Tomorrowland: Um lugar Onde Nada é Impossível foi comentado no Formiga na Cabine!
Ainda nos anos 60, Walt Disney tinha um sonho. O pai de Mickey Mouse queria criar uma cidade utópica, longe da criminalidade, da sujeira e do pessimismo crescente do mundo, com o simples propósito de garantir um futuro melhor ao mundo. Chamado de EPCOT (Experimental Prototype Community of Tomorrow), o projeto buscava reunir os grandes nomes da indústria que desenvolveriam tecnologias para garantir nosso bem-estar. Infelizmente, devido à morte prematura de Disney, o projeto nunca chegou a acontecer, mas algumas de suas ideias para a cidade acabaram sendo usadas nas atrações de seus parques. Em decorrência disso, a temática de EPCOT serviu de base para o novo filme dos estúdios Disney, Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível, que também toma emprestado o nome e conceitos de uma atração dos parques.
Na trama de Tomorrowland, somos enviados a uma dimensão paralela onde as mentes mais brilhantes do mundo são recrutadas para um lugar neutro, longe de ambições e ganância, com o objetivo de desenvolver tecnologias em prol do futuro da humanidade. Anos depois, a jovem Casey Newton (Britt Robertson) se depara com um broche que lhe dá um vislumbre deste mundo utópico, mas as coisas saem de controle quando ela, consequentemente, começa a ser perseguida por pessoas portando armas futuristas. Com muitas perguntas em aberto, Casey vai precisar da ajuda do inventor Frank Walker (George Clooney) e da garotinha chamada Athena (Raffey Cassidy) para juntos chegarem a esta outra dimensão e – nas palavras desta última – “consertar o mundo”.
A direção competente de Brad Bird, mais uma vez, nos entrega uma experiência completa composta por personagens cativantes, cada qual com sua motivação. A profundidade de cada um é dada de modo sutil, sem revelar mais do que o necessário para o desenvolvimento da própria história, característica dos filmes anteriores de Bird, que aqui também assina o roteiro ao lado de Damon Lindelof. A dupla soube criar muito bem uma trama rica, porém ágil, sem deixar nada passar despercebido pela tela e sem prender-se a algo por mais tempo que o necessário.
Trazendo o conceito mais clássico de uma boa aventura, onde personagens são colocados em situações completamente absurdas e fora do seu cotidiano, Tomorrowland nos dá aquele gostinho de nostalgia que os clássicos de ficção científica, tais como Flash Gordon, eram capazes de proporcionar. O visual remete muito ao estilo retrô, como o futuro era idealizado nas décadas de 30, 40 e 50, em histórias em quadrinhos e os primeiros filmes do gênero. Dando mais valor ao conjunto, toda essa pegada é misturada com um dos assuntos mais debatidos dos últimos anos, tornando a experiência mais relevante e atual. A junção de tudo que existe no filme é muito bem feita, desde o que é clássico ao que é contemporâneo, do que é baseado na realidade e o que é pura fantasia. A única coisa nem um pouco discreta são as toneladas de easter eggs, um melhor que o outro!
Tomorrowland tem aquela atmosfera que só os bons filmes da Disney conseguem ter! Aquele ar especial que os filmes de aventura deveriam buscar, mas que boa parte da indústria esqueceu, contentando-se em produzir coisas que não fedem e nem cheiram. Aqui, o aroma de uma aventura, realmente digna do termo, se faz presente do início ao fim. O clichê de diversão para toda a família pode muito bem ser aplicado, pois até o mais depressivo dos homens vai parar, nem que por um segundo, para refletir sobre a mensagem do filme, que em meio a inúmeros efeitos de computador é apenas uma… Simples e direto, seja otimista e jamais deixe de sonhar! Sonhe até o fim, assim como fez o próprio Walt Disney. Blá blá blá demais para você? Bom, talvez você só esteja na dimensão errada.