Com Dr. Fantástico, Stanley Kubrick fez o mundo rir da Guerra Fria
Injustamente menos lembrado entre a brilhante galera de obras da filmografia do gênio Stanley Kubrick, Dr. Fantástico (Dr. Stangelove) é um exemplar cinematográfico que merece a atenção do público por diversos motivos. Entre eles, a crítica contundente feita à paranoia anticomunista da Guerra Fria e a brilhante atuação de Peter Sellers em três papeis bem diferentes, incluindo o do título. Porém, talvez o mais importante neste conjunto seja o equilíbrio delicado que o diretor conseguiu manter ao conduzir esta comédia de tema difícil, divertindo o público ao mesmo tempo em que deixava uma sensação incômoda.
A história acompanha três núcleos, divididos entre o gabinete de um general que surta sobre um plano soviético improvável, desencadeando um ataque nuclear em solo russo através de um protocolo especial, a sala de guerra onde o presidente e a cúpula do exército deliberam sobre como deter o insano ataque e, finalmente, o avião destacado para o ataque. Assim, o palco é armado para satirizar a estupidez de ambos os lados do conflito, sempre com diálogos impagáveis e ótimas atuações.
Chama atenção que uma comédia de 1964 traga personagens que se pareçam tanto com tipos da atualidade, infelizmente denotando um certo caráter profético do filme. Independente disso, Dr. Fantástico é um filme que deve ser visto e revisto hoje, não apenas pelo seu texto afiado e atual, mas também por celebrar o talento de um cineasta da envergadura de Kubrick, que emplacou um grande sucesso na ocasião.
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