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CAMINHOS DA FLORESTA – Deve ficar melhor no palco! (Estreia em 29/01)

Caminhos da Floresta

Mais um musical da Broadway chegando às telas, Caminhos da Floresta (Into The Woods) tem uma proposta interessante, ambientando vários personagens de contos de fadas em um universo compartilhado. Estão ali Cinderella, Chapeuzinho Vermelho, João e o Pé-de-Feijão, Rapunzel e seus respectivos coadjuvantes das fábulas. O fio condutor do encontro entre eles é uma maldição que faz com que um casal, o padeiro e sua esposa, não possa ter filhos. A responsável é – evidente – uma bruxa ressentida por um ato do pai deste padeiro. Claro que existe uma forma de reverter o feitiço, e a bruxa exige para isso uma vaca branca, uma capa vermelha, cabelos cor de milho e um pé de um sapato dourado, que o casal terá que encontrar em um prazo curto. Por esses itens, já deu para sacar como todos eles se envolvem, não?

Caminhos da Floresta

Embora esse conceito já tenha sido usado mais de uma vez em outras mídias, o potencial para algo no mínimo divertido é grande. Pena que o diretor Rob Marshall, acostumado com musicais, não tenha conseguido explorar muito bem essa premissa. O roteiro de James Lapine, co-autor da peça com o letrista Stephen Sondheim, também não ajuda muito, pois a narrativa sofre levando o foco de lado para outro. Em um momento, estamos com João e o dilema de ser obrigado a vender a vaca de que tanto gosta, no outro já estamos com Cinderella e suas agruras com sua madrasta. São tantos personagens e situações que não existe tempo para que se construa algum envolvimento, um problema potencializado por se tratar de um musical.

Caminhos da Floresta

O visual geral e os figurinos, algo que costuma chamar atenção neste tipo de produção, também decepcionam.  Com um custo estimado de U$ 50 milhões, é um filme barato pelos padrões hollywoodianos de hoje, mas essa soma reduzida acaba aparecendo na tela. Tudo bem que, pelo título, já se espera que história se desenrole na floresta, e assim é, mas quase tudo é filmado de uma forma a evitar planos gerais e cenários mais complexos.  Na questão do figurino, chama atenção uma pequena participação de Johnny Depp como o Lobo, caracterizado de uma forma bastante simplória para uma produção da Disney. A forma como os personagens de tamanho descomunal são mostrados também entrega que era preciso esconder falhas nos efeitos especiais.

Caminhos da Floresta

O elenco tem caras conhecidas, como o já citado Johnny Depp, Anna Kendrick, Emily Blunt, Chris Pine e a verdadeira estrela da produção, Meryl Streep, interpretando a bruxa com sua competência e carisma habitual. Parece provável que se ela não aceitasse o papel, o filme nem entraria em produção, pois é a sua personagem – apesar de coadjuvante – quem centraliza todos os eventos do roteiro e a mais marcante entre todos. Menos mal, levando em consideração que é ela quem salva diversos momentos da trama.

Caminhos da Floresta

Em seu último ato, Caminhos da Floresta confirma que tem uma duração (muito) maior do que deveria. Realmente uma pena para quem curte musicais, pois sempre existe o chato que usa esses exemplos para tentar convencer que o gênero não presta. Apesar de tudo, o filme é um sucesso comercial em seu país natal, talvez por conta do apelo da Broadway, e aqui também pode arrecadar bem, com a ajuda da indicação de Meryl Streep ao Oscar. Só não é bom esquecer que ela já fez coisa muito melhor que isso.

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