A Estrada Perdida é David Lynch puro e merecia ser mais comentado
Em 1997, quando A Estrada Perdida (Lost Highway) estreou, David Lynch já era conhecido por fazer filmes recheados de símbolos oníricos e outros elementos que desafiavam o público a interpretar tais experiências. Quando se fala no cineasta e sua filmografia, no entanto, a impressão que fica é que este exemplar acaba um pouco apagado e menos comentado do que deveria, em comparação, por exemplo, com Cidade dos Sonhos, de 2001. Porém, uma revisão hoje em dia mostra que as duas obras estão em pé de igualdade, até mesmo dialogando entre si de uma forma sutil.
A Estrada Perdida mostra um saxofonista, vivido por Bill Pullman, cuja vida conjugal é abalada a partir de uma mensagem estranha e inexplicável pelo seu interfone. Quando o casal começa a receber filmagens feitas dentro de sua casa enquanto eles dormem, a trama escala até um assassinato, envolvendo presenças estranhas e ocorrências bizarras. Lynch construiu um quebra-cabeça que leva o público em uma experiência quase surreal, onde o trabalho na trilha sonora, na fotografia e nas atuações, destacando Robert Blake e Patricia Arquette, é absolutamente marcante.
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