A anarquia das HQs vertida em animação em Heavy Metal
Em 1981, a revista Heavy Metal já era uma instituição dos quadrinhos. Começando como uma espécie de filial norte-americana da francesa Metal Hurlant, a publicação foi aos poucos encontrando sua própria voz, ancorada em alguns princípios do underground norte-americano e fazendo uma relação óbvia com a cena musical. Não parecia possível levar esse espírito para uma obra audiovisual, ainda mais pensando no conteúdo violento e erótico destes quadrinhos, mas aconteceu. Com nomes improváveis na produção, como Ivan Reitman e John Candy, a direção ficou a cargo de Gerald Potterton, adaptando materiais de Dan O’Bannon, Richard Corben, Berni Wrightson e outros.
Em um momento onde o cinema comercial se tornava menos adulto, mas a demanda por fantasia era maior, Heavy Metal caminhou entre o mainstream e o alternativo, entregando um dos maiores longas de animação de todos os tempos. Não somente a multiplicidade de estilos e a excelência técnica por trás de cada segmento da antologia, o espírito da publicação se mostra pulsante em cada frame. Dizer que envelheceu muito bem é até redundante, mantendo-se tão interessante até hoje para valer uma boa conversa sobre o assunto.
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