Estaria Jennifer Aniston tornando-se um daqueles casos de atores que enjoam de comédias bobas, migrando para outros tipos de filmes (vide Matthew McConaughey)? É o que parece se analisarmos seus mais recentes trabalhos, Cake e Sem Direito a Resgate (A Life of Crime). Este último não deixa de ser uma comédia, mas com um tom muito mais ácido do que a atriz costuma fazer.
O filme conta a história de um golpe orquestrado pelos bandidos Ordell (Mos Def) e Louis (John Hawkes) que consiste em sequestrar a dona de casa e mãe de família Mickey Dawson (Aniston), e consequentemente pedir um resgate no valor de 1 milhão de dólares ao seu marido, interpretado por Tim Robbins, que por sua vez já não está mais interessado pela esposa, e sim pela amante, interpretada pela bela Isla Fisher.
Baseado na obra “The Swich” de Elmore Leonard (Jackie Brown, Irresistível Paixão, etc) o fraco roteiro é o maior problema do filme. Com um desenvolvimento vagaroso, mas principalmente desinteressante, os grandes acontecimentos (que já são poucos) demoram a acontecer. Personagens desinteressantes e absolutamente inúteis na trama estão lá apenas por capricho. Por diversas vezes, somos expostos a um tipo de humor fraco, e muitas vezes familiar, o que impossibilita que o diretor Daniel Schechter tenha êxito em suas tentativas de tornar a película interessante.
Schechter, que mostra habilidade com a câmera e apresenta sempre movimentos ousados, não de forma vã, mas sempre com algum intuito, é o contraponto do roteiro. Um diretor que busca empregar sua marca de forma forte e efetiva merece no mínimo atenção. As boas escolhas do elenco e da direção de arte certamente tiveram influencia do mesmo, e ambos colocam o espectador em um universo verossímil. Quanto a Aniston e o resto do elenco; todos têm atuações realmente competentes e eficientes – com destaque para John Hawkes – mas andam sempre em paralelo com as limitações do filme, já descritas anteriormente.
Aniston e Schechter certamente são profissionais competentes, que podem sim almejar algo de maior em suas carreiras, mas para isso, escolhas corretas devem ser tomadas, a começar por bons roteiros. Caso contrario, o diretor vai ser apenas mais um na indústria; e Aniston vai ser sempre Rachel, a eterna Friend.
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