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O Garoto Fantasma – Animação despretensiosa e competente!

O Garoto Fantasma é um bom passatempo, apesar de raso

O Garoto Fantasma (Phantom Boy), longa de animação de 2015, da dupla Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli (Um Gato em Paris) se mostra interessante desde o início por conta do conceito. Com diálogos muito bons, o filme só perde a chance de ser melhor por conta de uma trama muito simples.

Crítica da animação francesa O Garoto Fantasma

O Garoto Fantasma

A história é ambientada em Nova York e acompanhamos Leo (voz de Gaspard Gagnol), um menino de 11 anos que está no meio de um tratamento de câncer. Leo tem um poder especial: ele pode sair do seu corpo e flutuar por aí como um fantasma. Um dia, a cidade é ameaçada por um louco com o rosto desfigurado (Jean-Pierre Marielle). A não ser que receba 1 bilhão de dólares, vai soltar um vírus em todos os computadores da cidade. No mesmo hospital onde Leo está internado, chega Alex (Edouard Baer), um policial que afirma saber o paradeiro do homem desfigurado, mas está com a perna quebrada e ninguém acredita em sua palavra. O menino decide ajudar Alex usando seus poderes.

Bom, já deu para perceber que a trama é muito simples. Não tem grandes reviravoltas no roteiro de Alain Gagnol, que é bem direto e não engana o espectador quanto às suas reais intenções. Mas é a falta de pretensão do filme que o torna tão agradável, com uma ingenuidade simpática. Até seu senso de humor se revela de uma grande inocência, com piadas com os próprios clichês: o chefe de policia teimoso, a mocinha jornalista esperta (Audrey Tatou), os capangas paspalhões, o menino que quer ser policial, etc. Mas ele faz isso bem, por conta dos ótimos diálogos, que conseguem tirar os personagens do terreno da caricatura.

Na verdade,o principal problema do filme é não explorar o próprio conceito do fantasma. Quando aparece que vai aprofundar melhor, torna-se uma típica história de parceiros, deixando de lado outros temas. Isso acaba enfraquecendo o próprio conceito, que vira muleta para os eventos.

Crítica da animação francesa O Garoto Fantasma

Animação 2D: trabalho artesanal

A animação vista em O Garoto Fantasma é 2D tradicional, sem nenhum tipo de conversão em 3D, e dá um charme muito grande ao filme. Parece que tudo é pintado com aquarela, com os traços simples, lembrando até desenhos feitos por uma criança. Outro ponto que poderia cair para o caricato, mas é eficiente pela proposta. Mais um detalhe muito interessante está na trilha sonora, que ajuda a construir a atmosfera, mudando de um tema mais doce para outro mais seco com muita facilidade, deixando o longa muito mais fácil de se envolver.

O Garoto Fantasma é aquele tipo de filme que poderia ser muito mais. Não explora todo potencial, mas se mostra muito eficiente com o que ele apresenta, entregando uma diversão rápida e muito agradável. Já é mais do que a maioria das coisas despejadas pelos grandes estúdios.

Curte animação e se encanta com os trabalhos franceses? Confira a crítica de Minha Vida de Abobrinha e e o curta Mad Circus!

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