Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi (Scouts Guide to the Zombie Apocalypse) é uma mistura de Superbad piorado com zumbis. Sim, é simples assim. Dito isso, algumas coisas precisam ficar claras. O filme não é necessariamente ruim, é apenas dirigido a um público alvo específico. Se você tem entre 13 e 18 anos, existem chances de você dar algumas risadas desse filme. Caso contrário, nem passe perto. Ninguém entre 5 e 10 anos critica Dora, a Aventureira por ser inferior a Indiana Jones, certo?
A trama é esdrúxula, o que de certa forma colabora com o humor um tanto nonsense do filme. Três escoteiros, amigos desde sempre, típicos losers colegiais americanos, se reúnem para uma última noite como membros de sua tropa, enquanto vivem a expectativa de uma grande festa do colégio. Enquanto isso, o apocalipse zumbi começa, e eles tem que enfrenta-lo se quiserem chegar na dita festa. Ou seja, absolutamente nada que vai exigir algum esforço do seu cérebro.
O cineasta responsável, Christopher Landon, egresso como escritor e diretor de trabalhos de qualidade duvidosa -como Paranoia e uma baciada de filmes da série Atividade Paranormal – não faz mais que o necessário para dar um timing razoável de comédia às rasas piadas do filme. Tudo bem que o roteiro não ajuda, mas existem muitas situações que poderiam ser melhor aproveitadas por um diretor mais competente.
Provavelmente, muita gente vai tentar comparar esse filme com Zumbilândia, que pode ser qualquer coisa, mas é indiscutivelmente melhor. Principalmente por um motivo em particular: O elenco! Enquanto este tinha nomes interessantes, como Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Abigail Breslin e a maravilhosa Emma Stone, Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi tem como nome mais conhecido o fraco David Koechner, nascido no Saturday Night Live e conhecido pela sua parceria pontual com Will Ferrell, ou seja, nada demais. Seu personagem, o escoteiro-chefe Rogers, acaba responsável por alguns dos momentos mais insossos da trama. Já o resto do elenco não é muito melhor, constituído basicamente por iniciantes.
O trio principal, Tye Sheridan, Logan Miller e Joey Morgan, não possui nenhum trabalho relevante prévio, e aqui, dadas as circunstâncias, provavelmente não será o primeiro. Eles fazem o básico para interpretar três adolescentes que ocupam posições determinadas e óbvias: o introvertido (Morgan), o ponderado (Sheridan) e o extrovertido (Miller). Algumas situações do filme até permitem que eles arranquem alguma risada, com os seus jeitos desengonçados e descontrolados. Uma das premissas do filme, o fato de serem escoteiros e acreditarem estar preparados para tudo, quando obviamente não estão, geram alguns momentos divertidos, caso – é bom lembrar – você esteja dentro da faixa etária que o filme pretende atingir.
Sarah Dumont, que completa a “equipe” como o membro “badass”, como atriz é uma excelente modelo. E a nota de curiosidade geral fica pela participação de Patrick Schwarzenegger, filho de alguém que você deve conhecer, como um adolescente empolado. Sua atuação, embora a primeira como adulto em um filme (ele havia participado em uma ponta de Os Esquenta-Banco), pode começar a responder uma velha pergunta: como seria a carreira de “ator” do Schwarza original sem aquela montanha de músculos? Não muito promissora.
Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi, no geral, é um apanhado de tudo que pode chamar a atenção de um adolescente que está indo ao cinema para se divertir com os amigos: personagens rasos tanto quanto a trama, garotas bonitas, violência gráfica e escatológica, sustos não muitos espertos e uma dose aceitável de peitos (e um pênis, em uma cena particularmente bastante desagradável para este resenhista). Provavelmente encontrará seu público, que vai se divertir com o esperado. Novamente, não podemos exigir demais de algo que não se propõe a quase nada. Se você é um adulto com um filho pequeno, não faça isso. Se você é um adulto com um filho adolescente, ele provavelmente não vai querer que você esteja por perto e – acredite – será melhor para você. Se você é só um adulto, melhor procurar outra coisa; existem muitas obras com a temática dos mortos vivos muito mais divertidas do que essa.
Parafraseando o outro, cada zumbi no seu quadrado.