Chegou mais um e a coisa não melhorou…
Oitavo capítulo de Cavaleiro das Trevas III – A Raça Superior chega atrasado como sempre. Já apareceu nas bancas há um tempinho, mas foi um intervalo longo desde o sétimo volume, lançado entre abril e maio. Já ficou clara minha opinião sobre essa empreitada de Frank Miller, Brian Azzarello e Andy Kubert. Ladeira abaixo é pouco para descrever essa história que tem sua arte como único ponto positivo, ainda que existam alguma ressalvas neste número.
Espremerem esse Batman até o bagaço, junto com o decadente Frank Miller, é um fortíssimo argumento de que as grandes editoras estão perdidas. Como isso é um assunto para outro momento, vamos ao que interessa. A seguir, os links das resenhas das edições anteriores: Livro 1 Livro 2 Livro 3 Livro 4 Livro 5 Livro 6 Livro 7
Não precisa lembrar que tem spoiler, não é?
Cavaleiro das Trevas III – A Raça Superior – Livro 8
Jovem de novo!
Reclamei da solução do volume anterior. Poço de Lázaro é uma muleta tão lazarenta (não resisti…) para salvar o Batman que, mesmo fazendo parte da mitologia do Morcego, evidencia a falta de ideias de Miller e Azzarello. Já foi bastante óbvio colocar o personagem em uma situação de risco e quase morte, usando isso como gancho, mas o Poço não apenas o salva como o rejuvenesce até seu auge físico. Bela desculpa para um Cavaleiro das Trevas IV, V, VI e avante.
Bruce novinho, a guerra com os kryptonianos continua, Lara ainda relutante em seu papel no conflito e a Mulher-Maravilha entra na pancadaria no momento em que Quar e seu exército vão atrás do pequeno Jonathan, irmão de Lara, para quem não lembra. Para proteger o bebê, as amazonas enfrentam os alienígenas, que não faziam nem ideia que seriam vulneráveis à magia. O livro 8 é dedicado a esse quebra-pau sangrento. E bota sangrento nisso!
Recurso interessante!
Pois é. Isso já tem cheio de apelação. Muito sangue e membros decepados, como se isso ainda pudesse mascarar as deficiências da história ou impressionar os leitores. Talvez alguns que tenham começado a ler HQ’s ontem se deslumbrem com isso, mas Cavaleiro das Trevas III não é direcionado a esse público, certamente.
Ainda é bem difícil comprar o comportamento Lara, além de tudo. A personagem é tão mal desenvolvida que parece estar lá apenas para dar um empurrão em um ou outro evento, tentando deixar um suspense no ar sobre o lado para o qual seu coração vai pender no final. Só que isso já é óbvio.
Andy Kubert é bem melhor do que isso!
Um Andy Kubert amarrado
Chegando ao trabalho de Andy Kubert, algo que tenho apontado como uma relativa tábua de salvação da HQ, até isso está aliviando pouco. Comentei anteriormente sobre a arte-final de Klaus Janson comprometendo um pouco esse traço, já que a ideia (tola, na verdade) é emular o Frank Miller de outrora. Aqui, isso incomoda um pouco mais e prejudica mesmo em alguns momentos.
Sobre a narrativa visual, também já indiquei que Kubert fica restrito pela necessidade de imitar as splash pages de Miller, além de outros maneirismos visuais. Não nego que o começo, com as telas de celular, é uma forma interessante de atualizar o formato da HQ original, mas fica por aí o elogio.
Ruim na capa, pior no miolo…
A mini revista ofende o leitor
Novamente, Frank Miller assina a arte da mini revista do volume. Não adianta mais reclamar do desenho em si mesmo, pois isso seria redundante demais. Não existe um editor de culhão para descartar esse tipo de trabalho largado? Ainda existem leitores que enxergam a roupa nova do rei em tudo que Miller faz? Honestamente, talvez isso nem fosse tão revoltante se o fator narrativo funcionasse aqui, mas, em termos de storytelling, também é a pior coisa que já veio anexa a essa minissérie. Simplesmente, a sequência de ação não faz sentido, o que é triste pelo fato de Miller ter se destacado tanto por isso no passado.
Pode piorar? Sempre pode. E olha que eu nem reclamei de novo sobre a já tradicional cara de pau em completar a edição com páginas não colorizadas no final. Continuaremos aqui pela mais pura curiosidade sobre o que esses caras prepararam para finalizar essa lambança.
Até a próxima!
