Um trabalho que acerta em seu tom intimista
Indianópolis, Meu Amor, filme brasileiro em curta metragem escrito e dirigido por Guilherme Ferraro, mostra um casal que se conhece, ou se reencontra, de uma forma pouco usual na Av. Indianópolis, em São Paulo. Filmado em preto e branco, conferindo um leve clima de mistério a essa sutil história de amor, Guilherme desenvolve a progressão narrativa de uma forma não-linear. Dito desta forma, pode parecer que se trata de uma história completamente aberta e experimental, mas não é bem assim.
(Confira também o interessante Pray, curta nacional de terror)
A partir do encontro dos dois protagonistas, vividos por Eliot Tosta e Monalisa Marchi, acompanhamos os recortes da interação entre eles, em cerca de dezoito minutos. Esses momentos constroem o relacionamento para o espectador, mas também deixam algum espaço para que interpretemos o panorama geral da situação, preenchendo as lacunas deixadas intencionalmente, o que é ótimo.
Sobre o pai da criança…
Com Indianópolis, Meu Amor, rodado em 2015, Guilherme Ferraro estreia como diretor deixando claro seu amor e seu envolvimento com a Sétima Arte. Trabalhando na área há mais de uma década, começou estagiando na produção do longa metragem Garotas do ABC (2003), de Carlos Reichenbach. Já trabalhou com publicidade e documentários, atuando mais recentemente na produção de Califórnia (2015), de Marina Person, e na sitcom da Warner Eu Quero Ter Um Milhão de Amigos.
Cinéfilo de carteirinha, ele traz essa bem vinda bagagem ao trabalho, citando diretamente o grande Brian De Palma (tema de um ótimo documentário recente), além de evitar um erro comum dos estreantes. Indianópolis, Meu Amor não peca pelo excesso de ambição, visual ou narrativa. É uma história simples, contada de uma forma simples, com a virtude de não subestimar seu espectador. Uma atitude que denota uma carreira promissora.
O curta metragem está disponível na íntegra abaixo. Separe alguns minutos do seu dia para apreciá-lo e não deixe de comentar conosco o que achou.
Confira!