Retrospectiva do Cinema Novo
30 de abril a 15 de junho
Entrada Gratuita
A Cinemateca Brasileira, em parceria com a Unifesp, apresenta a uma grande exposição dedicada a um dos movimentos centrais da cultura brasileira – o Cinema Novo.
O Brasil vivia um fértil momento de transformações na década de 1950 – uma intensa migração de pessoas do campo para as cidades, uma sociedade de perfil agrário que passava a industrial, a construção de Brasília e a arquitetura de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, a publicação de Grande sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a estreia teatral de Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes com música de Tom Jobim, o lançamento do disco Chega de saudade, de João Gilberto. Um grupo de cineastas ainda muito jovens, influenciados por filmes como Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos e O Grande Momento, de Roberto Santos, pela nouvelle vague, e atentos à movimentação cultural que acontecia, começa a dar forma ao Cinema Novo. É um dos passos mais efetivos de nossa cinematografia em direção ao cinema moderno, tanto na linguagem dos filmes, como no uso de equipamentos mais modernos.
A mostra exibirá 53 filmes – 35 longas-metragens e 18 curtas-metragens – diversos deles raramente exibidos. A retrospectiva apresenta alguns dos primeiros passos de cineastas ligados ao movimento: Pátio (1959), primeiro curta de Glauber Rocha, uma obra experimental interpretada por Helena Ignez; O poeta do castelo e O mestre dos Apipucos (1959), dois curtas de Joaquim Pedro de Andrade acerca do trabalho de Manoel Bandeira e Gilberto Freyre, respectivamente; Arraial do Cabo (1960), obra inaugural de Paulo César Saraceni, dirigido em parceria com o fotógrafo Mário Carneiro; os marcos do cinema baiano Bahia de todos os santos (1960), de Trigueirinho Neto, A grande feira (1961) e Tocaia no asfalto (1962), de Roberto Pires; o longa coletivo Cinco vezes favela (1962), com episódios de Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Carlos Diegues, Miguel Borges e Marcos Farias, uma das principais obras do período.
Serão exibidas novas cópias em 35mm de Esse mundo é meu (1964), de Sérgio Ricardo e O bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dhal, produzidas especialmente para esta mostra. Cópias restauradas anteriormente pela Cinemateca, e ainda inéditas em São Paulo, de filmes como Câncer (1968/1972), de Glauber Rocha, S. Bernardo (1972), de Leon Hirszman, Brasil ano 2000 (1969), de Walter Lima Jr., Os cafajestes (1962), de Ruy Guerra e O padre e a moça (1966), de Joaquim Pedro de Andrade.
Filmes raros como Gimba, presidente dos valentes (1963), de Flávio Rangel, Ganga Zumba (1964), A grande cidade (1966) e Os herdeiros (1969), de Carlos Diegues, O grito da terra (1964), de Olney São Paulo, Garota de Ipanema (1967), de Leon Hirszman e Memória de Helena (1969), de David Neves. Também preciosidades pertencentes a acervos parceiros, como A vida provisória (1968), de Maurício Gomes Leite, Os deuses e os mortos (1970), de Ruy Guerra e A casa assassinada (1971), de Paulo César Saraceni.
Uma grande exposição complementa a experiência da mostra, com diversos materiais referentes à produção dos filmes, como roteiros originais e storyboard, que registram o processo criativo das obras; documentos que mostram a enorme repercussão do movimento no Brasil e no exterior (reportagens de jornais nacionais e estrangeiros, artigos da crítica especializada, folhetos dos filmes e de eventos, certificados de premiação); documentos que registram as relações pessoais e profissionais entre os integrantes do cinema novo (cartas, poemas, críticas dos filmes); publicações diversas sobre o Cinema Novo; materiais de divulgação: cartazes originais, muitos criados por grandes nomes das artes gráficas no país (Rogério Duarte, Ziraldo, Rubens Gerchman, Lielzo Azambuja) e fotografias (de cena, de filmagens, das personalidades, reprodução de fotogramas dos filmes).
Realização: Cinemateca Brasileira
Coordenação de difusão: Leandro Pardi
Curadoria e programação: Sergio Silva
Produção de cópias: Nancy Korim
Coordenação de documentação: Gabriela de Sousa Queiroz
Técnicos de documentação: João Marcos de Almeida e Rayane Silva
Exposição fotográfica: Fernando Fortes
Produção: Bia Ferreira Leite e Livia Fusco
Assessoria de imprensa: Karina Almeida
PROGRAMAÇÃO (Primeira semana)
QUINTA 30/04
SALA BNDES
18h00 A GRANDE FEIRA
20h00 PÁTIO | BARRAVENTO
SALA PETROBRAS
18h30 BAHIA DE TODOS OS SANTOS
20h30 CINCO VEZES FAVELA
SEXTA 01/05
SALA BNDES
16h00 O POETA DO CASTELO | O MESTRE DOS APIPUCOS | ARUANDA | ARRAIAL DO CABO
18h00 TOCAIA NO ASFALTO
20h00 OS CAFAJESTES
SALA PETROBRAS
17h00 PORTO DAS CAIXAS
19h00 GIMBA, PRESIDENTE DOS VALENTES
SÁBADO 02/05
SALA BNDES
16h00 GARRINCHA, ALEGRIA DO POVO
18h00 A FALECIDA
20h00 DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
SALA PETROBRAS
17h00 GANGA ZUMBA
19h00 O GRITO DA TERRA
DOMINGO 03/05
SALA BNDES
17h00 OS FUZIS
19h00 O DESAFIO
SALA PETROBRAS
18h00 MEMÓRIA DO CANGAÇO | NOSSA ESCOLA DE SAMBA | VIRAMUNDO | SUBTERRÂNEOS DO FUTEBOL
SINOPSES E FICHAS TÉCNICAS
Os cafajestes, de Ruy Guerra
Rio de Janeiro, 1962, 35mm, pb, 93’
Jece Valadão, Norma Bengell, Daniel Filho, Lucy Carvalho
Com a ajuda de um amigo malandro, playboy carioca tenta chantegear um tio rico tirando fotos comprometedoras do velho com a amante. Os Cafajestes foi lançado com escândalo em 1962. Sua trajetória comercial incluiu censura, cortes e manifestações indignadas da Igreja. O filme exibiu o primeiro nu frontal do cinema brasileiro num longo plano-seqüência, repleto de crueza.
Classificação indicativa: 16 anos
Os Fuzis, de Ruy Guerra
Rio de Janeiro, 1963, 35mm, pb, 80’
Átila Iório, Nelson Xavier, Hugo Carvana, Paulo César Peréio
Grupo de soldados é enviado a uma cidadezinha do interior da Bahia para impedir que habitantes esfomeados saqueiem os armazéns locais. Filme representativo do clima de euforia política que antecede o golpe militar de 1964, Os Fuzis é uma das obra-primas do cinema brasileiro. Recebeu o Urso de Prata (Prêmio especial do júri) no Festival de Berlim de 1964.
Classificação indicativa: 14 anos
Memória do cangaço, de Paulo Gil Soares
Rio de Janeiro, 1964, 35mm, pb, 26´
Documentário sobre o Cangaço, movimento armado de bandoleiros que atuou no nordeste brasileiro na década de 1930, incluindo depoimentos de sobreviventes da luta (policiais e cangaceiros), análise do antropólogo Estácio de Lima e imagens originais de 1936, filmadas por Benjamim Abrahão, mascate que se infiltrou nas fileiras de Lampião.
Classificação indicativa: 14 anos
Viramundo, de Geraldo Sarno
São Paulo, 1965, 35mm, pb, 40’
Sarno registra a chegada de nordestinos em São Paulo, a procura de emprego, e seu retorno ao nordeste após constatar a precariedade das condições de vida e trabalho oferecidas pela grande metrópole.
Classificação indicativa: 14 anos
Nossa escola de samba, de Manuel Horácio Gimenez
Rio de Janeiro, 1965, 35mm, pb, 29’
Ao acompanhar a organização do desfile da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, o filme vai nos revelando o cotidiano da vida no morro: homens e mulheres que diariamente descem ao asfalto para trabalhar, adolescentes que esgotam as possibilidades de estudos por falta de escolas, as muitas crianças aprendendo a fazer samba, de olhos vidrados nos passistas e cantores que orgulhosos empunham seus instrumentos na grande festa do carnaval carioca.
Classificação indicativa: 14 anos
Subterrâneos do futebol, de Maurice Capovilla
São Paulo, 1965, 16mm, pb,30’
Documentário sobre a paixão brasileira pelo futebol, o sonho de ascensão econômica dos jovens pobres que tentam ingressam na carreira de jogador e a válvula de escape das tensões sociais da maioria da população torcedora. Depoimentos dos jogadores Pelé, Vavá e Zózimo e do treinador Vicente Feola.
Classificação indicativa: 14 anos
Tocaia no asfalto, de Roberto Pires
Salvador, 1962, 35mm, pb, 100´
com Geraldo Del Rey, David Singer, Othon Bastos, Antônio Pitanga
Rufino, matador de aluguel, é mandado para a Bahia, onde deve assassinar o Coronel Pinto Borges. O mandante do crime é o Coronel Domingos. Na Bahia, Borges dá uma festa para lançar sua candidatura ao governo do Estado. Sua filha descobre várias coisas sobre o pai.
Classificação indicativa: 14 anos
Gimba, o presidente dos valentes, de Flávio Rangel
Rio de Janeiro, 1963, 35mm, pb, 85’
com Pedro Paulo Rangel, Jorge Coutinho, Milton Moraes, Cyro Monteiro
Um jovem favelado do morro carioca, querendo abandonar o mundo do crime, sucumbe à tenaz perseguição de cerco policial. Único filme de Flávio Rangel, com participação especial de Ruth de Souza e Paulo Emílio Salles Gomes. Baseado em peça de Gianfrancesco Guarnieri.
Classificação indicativa: 14 anos
Cinco vezes favela, de Marcos Farias, Miguel Borges, Carlos Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman
Rio de Janeiro, 1962, 35mm, pb, 99’
Flávio Migliaccio, Waldyr Onofre, Francisco de Assis, Oduvaldo Viana Filho
Os episódios são cinco histórias sobre as possibilidades do desenvolvimento da consciência política na favela do Brasil dos anos 60. O filme é uma produção do CPC – Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, inspirada pelo curta de Joaquim Pedro de Andrade que compõem o longa com os filmes dirigidos por Leon Hirszman, Miguel Borges, Carlos Diegues, e Marcos Farias.
Classificação indicativa: 14 anos
Ganga Zumba, de Carlos Diegues
São Paulo, 1963-1964, 35mm, pb, 120’
Antonio Luís Sampaio, Eliezer Gomes, Luiza Maranhão, Jorge Coutinho
Escravos de um engenho do Nordeste tramam uma fuga para o Quilombo dos Palmares, comunidade formada por negros que recusam a exploração dos senhores do açúcar. Entre eles, está o jovem Ganga Zumba, futuro líder da república revolucionária. Baseado no livro de João Felício dos Santos, Ganga Zumba foi exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 1964. Primeiro longa-metragem de Carlos Diegues.
classificação indicativa: 14 anos
A falecida, de Leon Hirszman
Rio de Janeiro, 1965, 35mm, BP, 85′ | exibição em HDCAM
com Fernanda Montenegro, Ivan Cândido, Nelson Xavier, Paulo Gracindo, Joel Barcelos
Após uma visita à cartomante, Zulmira é informada que uma loira pode ameaçar sua paz. Ao conversar com seu marido Toninho , ela desconfia que a prima Glorinha pode ser a tal loira. Mal de saúde, Zulmira faz todos os preparativos para o dia de sua morte e pede ao marido desempregado que trate dos custos do caixão e com o funeral mais luxuoso do Rio de Janeiro. Primeiro longa-metragem de Leon Hirszman, uma das melhores adaptações da obra de Nelson Rodrigues para o cinema.
classificação indicativa: 14 anos
O Mestre dos Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade
Brasil, 1959, 16mm, BP, 9′ | Exibição em HDCAM
O filme documenta a vida diária e o método de trabalho do escritor e sociólogo Gilberto Freire, em sua casa em Apipucos: seus prazeres gastronômicos, a beleza da moradia, o exercício da intelectualidade e o prazer sem divisões específicas.
classificação indicativa: 12 anos
O poeta dos Castelos, de Joaquim Pedro de Andrade
Brasil, 1959, 16mm, BP, 10’| Exibição em HDCAM
Versos de Manuel Bandeira, lidos pelo poeta, acompanham e transfiguram os gestos banais de sua rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio; a modéstia do seu lar, a solidão, o encontro provocado por um telefonema, o passeio matinal pelas ruas de seu bairro.
classificação indicativa: 12 anos
Aruanda, de Linduarte Noronha
João Pessoa, 1960, BP, 35mm, 21´| Exibição em HDCAM
Os quilombos marcaram época na história econômica do Nordeste canavieiro. A luta entre escravos e colonizadores terminava, ás vezes, em episódios épicos, como Palmares. Olho d´Água da Serra do Talhado, em Santa Luzia do Sabugui (PB), surgiu em meados do século passado, quando o ex escravo e madeireiro Zé Bento partiu com a família à procura de terra de ninguém.
classificação indicativa: 12 anos
Arraial do Cabo, de Mario Carneiro e Paulo César Saraceni
Rio de Janeiro, 1959, 35mm, pb. 17 min
A instalação de uma indústria química em um reduto de pescadores (Arraial do Cabo), litoral do Estado do Rio de Janeiro, traz como consequência as transformações sociais e interferências nas formas tradicionais da vida local.
classificação indicativa: 14 anos
Pátio, de Glauber Rocha
Salvador,1959,16mm,BP,11´
com Helena Ignez e Solon Barreto
Num terraço de azulejos em forma de xadrez, um rapaz e uma moça Esses dois personagens evoluem lentamente: se tocam, rolam no chão, se distanciam, se olham. Belo curta-metragem de estreia de Glauber Rocha e Helena Ignez.
classificação indicativa: 12 anos
Barravento, de Glauber Rocha
Salvador, 1961, 35mm,BP,80´
com Antonio Pitanga, Luiza Maranhão, Lucy de Carvalho, Aldo Teixeira e Lídio Silva
Um homem que volta à aldeiazinha de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião. O termo “Barravento”, conforme explicado no início do filme, “é o momento de violência, quando as coisas de terra e mar se transformam, quando no amor, na vida e no meio social ocorrem súbitas mudanças”. Primeiro longa-metragem de Glauber Rocha.
classificação indicativa: 14 anos
Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
Rio de Janeiro, 1964, 35mm, pb, 110’
Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle
Castigado pela seca e pela exploração, camponês sangra o latifundiário que o oprime. Ao lado da mulher, foge pelo sertão até encontrar um líder messiânico. O casal se torna seu discípulo, porém, tempos depois, a mulher se revolta e mata o religioso. Novamente à deriva, eles rumam pelo sertão e encontram, finalmente, um terrível cangaceiro, que está sendo perseguido por um matador de aluguel. Uma obra-prima do cinema brasileiro. Destaque para a música de Sérgio Ricardo, feita a partir do trovadorismo sertanejo e da poesia popular. Letreiros da artista plástica Lygia Pape.
classificação indicativa: 14 anos
O desafio, de Paulo César Saraceni
Rio de Janeiro, 1965, 35mm, pb, 100’
Joel Barcellos, Sérgio Britto, Hugo Carvana, Oduvaldo Vianna Filho
Um jornalista, amargurado com o fracasso de sua crença na revolução popular, vendo seus amigos serem perseguidos, presos e torturados, vê ruir também o seu caso amoroso com uma mulher burguesa. Concebido e realizado logo após o golpe de Estado de 1964, o filme estuda o desnorteio e a perplexidade das esquerdas com o início do regime militar, em paralelo à efervescência artística e intelectual em curso naqueles anos. Vencedor dos prêmios Torre-Nilson e Revista Cinema Novo no Primeiro Festival Internacional do Filme, em 1965, no Rio de Janeiro e do Prêmio Historiadores do Cinema Mundial no Festival de Cannes de 1965. Uma das obras-primas do Cinema Novo.
Não indicado para menores de 14 anos
Porto das Caixas, de Paulo César Saraceni
Rio de Janeiro, 1962, 35mm, pb, 75’
Irma Álvares, Reginaldo Faria, Paulo Padilha, Joseph Guerreiro
Disposta a matar o marido que a oprime, uma mulher procura a ajuda de seu amante e de diversos homens. Sem encontrar apoio neles, decide assassiná-lo sozinha. Destaque para a fotografia de Mario Carneiro.
classificação indicativa: 16 anos
Bahia de todos os santos, de Trigueirinho Neto
Bahia, 1960, 35mm, pb, 102’ | Exibição em Beta Digital
Elenco:Jurandir Pimentel, Lola Brah, Arassary de Oliveira, Antonio Luís Sampaio
Durante a ditadura do Estavo Novo, jovem rejeitado pelos pais sobrevive de pequenos furtos no porto de Salvador e dos favores de uma amante inglesa. Sua vida fica complicada quando envolve-se com um grupo de operários grevistas. Religião e política, autoritarismo e greve operária, adultério e racismo perpassam Bahia de Todos os Santos, que terá influência significativa na formação do movimento cinemanovista. Prêmio Saci de Melhor argumento, produtor e atriz para Arassary de Oliveira, em 1961.
Não indicado para menores de 14 anos
O Grito da terra, de Olney São Paulo
Feira de Santana, 1964, 35mm, pb, 83’
Helena Ignez, João de Sordi, Lucy Carvalho, Lídio Silva
Duas jovens vivem no sertão nordestino. Enfastiada, uma delas quer sair a qualquer custo do vilarejo onde mora para ir ao Sul; típica camponesa, a outra acredita na força de seus familiares e conhecidos para enfrentar a seca e a pressão dos coronéis. Sob o clima de euforia revolucionária que antecede o golpe militar de 1964, O Grito da terra trata de temas urgentes para a época – reforma agrária, seca e fome no Nordeste. Diretor importante para a história do cinema baiano, Olney foi preso e torturado pelos militares quando um de seus filmes, o curta Manhã cinzenta (1968), foi encontrado na residência de um dos participantes do primeiro seqüestro político no país. Olney não tinha nenhuma ligação com a ação da guerrilha.
Não indicado para menores de 14 anos
Garrincha, alegria do povo
direção: Joaquim Pedro de Andrade
Rio de Janeiro, 1962, 35mm, pb, 61’ | Exibição em HDCam | Legendas em inglês
Documentário sobre a trajetória do grande astro do futebol brasileiro, Mané Garrincha. A partir de depoimentos e cenas dos dribles e gols do jogador, o filme retrata a paixão ardorosa do povo pelo futebol, visto não como um esporte inocente, mas como uma catarse, onde o torcedor esvai aos berros seus anseios e frustrações acumulados durante a semana. Também denuncia as mazelas dos contratos com os times, que subjugavam o atleta ao clube.
Classificação indicativa: Livre
A Grande feira, de Roberto Pires
Salvador, 1961, 35mm, pb, 94’
Geraldo D’El Rey, Luiza Maranhão, Helena Ignez, Antonio Luis Sampaio
Feirantes de Água dos Meninos, em Salvador, são ameaçados de despejo por um empresa imobiliária e lutam para não perder o terreno. A partir desse acontecimento, cria-se uma trama enredando diversos personagens – uma prostituta, um ladrão, um marinheiro e uma milionária romântica. Clássico da filmografia baiana.
Não indicado para menores de 12 anos