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Doutor Estranho: Prelúdio – Vá fazer alguma outra coisa!

Doutor Estranho: Prelúdio

Doutor Estranho: Prelúdio

Pois bem, amigo leitor do Formiga Elétrica, mesmo nós, de vez em quando, precisamos cumprir tabela com os materiais que nos chegam em mãos. Assim, a resenha do dia é Doutor Estranho: Prelúdio, HQ que narra os eventos prévios do filme do personagem homônimo, lançado recentemente nos cinemas (falando nisso, já leu a crítica?). Em se tratando de um material estritamente promocional, não há que se duvidar que ele aparenta ter sido feito com menos boa vontade do que esse texto.

Apesar de levar o nome do personagem, o volume não conta com sua participação. Ao contrário, as duas edições que o compõem dão conta de explorar um pouco mais os coadjuvantes de Kamar-Taj – a Ancião, Wong, Mordo e o vilão Kaecilius. Na primeira história, um poderoso artefato mágico é roubado e, após falhar em sua missão de recuperá-lo, Wong pede ajuda a alguns colegas feiticeiros – quem já assistiu ao filme, deve reconhecer alguns deles como as buchas de canhão que aparecem no meio do caminho. Wong tem pressa, pois, se usado, o artefato – segure-se para a surpresa, amigo leitor – pode destruir todo o mundo. Uma trama profunda e inovadora, que nenhum mestre de RPG com 15 anos de idade poderia sequer ter concebido…

Doutor Estranho: Prelúdio

Este segmento serve mais para pontuar como algumas características particulares de Kaecilius – em particular, o orgulho de seu poder como mago – o levariam para o “lado negro” da magia. A história ainda tenta desenvolver um pouco o funcionamento da magia nesse universo, mas, como trata-se de um prelúdio, acaba não se aprofundando, deixando para o filme a maior parte da tarefa. O que torna, efetivamente, a HQ inútil. Mas quem aqui está pensando em desenvolver mitologias ou aprofundar narrativas? Nas sábias palavras do grande filósofo Super-Sam: Time is Money, Oh Yeah, e tornar essa HQ algo que prestasse iria levar tanto tempo quanto seria um desperdício de dinheiro. Então, contente-se com isso, marionete da Marvel.

Na HQ seguinte, o foco se volta para a Anciã e Mordo. Na trama… não, amigo leitor. Eu não vou dizer. Você agora adentrará os planos místicos para adquirir o dom da clarividência e adivinhar qual é a trama.

Pronto? Vai!

Se você disse outro artefato roubado que pode destruir o mundo, parabéns. Você está mais próximo de se tornar um mago do que os capangas de Kaecilius! Um arco com imensos poderes obriga a Anciã a sair de seu retiro e confrontar um punhado de bandidos chineses aparentemente sem uma conta no Weibo, dada a dificuldade destes de entender algumas coisas básicas sobre o mundo moderno. Novamente, a ideia da segunda história também denota como funciona a presença de artefatos mágicos no mundo e como a magia permeia os planos. Claro que, dito dessa forma, parece bonito, mas acredite, sabe aquele seu mago de primeiro nível do D&D? Ele explica magia muito melhor para você do que isso aqui.

Doutor Estranho: Prelúdio

Will Corona Pilgrim, Jorge Fornés e Jesus Aburtov, os autores desse desperdício de tempo que me foi imposto pelo Líder Supremo do Formiga, Daniel Fontana, colocando meu emprego aqui sob ameaça porque ninguém mais quis, parecem estar ainda menos interessados em fazer bem seu trabalho do que eu em escrever esse texto. Não que a coisa seja absolutamente malfeita – é tudo organizadinho, cumprindo o básico do básico. Mas, ao ler, é inevitável a sensação de que você poderia estar fazendo coisa melhor e/ou mais interessante, como observar a grama crescendo, as nuvens se formando no céu ou contando os segundos para o festival de constrangimentos sociais que nós conhecemos como “festas de fim de ano”. Ok, talvez essa última seja pior, mas mesmo assim, Doutor Estranho: Prelúdio é algo que você pode evitar se você puder fazer se concentrar em qualquer outra coisa, como respirar.

Dessa vez, não tem linha final espertinha. Porque eu preciso me preparar psicologicamente para sobreviver às festas de fim de ano. Com licença.

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