Perigo em Asgard! O poderoso Odin comanda seus exércitos e consigo tem seu filho, o grande Thor! O combate acontece e a vitória é certa! Asgard está segura! Não, desta vez não. Em Loki, minissérie originalmente em quatro edições – publicada encadernada no Brasil, em edição de luxo, pela Panini Books – o Deus do Trovão é feito prisioneiro e seu meio-irmão trapaceiro leva a melhor. Asgard finalmente foi dominada por Loki. Mas… O que vem agora?
Esse é o início de uma saga que trata da desconstrução de um dos maiores vilões da Marvel. A aventura mostra o deus da mentira de uma forma bem mais humana, sem o estereótipo vilanesco que estamos acostumados a ver. A série começa com Thor ajoelhado em praça pública para todos verem seu fracasso diante de Loki. Isso já revela muitos pontos fortes da série, na qual a personagem de Loki não será guiada pela conquista, pois Asgard já é sua! O problema? Simples. Loki sempre pensou em dominar o reino, mas jamais o que faria com ele e com seu antagonista. Quais são as mentiras e quais são as verdades dessa personagem?
A história continua sem perder o ritmo, Loki indaga sobre si e a respeito do portador do martelo encantado Mjölnir durante os quatro episódios, e tais questionamentos resultam em um final inesperado. Somado a essa trama, o novo soberano lidará com vários afazeres trazidos pela vitória. Um dos grandes pontos é a introspecção da personagem-título, percebendo não se conhecer como pensava. A série varia do drama até a ação e o desenrolar tanto quanto o final da série surpreende o leitor. As decisões do trapaceiro da Marvel revelam seu caráter e mostram como ele afeta os que estão próximos dele! Breve, mas muito mais intenso e interessante do que os quadrinhos mensais.
A arte é de Esad Ribic, artista croata que iniciou sua carreira em meados da década de 1990. Ele já trabalhou em minisséries como Surfista Prateado – Réquiem e Namor – Profundezas, ambas também publicadas no Brasil pela Panini. O roteiro fica a cargo de Robert Rodi, escritor, ensaísta e roteirista americano, que criou algumas minisséries como Thor: Por Asgard, Codename: Knockout e Astonishing Thor . O autor, homossexual , tem suas obras muito elogiadas no meio GLS. O leitor é levado pela dupla, para uma história intrigante do início ao fim. Rodi entra na mente de Loki e procura mostrar quem é ele de fato.
As cenas realmente refletem a tensão da história e a confusão da personagem. Ribic contribui muito em cada aspecto, pois as cores tornam o enredo mais profundo e suas composições completam toda a ambientação de Rodi. Ao passo que a história se intensifica, as cores tornam-se mais pesadas, acompanhando a narrativa. O artista usa a luz como um instrumento para contar e dar força a trama, o que se comprova pela cena do calabouço com Thor e várias ao longo da série. Nestas, a figura de Loki está encoberta por cores escuras e pesadas durante seus momentos de tensão, enquanto mesmo em cenas da prisão, Thor é representado com cores mais suaves.
Foram utilizados estilos clássicos nas vestimentas das personagens, mesclados a um visual viking, garantindo um ar de magia e fantasia. Esse cuidado com a ambientação faz a história tornar-se mais crível. A história também é enriquecida pela pesquisa sobre a relação entre Thor e Loki, com fortes raízes nas lendas nórdicas, porém sem deixar o universo Marvel de lado. No final, a edição de luxo brasileira traz algumas das lendas sobre o trapaceiro de Asgard. Originalmente publicada em 2005, com certeza, esta é uma história para ser lida por admiradores de fantasia e mitologia em geral, além dos fãs de bons quadrinhos.
A aventura retratada em Loki rendeu o motion comic que levou o título de Thor and Loki: Blood Brothers; feita pelo estúdio Marvel Knight Animation e lançada em março de 2011 de acordo com o site oficial. Foram utilizadas técnicas de CG para animar o quadrinho. Os animadores também se basearam em atores para verem como os personagens se comportariam. Confira o trailer!