O diretor japonês Takashi Shimizu não é nenhum menino dentro do universo de horror. Tem na bagagem um sucesso internacional realizado no início deste século, o remake americano de seu próprio filme, O Grito, de 2004. Nesta época, as refilmagens japonesas deste gênero estavam no auge e O Chamado também fazia o povo pular das cadeiras. Se são filmes bons ou ruins, não importa discutir isto neste momento, estavam na moda. A verdade é que o público devorava estes remakes orientais com euforia e queria mais.
Shimizu deu uma sumida do cinema global após O Grito e O Grito 2, obtendo pouco sucesso em seus trabalhos posteriores, mas agora, neste Voo 7500, retorna a dirigir um elenco americano, desta vez sem grandes estrelas. Poucos rostos familiares, talvez um ou outro você tenha visto por aí e, mesmo assim, provavelmente não irá se lembrar de onde…
E o que saiu deste Voo 7500? Vamos por partes, como diria Jack…
A sinopse é a seguinte: um voo sai dos Estados Unidos em direção ao Japão. Durante as dez horas de voo, os passageiros aos poucos tentam se distrair até uma misteriosa morte acontecer. Alguns começam a perceber uma estranha presença, talvez sobrenatural, dentro do avião e fenômenos incomuns começam a aparecer e movimentar a vida dos passageiros e tripulantes.
Mesmo que o gênero terror (ou horror) tenha um bom apelo de bilheteria, convenhamos que são poucos os exemplos atuais que realmente agregam alguma coisa significativa para a sua vida de cinéfilo. Assim sendo, sem rodear muito, já vale adiantar que este feito do japonês Takashi Shimizu entra no pacote das obras esquecíveis. Não espere relevância alguma, meu amigo…
O filme não foi feito para a TV, mas faria um bem se fosse diretamente para a telinha, ou melhor, se não fosse dirigido para nenhum dos dois veículos. O roteiro tem falhas básicas, os efeitos especiais são fracos, os sustos são previsíveis e as atuações condizem com o resto da produção, ou seja, estão no mesmo baixo nível.
Shimizu até tenta moldar seus personagens com uma certa profundidade, buscando nos primeiros 20 minutos atrair o público aos seus dilemas, mas os diálogos preguiçosos entregam a falta de substância da obra. Um de seus grandes erros está em colocar núcleos diversos dentro da mesma trama, levada a tela em uma duração simplória de 75 minutos (no final das contas, essa duração menor pode ser bom para o espectador). Existe um casal recém-separado, outro em lua de mel, amantes, uma esposa obsessiva por seu casamento, entre outros. Tudo isso e mais um pouco, enquanto você vai se importando cada vez menos com todos eles ao longo dessa sofrível jornada. Pior ainda é o desfecho que tenta em vão salvar a produção com um twist mal resolvido e pretensioso.
Sinceramente, não há como tirar proveito desta produção e a recomendação é que você passe direto. Não passei reto por puro profissionalismo (obrigado Formiga Elétrica por existir!), mas pelo menos deixo meu relato agora para evitar que outras pessoas tenham a mesma experiência. Estou contribuindo para um bem maior…