A Devolver Digital já é um estúdio de relevância no cenário indie, apesar de ser relativamente nova – fundada em 2009. Após as recepções amigáveis aos novos games de Serious Sam e do frisson causado pelo exemplar Hotline Miami, houve expectativa para o próximo lançamento do estúdio. Mantendo o alto padrão de qualidade, eis que surge Broforce, um game run and gun 2D side scroller que procura parodiar os heróis e filmes de ação dos anos 1970, 80, 90 e até mesmo de 2000.
Por incrível que pareça, há um modo história que praticamente não tem história. Apenas dá a origem para justificar o jogo e a união dos bros em Broforce. O demônio em pessoa surge na Terra e contrata todos os terroristas do mundo para tocar o caos. Nisso, sem saber por quem recorrer, os líderes mundiais convocam a super força Broforce para eliminar o todo o mal do planeta – mesmo que tenha que o explodir inteiro para conseguir o feito.
A graça fundamental da campanha é jogar no modo co-op de até quatro jogadores. Tanto pela curva de dificuldade diminuir quanto rir com os amigos toda vez que se auto explodir sem querer. O game é mesmo frenético já que a mecânica aposta na rápida velocidade. Seja na movimentação como nos tiroteios alucinantes, nas explosões e na engine que permite a destruição completa dos cenários.
Com uma campanha que pode se estender até seis horas de duração, o game sempre oferece desafios novos graças a diversidade expressiva de cenários e de inimigos. Algumas fases buscam inspiração direta de filmes clássicos como Aliens, o Resgate, entre outros. Até mesmo em uma ação para promover Os Mercenários 3, o jogo ganhou um modo dedicado chamado The Expendabros.
A mecânica dos personagens é basicamente a mesma, alterando somente os ataques principais de munição infinita, poses e especiais. Por exemplo, Rambro – todas as paródias dos heróis recebem “bro” no nome, atira com metralhadoras e dispara granadas; Bromax usa sua clássica shotgun de cano-serrado e usa boomerangs; Ellen Ripbro conta com o rifle de pulso e o lança-chamas. No total, são 35 personagens clássicos para poder utilizar.
Porém, isso nunca é feito a partir da escolha do jogador. Assim que a fase começa, recebemos um personagem – que você já tenha desbloqueado, claro – para jogar. Nisso temos que salvar outros bros das mãos dos terroristas para ganharmos uma vida extra. Quando libertamos um bro, assumimos outro personagem, quando morremos, o mesmo acontece. Dependendo do jeito que você encara, isso pode ser um porre ou uma jogada excelente para te forçar a não viciar seu estilo de jogo, já que é preciso adaptar as estratégias toda vez que assumimos um novo herói.
Também é legal notar que sempre antes de começarmos uma série de fases, tomamos controle de um helibroptero que pode circundar o globo. Ali, é possível ver até alguns efeitos de física de elementos como terra, água, florestas e aves reagindo ao vento das hélices – mesmo com o estilo gráfico do game ser 8bits, a física do game surpreende.
Outros modos de jogo completam o pacote como versus, explosion runs, suicide mode e horda. Para quem gosta de construir, é possível criar níveis inteiros com as ferramentas de construção.
Broforce é um daqueles clássicos exemplos de jogos que não colocamos nenhuma fé, mas que consegue surpreender muito com sua proposta hilariante. Se bater a nostalgia da jogabilidade tão querida Mega Man, Contra ou de Metal Slug não há melhor escolha.
