Apesar de ser praticamente uma sequência de clichês do gênero, este Um Momento Pode Mudar Tudo (You’re Not You) não merece ser descartado sem ao menos uma espiada na sua mensagem de amizade e seu forte elenco feminino, que engrandece o resultado do filme. Na produção, a excelente e duas vezes vencedora do Oscar de Melhor Atriz Hilary Swank (Menina de Ouro, Meninas Não Choram) é Kate, uma bem sucedida e impecavelmente organizada designer e pianista, que mora em uma bela casa, tem vários amigos e vive um casamento apaixonado com o dedicado Evan (Josh Duhamel, de Transformers e Um Porto Seguro).
Um ano e meio depois, Alice nem de relance lembra a determinada e bem sucedida pessoa que costumava ser. Vítima de uma terrível doença degenerativa, Alice mal se locomove, perdeu quase todas suas funções motoras, e depende do marido para se vestir e usar o banheiro. À procura de uma cuidadora para Kate, o casal encontra a rebelde, espontânea e relapsa Bec (Emmy Rossum, de Before I Disappear), uma jovem que aceita o trabalho apenas pelo dinheiro. Mas com o tempo, uma sensível e verdadeira relação de amizade entre Bec e Kate começa, transformando a natureza de sua relação.
Como já mencionado, trata-se de uma produção excessivamente convencional, cujo desfecho não é segredo para ninguém. Baseado no livro de Michelle Wildgen, o roteiro de Shana Feste (Amor Sem Fim) e Jordan Roberts (Operação Big Hero) em nenhum momento prima pela originalidade, por vezes sugando demais a excelente produção francesa Intocáveis (2012). A direção de George C. Wolfe (Noites de Tormenta) também oscila bastante, mas o poderoso elenco feminino encabeçado por Swank e Rossum, e que ainda conta com presenças das veteranas Marcia Gay Harden (O Nevoeiro) e Frances Fisher (Os Imperdoáveis), atenua os desvios do diretor.
Algumas sequências da produção funcionam, emocionando o espectador, em especial nos minutos finais, onde a interação entre Swank e Rossum garante momentos comoventes. Um Momento Pode Mudar Tudo (aliás, mais uma escolha de título nacional medíocre, hein?), acaba por ser uma produção com cara de filme para a TV ao estilo Super Cine da Globo, mas o elenco de primeira equilibra seu resultado.
Emociona, mas nem tanto.
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