A famosa passagem de Dennis O’Neill e Neal Adams pelo Lanterna Verde, no começo da década de 1970, foi um marco no sentido de colocar super-heróis frente a frente com problemas muito reais. Junto do Arqueiro Verde, o Lanterna viajou pelos EUA, descobrindo um lado bastante sombrio dos EUA, cheio de mazelas sociais que até então os quadrinhos comerciais ignoravam.
Uma cena do início desta fase ficou famosa, quando um idoso observa que o Lanterna Verde trabalha para pessoas azuis, já ajudou gente laranja, roxa e outras, mas nunca fez nada por quem tem uma cor específica de pele. Confira abaixo:
Uma ruptura e tanto naquele mundo inocente (para o bem ou para o mal), mas o questionamento é por conta de uma revista que chegou hoje às lojas dos EUA. Em Cyborg #1, roteiro de David Walker e arte de Ivan Reis, mostra o herói, salvo por uma tecnologia que o tornou uma fusão de organismo humano e máquina, enfrentando uma situação parecida.
A revolta do deficiente é compreensível. Por que essas tecnologias servem apenas aos heróis, cuja preocupação não vai além de deter ameaças diretas ao mundo?
Nada contra seguir por esse caminho, desde que gere boas histórias, mas como o Bleeding Cool observou, fazer essas perguntas é fácil, mas o Universo DC – e mesmo a Marvel – suportaria as respostas? Um monte de roteirista tentou, mas poucos conseguiram se virar neste contexto.