Hitchcock iniciou sua fase hollywoodiana com Rebecca
Alfred Hitchcock é bastante lembrado pelos clássicos que realizou trabalhando nos EUA, como Psicose, Um Corpo Que Cai, Festim Diabólico, Janela Indiscreta e tantos outros. Iniciando sua carreira em sua Inglaterra natal, o cineasta já era um nome de respeito quando o produtor David O. Selznick fez o convite para a mudança de ares. O interesse de Selznick em adaptar o livro de Daphne du Marier levou Hitchcock aos EUA, iniciando essa nova fase de sua carreira em 1940 com Rebecca, A Mulher Inesquecível (Rebecca).
Produção de porte, contando com nomes como o grande Laurence Olivier e Joan Fontaine, Rebecca começa como um conto de fadas. Nossa protagonista trabalha como assistente pessoal de uma socialite, quando conhece “Maxim” de Winter, um viúvo riquíssimo que se encanta com ela rapidamente. Ao aceitar casar-se com ele, ela não poderia imaginar que teria que lidar com o peso da falecida Rebecca em sua nova condição. A própria criadagem da mansão não ajuda nesta transição, um desconforto que a misteriosa governanta Sra. Danvers parece fazer questão de potencializar.
Rebecca engana seu espectador em seu primeiro ato, transformando-se sutil e gradativamente em um suspense. Instiga seu espectador a descobrir o que realmente aconteceu quando a mulher do título ainda estava viva. Ainda que Hitchcock não tivesse atingido o auge de sua capacidade criativa, várias marcas do diretor já se insinuam e mostram sua habilidade em burlar imposições de estúdio. O modus operandi de trapacear com seu elenco já estava presente, pois ele usou o atrito real entre Olivier e Joan Fontaine para que a atriz se sentisse deslocada de verdade no set, inevitavelmente levando isso para sua interpretação.
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