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Jessabelle – O Passado Nunca Morre – E você com isso?

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Os exemplos do gênero terror se mantêm em fabricação frenética no cinema. Inúmeras produções aparecem e, porque não, também desaparecem com facilidade. Não sei se há um gênero mais lucrativo se contarmos custo-benefício cinematográfico. E o sub-gênero terror sobrenatural, se assim podemos definir, talvez seja o mais visitado no mercado de horror, como é o caso deste Jessabelle – O Passado Nunca Morre que entra em circuito agora e é o motivo de nossa discussão neste texto.

Este longa é dirigido por Kevin Greutert, especialista em edição de filmes de horror, que trabalhou diretamente em quase todos os filmes da franquia Jogos Mortais, além de assumir a direção dos últimos dois, Jogos Mortais 6 e Jogos Mortais – O Final. Tentando se manter fiel ao gênero que parece ter mais afinidade, Jessabelle – O Passado Nunca Morre é sua terceira direção no cinema e uma tentativa de se desvencilhar da franquia.

A marca de Jogos Mortais

A marca de Jogos Mortais

Bom, e o que aprontou este editor/diretor Kevin Greutert? Temos aqui um frescor a este gênero tão explorado? Será que nosso amigo de pouca bagagem conseguiu o que queria? Sim, se você é um alvo que aprecia consumir produções “mais do mesmo”, e não, se você for, sei lá, uma pessoa minimamente exigente.

Antes de continuar, é importante alertar aos fãs, que não deixam escapar nenhuma produção do gênero, para não confundirem este filme com outro horror recente chamado Annabelle, pois não há relação entre os dois, somente o nome semelhante. Essa informação ajuda em alguma coisa? Talvez não.

Jessabelle (Sarah Snook) é a mocinha da história que sofre, logo no início, um acidente de carro que a deixa momentaneamente de cadeira de rodas. Neste mesmo acidente, ela, grávida de alguns meses, perde o bebê e o marido. Assim, é forçada a retornar para a casa do pai que não vê há um bom tempo. Ao voltar para esta casa onde sua mãe faleceu, ela descobre evidências que envolvem o seu nascimento e situações estranhas começam a acontecer.

Pela sinopse, você deve estar pensando que não leu nada de novo e que este filme não valerá a pena ir atrás. E não é que você tem razão! É mais um representante americano de horror sobrenatural tão comum que sua duração (não chega a uma hora e meia) parece mais longa que O Senhor dos Anéis. Um susto aqui e outro alí (é o mínimo), aliado a uma razoável ambientação do interior dos EUA, não seguram a falta de criatividade do roteiro ou as atuações nada memoráveis.

Momento spoiler (ou não), vamos então mencionar os clichês deste longa, ou quem sabe até da maioria das atuais produções do gênero. A mocinha, que será alvo da força sobrenatural, sofre um trauma no início da história? Sim. Há gravações em vídeo escondidas que serão reveladoras para a trama? Sim. O par da protagonista, seu amigo de infância, passa a sensação de ambiguidade para que o público suspeite do rapaz até o final? Sim. O banho de banheira é perigoso? Sim. Tem ritual? Sim. E por fim, um espelho quebra? Evidente que sim…

As banheiras são perigosas...

As banheiras são perigosas…

Se não bastasse o roteiro fraco, que leva a um desfecho explicativo para você realmente não precisar pensar muito após os créditos, o elenco está quase à altura. A melhor presença é a de Mark Webber (não, não é o piloto de Fórmula 1!), que teve boa presença em filmes mais alternativos como Querida Wendy, de Thomas Vinterberg. Seu ar de inocência e ingenuidade até que convence e se sobressai em relação à protagonista que se esforça, mas fica devendo.

Sendo ainda mais direto, é difícil extrair algo deste filme que possa realmente acrescentar em sua vida de cinéfilo. Então, a recomendação é que se você se sentir tentado a assistir, afinal o gênero, ou melhor, o sub-gênero te agrada, dê meia volta e alugue um filme antigo do Roger Corman que te fará mais feliz. Ou até procure um qualquer do Nicolas Cage, pelo menos para rir e passar melhor o tempo…

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