Com Péplum, Blutch cria sua própria versão do Satiricon
Autor premiadíssimo e celebrado no mundo inteiro pelos admiradores dos Quadrinhos, o francês Blutch – pseudônimo de Christian – criou uma obra bastante peculiar com Péplum. A princípio vista como uma reimaginação bastante livre do Satiricon de Petronio, tal qual o filme de Fellini, não demora para que leitores percebam que a proposta não se limita a isso. Apesar da ambientação na Roma antiga e um título que alude aos filmes de aventuras feitos a toque de caixa que formaram o subgênero “espada e sandália”, o álbum estimula diversas interpretações através de uma saga de identidade roubada e paixões alucinadamente idealizadas.
Fazendo-se passar pelo patrício exilado Públio Cimbro, o protagonista é obcecado pelo corpo de uma mulher dentro de um bloco de gelo. Essa imagem não deixará incólumes outros que passam por seu caminho, levando-o por várias situações e reviravoltas que adicionam mais camadas a essa jornada e a ele próprio. No final, cabe a nós refletir qual o real discurso da obra, com várias linhas de raciocínio possíveis, o que mostra o grande valor de Péplum. Simplesmente, o peso colocado na fama de Blutch é plenamente justificado ao fim da leitura e não frustra expectativas de quem busca obras com substância conceitual.
Gostaria de acrescentar alguma coisa ou discordar? Quer dar sua opinião? Comente aí ou mande um email para [email protected]. Ainda não se inscreveu nem nosso canal? Aproveite para fazê-lo agora mesmo e ative o sino para notificação a cada novo vídeo publicado. Também deixe um like para nós. Ah, e não se esqueça de compartilhar. Voltamos na próxima quarta!
Assista!