Bryan Mills volta a lutar contra assassinos misteriosos, uma direção ruim e uma edição desleixada!
Não há dúvidas de que o veterano Liam Neeson se tornou um grande astro de ação nos últimos anos. O ator vem trazendo em suas produções do gênero o espírito machão que só existia em filmes de Clint Eastwood, Arnold Schwarzenegger, Sysverter Stallone e outros astros do segmento, décadas atrás. Pois Neeson está de volta em Busca Implacável 3 e adivinha quem ele vai ter que salvar dessa vez! Isso mesmo, sua filha! De novo… mais uma vez…
Bryan Mills (Liam Neeson) tem levado uma vida sossegada desde os incidentes do último Busca Implacável. Golfe com os amigos, jantares caseiros e uma rotina sem sangue e ossos quebrados. Mas claro que a calmaria não duraria muito. Quando Bryan está se reaproximando de sua ex-esposa, Lenore, novamente interpretada por Fanke Janssen e que passa por problemas em seu segundo casamento, a mesma aparece morta em sua casa. Bryan se vê então acusado de um crime que não cometeu. Agora em fuga com a polícia e assassinos misteriosos em seu encalço, ele luta contra o tempo para provar sua inocência e impedir que sua filha seja a próxima vítima de uma rede de intrigas e mentiras. No elenco também estão Maggie Grace como a filha Bryan, Forest Whitaker como o inspetor de polícia que conduz a investigação e Dougray Scott como o segundo marido de Lenore.
A primeira coisa que se percebe neste terceiro capítulo da saga de Bryan Mills é que ele busca compensar tudo o que havia faltado no segundo filme. A história enfadonhamente linear e o vilão nem um pouco ameaçador e incapaz de uma cena digna de grand finale de filme de ação, aqui foram totalmente “corrigidos”. Porém este novo filme, assim como seu anterior, sofrem com a falta de empolgação que havia na produção original. O maior erro de Busca Implacável 3 não está apenas nas mãos dos roteiristas Luc Besson e Robert Mark Kamen, criadores da cinessérie e que aqui resolveram pensar grande. O maior erro de Busca Implacável 3 está nos olhos por trás das câmeras, nos olhos do diretor Olivier Megaton.
Incapaz de mostrar qualquer coisa além do que está no papel, Megaton e seu time de editores transformaram o filme em uma colcha de retalhos muitíssimo mal costurada. A nova aventura de Liam Neeson é tão pessimamente editada que as sequencias de lutas e perseguições de carro se tornam tão irritantes que deixam de ter qualquer importância para a trama ou para o espectador. Tornam-se apenas encheção de linguiça para que a trama se desenvolva na cena seguinte com algum diálogo qualquer, o que para um filme de ação é um verdadeiro tiro no pé. A edição corrida prejudica até o entendimento das inúmeras traições e trapaças que tecem a mirabolante rede de intrigas que conduz a história. Em termos de roteiro as coincidências entre os personagens dão ao filme uma cara de novela feita para a televisão, onde tudo acontece em um mesmo círculo social, mostrando que a família Mills é simplesmente azarada demais. Quando se vê em perspectiva, tudo o que está na tela parece não fazer muito sentido no final das contas.
Com mais cara de Jason Bourne e Carga Explosiva, este terceiro Busca Implacável não passe nem perto do estilo sutil e cheio de tensão do primeiro filme, que eventualmente culminava em cenas pesadas e empolgantes de ação. Longe de ser o que foi o Busca Implacável original dirigido por Pierre Morel, mas superior ao segundo capítulo da série em termos, Busca Implacável 3 é um filme de ação mediano, ótimo para se divertir em uma tarde de domingo. Talvez o maior trunfo do filme seja mostrar para pais superprotetores que eles sempre podem se aprimorar!
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