hugo Danner é fruto de um experimento, cujas consequências a longo prazo não foram consideradas por seu próprio pai. Sem respostas fáceis e com fortes temores do que sua revelação ao mundo provocaria, Indian Creek se torna pequena demais. A decisão de encontrar a si mesmo deixando sua cidade natal, de alguma forma, prenuncia o que foi visto no cinema em Superman – O Filme, de Richard Donner. Nos quadrinhos , a reformulação do kryptoniano por John Byrne, em meados da década de 1980, também se aproxima disso.
Oportuna essa citação a Byrne e sua reformulação da origem do Superman. Ali, um jovem Clark Kent se torna um astro do futebol na high school, obviamente se aproveitando de suas vantagens físicas em segredo. Nada incomum que essa ideia ocorresse a qualquer jovem superpoderoso e Hugo tentou se encaixar no mundo por esse caminho. Assim, sem muita dificuldade graças à sua inteligência, ele ingressa em uma universidade em outro Estado, com o esporte em mente para empregar sua força e resistência.
É um sucesso, claro. Porém, logicamente, considerando que este é um contexto que busca mais proximidade com o mundo real, alguém comum poderia machucar-se gravemente em uma disputa com um super ser. Vai além, pois nosso protagonista acidentalmente mata outro jogador. Mesmo com todos encarando o caso como uma infeliz fatalidade, isso acaba gerando uma crise de consciência que o leva a abandonar o futebol e os estudos.
Essa é apenas a primeira reviravolta. Hugo não desiste de ser útil de alguma forma e segue viajando, chegando à França no momento em que eclode a Primeira Guerra. Ele, então, alista-se na Legião Estrangeira, com o propósito de acabar sozinho e rapidamente com o conflito. Ainda que deixe alguns companheiros e superiores perplexos com suas capacidades, nunca utilizadas no máximo potencial, ele rapidamente se frustra por perceber que não pode simplesmente invadir a Alemanha sozinho e capturar Guilherme II, como pretendia.
Ao ingênuo rapaz, que, apesar de tudo, respeitou a hierarquia, não havia ocorrido que também existe um jogo político e diplomático por trás de guerras, sobrepondo-se à violência dos campos de batalha. Ao fim da Grande Guerra, a conclusão é que um super-homem pode ser tão inútil quanto qualquer outra pessoa em um cenário assim.
As frustrações se amontoam. De volta aos EUA e sem muitas opções para ganhar dinheiro, o trabalho braçal é um recurso, já que não exige esforço de sua parte, mas até aqui ele encontra problemas e por um motivo irônico. Na linha de produção de uma fundição, ele é grosseiramente repreendido por ser rápido demais, atrapalhando os responsáveis pelas etapas seguintes do processo.
Prenunciando o caminho da indústria de Quadrinhos
Neste ponto, é interessante pensar em Hugo Danner como um personagem que não é apenas um precursor do Superman, mas um conceito sintonizado com a revolução que a Marvel provocaria no começo da década de 1960, com seus super seres mais propensos à amargura decorrente de sua própria condição especial. Cabe também uma citação mais direta aos X-Men, não apenas pelos mutantes da Marvel já nascerem com seus poderes, mas pelo tratamento que ganharam ao longo dos anos.
Independente do quanto esses personagens sofreram na década de 1990, nas mãos de roteiristas pouco talentosos, havia uma orientação clara ali. Obviamente, 99% dessas histórias descambava para um melodrama choroso e nada inspirado, mas o que realmente vale citar é justamente o enfoque dos superpoderes mais como maldição do que qualquer outra coisa. Só que isso é também um sintoma da virada que os Quadrinhos mainstream sofreram na década anterior, trazendo algo do que Gladiator também já havia proposto.
O conceito “super-heróis no mundo real” já vinha sendo considerado há algum tempo. Em 1972, Must There Be a Superman?, escrita por Elliot S. Maggin e ilustrada por Curt Swan, fez muitos leitores pensarem em como nosso mundo seria afetado pela existência de alguém com atributos semi-divinos. Pela mesma época, Dennis O’Neil e Neal Adams colocaram o Arqueiro Verde e Lanterna Verde viajando pelos EUA em histórias que traziam racismo, pobreza e drogas, entre outros males da vida real. Não muito depois, o Homem-Aranha precisou lidar com o assassinato de sua amada, em uma história que pegou o mundo de surpresa. Mesmo assim, estava se desconstruindo o mundo em volta dos protagonistas, ao invés deles próprios. O super-herói ainda demoraria alguns anos para ele mesmo encarar o divã, e isso aconteceria – inicialmente – do outro lado do Atlântico.
Em 1982, Marvelman (Miracleman nos EUA) – plágio britânico do Capitão Marvel criado por Mick Anglo três décadas antes – ganhava as páginas da revista Warrior, escrito por Alan Moore. Vista por muitos como a primeira grande desconstrução do arquétipo, o roteirista levou o herói a escolhas radicais, mas verossímeis no contexto, como matar um vilão genocida e instituir uma utopia mundial. Tudo em meio ao governo de Margaret Thatcher.
Quatro anos depois, o mundo dos Quadrinhos recebeu outro chacoalhão de Moore com Watchmen, partindo da mesma premissa, mas com ambições conceituais e gráficas muito maiores. Apesar da celebração até hoje em torno da realização artística da obra, ela ainda recebe críticas pela forma ácida com que tratou os super-heróis e sua influência na indústria. No entanto, mesmo após tanto tempo, ainda há o que discutir a respeito. Sobretudo, sobre as interpretações do discurso da obra.
Independente do que o autor imaginou ao escrevê-la, não é absurdo considerar Watchmen como uma espécie de aviso para criadores de qualquer geração. Ao encarar o desafio de conjecturar consequências da existência de heróis uniformizados no mundo real, os distúrbios de cada um e as consequências em escala macro não precisam necessariamente ser encaradas como um ataque virulento a esse tipo de HQ’s ou uma declaração pretensiosa da morte de um gênero.
O aumento da faixa etária dos leitores já havia tornado as histórias naturalmente mais sombrias, uma tendência que se seguiria de um jeito ou de outro. O trabalho de Moore é uma desconstrução, obviamente, mas a obra também pode ser desconstruída em um ou vários raciocínios. Um deles culmina na percepção de uma mensagem de advertência: posicionar super-heróis em algo muito próximo da nossa realidade pode não ser uma boa ideia. Neste caso, a própria premissa de Watchmen serviria como argumento dos limites que esses personagens podem chegar em seu realismo relativo.
Passada essa fronteira, inevitavelmente, eles perdem seu apelo original e sua essência, tornando-se algo diferente, mas não menos interessantes em termos dramáticos e ficcionais, algo perfeitamente previsto e calculado pelo roteirista. Se a indústria não entendeu isso e usou o sucesso da HQ para perverter o conceito, é outro caso que mereceria um texto à parte e nada pelo qual Alan Moore deveria ser responsabilizado.
Pois bem, Gladiator, a seu modo, investigou essa questão pela percepção do seu super protagonista, ocupando-se do impacto de um indivíduo assim no mundo real, perdido em um labirinto existencialista mais de cinco décadas antes dos super-heróis dos Quadrinhos se permitirem uma revisão. Aliás, antes mesmo até de Sartre definir sua linha de pensamento. Então, Philip Wylie deu esse mesmo recado no destino de Hugo Danner, cuja trajetória podemos agora retomar.
O primeiro de uma nova era?
O percurso da Danner seguiu em tentativas frustradas de ajustar-se. Sem alongar descrições desnecessárias, quanto mais seguia sua consciência ao usar sua super força, encontrava mais problemas que tiravam sua vida dos trilhos. Essas idas e vindas acabam colocando-o em contato com a política, onde decepcionou-se mais uma vez quando sua vontade de fazer o correto chocou-se primeiro com a burocracia e depois com uma agenda ideológica.
Visitando seu pai doente e à beira da morte, omite seu tormento e se despede levando a receita da fórmula milagrosa que o criou. Por fim, em um momento em que dinheiro já não era mais um problema para ele, juntou-se a uma expedição arqueológica às ruínas Maias. Forjando uma amizade com o cientista que liderava o grupo, revela suas capacidades, que, desta vez, causam um deslumbramento e, pela primeira vez, Hugo é aconselhado sobre seus possíveis caminhos.
Com a posse da fórmula, é possível criar uma nova raça de super humanos, estabelecendo uma cidadela na própria selva e conduzindo a humanidade ao próximo patamar. A ideia é atraente e o protagonista parece finalmente ter encontrado um propósito, mas não leva muito tempo para que ele mesmo considere que o resto do planeta se sentirá obviamente ameaçado. A consequência mais lógica, por tudo que viveu, é que essa decisão levaria o mundo a um conflito sem precedentes.
Atormentado por ter sua esperança novamente abalada, Hugo Danner se debate internamente. Sentindo-se completamente desesperado, ele sobe ao topo de uma montanha durante uma tempestade, como que buscando uma resposta divina. Sua jornada termina com um raio que o atinge e o mata instantaneamente. Ainda que ele não tenha se sacrificado voluntariamente, o final da saga carrega um significado de auto imolação, já que a morte acontece logo depois da tomada de consciência de que sua existência por si só já seria um fator de perturbação da ordem natural.
Por tudo que encontramos ao longo da leitura de Gladiator, parece claro que Philip Wylie já tinha em mente desde o começo que seu personagem principal não sobreviveria no final. É evidente que esse raio que o mata é um deus ex machina gritante, uma demonstração de que o autor não conseguiu elaborar alguma coisa mais natural, mas sua morte faz muito sentido e consegue criar um elo interessante com as desconstruções do super-herói que começaram na década de 1980.
Wylie parece ter criado uma argumentação sobre a inadequação de Hugo. É como se ele nos dissesse que algo que destoasse tanto assim da natureza só poderia ir em direção a um destino trágico, pelo menos neste mundo moderno, tal qual o conhecemos. Ao aplicar os dilemas de uma pessoa real em um ambiente idem, ele mostra que, neste caso, o conceito de super humano (ou de super-herói, antes mesmo dele existir) encontra uma barreira enorme à sua frente. Algo que os roteiristas britânicos de HQ’s nos mostrariam bem depois, mas poucos norte-americanos entenderiam.
Gladiator em outras mídias
Em 1938, apenas dois meses após a estreia de Superman nos Quadrinhos, Gladiator ganhou uma adaptação cinematográfica homônima, mas transformando a história em comédia. O roteiro mostrava Hugo Kipp, um atrapalhado jogador em um time de futebol de uma high school, que ganhava super força depois de tomar uma droga criada pelo Professor Danner.
Graças ao seu peso na consolidação da indústria norte-americana de Quadrinhos, nada surpreendente que roteiristas mais enciclopédicos levassem o material para esse meio. Coube a Roy Thomas, naquela gloriosa fase das revistas da Marvel em formato magazine, junto a Tony DeZuniga, adaptar o texto de Wylie em Marvel Preview #9, de 1976. Anunciando com toda pompa e exagero “o primeiro e maior super-herói de todos os tempos”, a capa de Earl Norem tem clara inspiração em Doc Savage, herói dos pulps que estreou em 1933 e outra enorme influência para os super-heróis. Intitulada Man-God, essa adaptação ficou inacabada e só teve sua primeira parte publicada na edição.
Roy Thomas ainda mostraria seu apreço por Hugo Danner quando foi trabalhar na DC na década seguinte. Em 1987, Thomas era o responsável por Young All-Stars, que estreou naquele ano. Fazendo uma ponte com outro título escrito por ele, All-Star Squadron, com personagens da Era de Ouro, Young All-Stars era um remendo da editora após a reformulação editorial promovida pela mega saga Crise nas Infinitas Terras. A ideia era criar uma continuidade retroativa no Universo DC, estabelecendo outros heróis que lutaram na Segunda Guerra, ao invés de Superman, Batman e Mulher-Maravilha.
Para isso, entre outros, ele criou o superforte Iron Munro, que também homenageava o romance The Mightiest Machine, de John W. Campbell Jr., personagem que era filho de… Hugo Danner. Em Young All-Stars Vol 1 #10, de 1988, um flashback explica quem era Danner, onde Thomas se sentiu à vontade para criar sua versão alternativa, onde o protagonista de Gladiator não apenas sobreviveu e voltou ao Colorado, como também engravidou seu amor da adolescência, Anna Blake. Quando ele desaparece novamente, Anna casa-se com um empresário chamado John Munro, que cria o garoto sem saber que não era seu filho.
Em 2005, pela Wildstorm, Gladiator ganhou uma adaptação modernizada. Com roteiros de Howard Chaykin e desenhos de Russ Heath, Legend situou a origem de Danner algumas décadas à frente, fazendo-o alistar-se na Guerra do Vietnã. Fora esse tipo de atualização, a versão seguiu de perto sua fonte.
Hugo Danner está entre nós!
Passados mais de oitenta anos do estouro revolucionário que o surgimento do Superman causou na cultura popular, com os super-heróis desfrutando de uma visibilidade que nenhuma visão otimista poderia prever, é preciso fazer justiça ao trabalho de Philip Wylie. Descontando a falta de habilidade como escritor, ao menos, a imaginação e vanguardismo na elaboração de seus conceitos são inquestionáveis.
Gladiator é uma obra seminal de uma vertente cultural importante para o século XX, que ainda mantém sua relevância, para o bem ou para o mal. Não apenas apontou caminhos, mas também argumentou sobre um lado desagradável de possuir capacidades excepcionais. Muito antes das pessoas automaticamente associarem super poderes a colantes coloridos.
Se a Wylie faltava o poder da escrita, pode-se dizer que ele compensava com um dom de enxergar à frente. Bem mais à frente…