Home > Cinema > Após o sucesso de TED, MacFarlane está de volta em uma paródia do Velho Oeste. E aí, qual é e qual foi?

Após o sucesso de TED, MacFarlane está de volta em uma paródia do Velho Oeste. E aí, qual é e qual foi?

Seth MacFarlane, o eterno criador da série cômica animada Family Guy, teve uma estreia em longas bastante surpreendente em 2012 com o filme Ted. O ursinho nada carinhoso foi uma criação muito interessante, polêmica, inteligente e o melhor, realmente engraçada. Desconsiderando alguns pequenos exageros, que não comprometeram o produto final, Ted está entre as melhores comédias desta década e ponto.

Acontece que, mesmo reconhecido por crítica e público, MacFarlane não estava plenamente satisfeito. Além de escrever Ted, estar atrás das câmeras e ter sido a voz do bicho de pelúcia drogado e fofo, o diretor queria mais. Precisava mostrar ao mundo quem ele é, fisicamente, no cinema. E assim o fez neste seu último filme, Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, ao interpretar o personagem principal e ser a estrela.

Olha ele aí!

Olha ele aí!

Então, vamos a primeira parte. A época é final do século 19 e o lugar é o Velho Oeste. MacFarlane é Albert, um fazendeiro criador de ovelhas, nada ambicioso, e pouca areia para o caminhão de sua namorada interesseira, papel de Amanda Seyfried, que já o larga no início da história. Seu melhor amigo é Edward (Giovanni Ribisi), que se encontra em um nível loser ainda mais profundo. É virgem e sua futura esposa é uma prostituta. A vida de Albert muda quando Anna (Charlize Theron), a esposa de um pistoleiro famoso (Liam Neeson), aparece na região. Enquanto sua antiga namorada já está com um novo pretendente, Albert se interessa por Anna e terá pela frente algumas encrencas para encontrar seu caminho para a felicidade…

Pois bem, você que apreciou e aprecia as boas piadas politicamente incorretas de Family Guy e Ted, encontrará algumas interessantes neste novo trabalho de MacFarlane, sem dúvida. Porém, indo direto ao assunto, não irá te satisfazer plenamente. Não sei se é o fato dele, no papel principal, não ser tão engraçado ou carismático na frente das câmeras, mas a questão principal é que faltou muita inspiração para que Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola pudesse ser 1/3 de Ted.

A ideia de MacFarlane em brincar com o estereótipo do pistoleiro do Velho Oeste, junto aos próprios filmes do gênero, era promissora. Somado a um possível amadurecimento na direção, roteiro e multiplicado com a expectativa de encontrar suas espertas e pesadas sacadas, em uma paródia ao estilo Banzé no Oeste de Mel Brooks (assim foi divulgado antes do lançamento), somente atraiu maior atenção do público em geral e minha também, é claro. Mais uma vez, criar muita expectativa é perigoso.

Mel Brooks não perdoa em Banzé no Oeste!

Mel Brooks não perdoa em Banzé no Oeste!

O texto irônico e sarcástico, característico de MacFarlane, está sem força e pouco diverte. Nem a ambientação bem feita do Velho Oeste, propositalmente fake, e o vai e vem no saloon, bem típico do gênero, salvam o resultado geral. Há tentativa de piadas demais e poucas realmente boas pra valer o seu ingresso suado, afinal de contas, os cinemas continuam com preços nada modestos. As piadas escatológicas, que aparecem mais uma vez como em qualquer comédia escrachada (não entendo o porquê dessa insistência), são exageradas e desnecessárias. É curioso pensar que em um passado remoto alguém disse que brincar com isso seria engraçado.

Seus maiores acertos são, sem dúvida, nas aparições relâmpago de personagens e atores do cinema. Entre presenças conhecidas do público, que não valem a pena serem todas mencionadas para não estragar as surpresas, Jamie Foxx e Ryan Reynolds aparecem bem e arrancam sorrisos. Infelizmente é pouco. Mel Brooks, faria melhor!

Antes de finalizar o raciocínio, vale aquele comentário bacana que não quer calar sobre a tradução do título, é claro. Sem querer pegar no pé dos nossos queridos tradutores, o nome original é A Million Ways to Die in the West. Veja só você a tradução para Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola que realizaram com um conveniente duplo sentido, que nem Carlos Alberto de Nóbrega em A Praça É Nossa teria feito melhor. Tranquilamente, está entre as “traduções lambança” do ano, talvez a pior.

Enfim, o filme tem momentos divertidos? Tem. Não é ruim e MacFarlane tem crédito, porém penso que você irá esquecê-lo com facilidade. Infelizmente, desta vez ele errou a mira. Ted 2 em 2015 deve compensar.

Segue o trailer abaixo que parece até mais interessante que o filme!

[su_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=Met03LDAYck”]

Já leu essas?
Sing
Sing: Quem Canta Seus Males Espanta – Não ofende ninguém!
Ted 2 se aproxima…
Ted 2 ganha seu trailer para maiores!
Saiu o primeiro trailer de TED 2!