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Tom Strong: Invasão – Não é um filme B!

Tom Strong: Invasão

Tom Strong: Invasão

Chegamos à publicação do terceiro encadernado do aventureiro pulp de Alan Moore e Chris Sprouse. Se você não faz a menor ideia do que estamos falando, é recomendável dar uma olhada na resenha do segundo volume, Terror na Terra Obscura, onde há um breve resumo sobre a origem do personagem. Agora vamos ao que interessa, que é a edição de da Panini de Tom Strong: Invasão!

Abrangendo as edições de Tom Strong #15 a 19, formando o arco que justifica o nome do encadernado, mais algumas histórias curtas, aqui temos o mais fraco entre os volumes já lançados. Calma! O patamar é alto, então, mesmo que esse recorte da série seja o “menos legal”, ele ainda está acima da média geral do que vemos publicado na grande indústria. É muito bacana reparar em como Alan Moore interliga os acontecimentos de histórias anteriores que pareciam isoladas. Por exemplo, em Cavaleiros da Chapada Perdida, que abre o volume 2, é uma espécie de prólogo para a história maior no seguinte.

Antes de comentar esse arco principal, na história que abre este terceiro volume, Tesla, filha de Tom, é sequestrada pelo povo da lava conhecido como Salamandras, também apresentado anteriormente. Sempre quebrando a expectativa do leitor, o verdadeiro objetivo por trás desta atitude muda um pouco a rotina doméstica dos Strong, dando a deixa para o roteirista desenvolver uma dinâmica familiar muito divertida nas páginas seguintes. É certo que existe um forte componente de Quarteto Fantástico aí (nas fases boas, claro), mas não tem cara de pastiche. É o trabalho de alguém que entendeu o que a criação de Kirby e Lee tem de especial.

Tom Strong: Invasão

Logo depois, começa a trama principal. Formigas invasoras do espaço se dirigem à Terra, com planos de modificar geneticamente toda a humanidade e transformar o planeta em uma lavoura. Entre as idas e vindas para impedir a invasão, tudo continua tão divertido quanto antes, recheado de referências à cultura pop. Essa ameaça do espaço é algo digno de um filme de matinê da década de 1950, fazendo o leitor embarcar neste conceito nostálgico e aceitar a brincadeira. Embora a solução do conflito não pareça tão bem pensada, soando mais como um atalho bem conveniente para encerrar a história, é uma leitura que vale a pena e não chega a decepcionar.

Na última parte, três histórias curtas. Electric Ladyland, trazendo o polêmico Howard Chaykin ilustrando um roteiro com conteúdo idem para os dias de hoje. Tom Strong encontra uma comunidade secreta feminista, com um problema sério a resolver. O desfecho pode irritar pessoas propensas ao radicalismo.  Em seguida, Ruindade, uma história escrita pela filha do homem, Leah Moore, com o vilão Paul Saveen como protagonista. Roteiro simples, mas bem sacado, valorizado pela arte bacana de Shawn McManus, valendo-se de uma narrativa cinematográfica. Por último, A Coleção de Heróis de Horácio Hogg, a mais interessante de todas, com o artista titular Chris Sprouse, onde Tom e Tesla acabam sugados para dentro de uma HQ durante uma convenção. Como encontram outros heróis aprisionados por lá, dá-lhe referências aos momentos históricos mais marcantes da indústria.

Tom Strong: Invasão

As duas primeiras páginas da HQ que Howard Chaykin desenhou!

Como sempre, Sprouse imprime aquele estilo que lembra um pouco da linha clara europeia, conceitualmente adequado e funcional para a proposta de Alan Moore. Chaykin é um grande desenhista, mas seu estilo não casa tão bem para este tipo de história. Ainda bem que foi um caso de participação especial, assim como Shawn McManus, mas este se encaixa bem melhor no universo do “herói da ciência”.

Tom Strong: Invasão é pura aventura e diversão, mas sem aquela conotação de estupidez que muita gente aceita em obras menores. Quem já comprou os outros dois, se gostou, vai adquirir independente do que é dito aqui, mas a discussão sobre os méritos de qualquer trabalho é sempre pertinente. No entanto, se ainda não conferiu, fica a dica!

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