Junji Ito discute uma visão distorcida do feminino em Tomie
Trabalho de estreia do celebrando Junji Ito, o mangá de terror Tomie saiu no Japão em 1987, enquanto o autor ainda trabalhava com próteses dentárias. Chamou atenção e, a partir dali, ele não parou mais, porém, o que chama muita atenção é que ele já tinha seus objetivos bem claros e mostrou muita segurança para um iniciante. Além de, é claro, já demonstrar a linha conceitual que perseguiria nos anos seguintes. Tomie é uma garota que desperta paixões ardentes por onde passa, em homens de todas as idades. Só que esse sentimento acaba descambando para um impulso homicida que, invariavelmente, acaba em esquartejamento e as partes do cadáver geram duplicatas da menina maligna.
Muito mais do que uma simples história de monstro, Tomie discute um relacionamento entre masculino e feminino, trazendo á tona discussões sobre a visão distorcida que um homem pode ter sobre uma mulher, e o feminino em geral. Neste contexto, atitudes extremas não são raras e é na extrapolação delas que Junji Ito trabalha os aspectos do horror bizarro. Uma história que traz estofo psicológico forte, mas não desaponta os fãs da escatologia gráfica. Um belo título no catálogo do Pipoca e Nanquim.
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