Alan Moore era um dos candidatos ao Grande Prêmio de Angoulême, junto de Bill Waterson (Calvin & Haroldo) e Katsuhiro Otomo (Akira). Como vencedor, garantiria uma vaga como membro da Academia de Angoulême e a presidência do evento do ano seguinte. Seguiria o lançamento francês de Neonomicon e uma grande exposição de seu trabalho, após uma série de indicações no passado. Considerando que hoje em dia ele nem mesmo tem um passaporte, nem chega a ser surpresa sua reação.
O polêmico roteirista explicou sua atitude ao site francês Actual-BD.
“Não… Didier (Pasamonik, crítico e chefe de redação do Actual-BD), eu não vou mais a convenções de quadrinhos. Eu decidi não aceitar mais nenhum prêmio, não fique bravo comigo. Prefiro que eles sejam dados a pessoas menos convencionais. Não vou mais a convenções, não aceito mais prêmios. Posso entender e aprecio os sentimentos daqueles que me escolheram, mas eu só quero a responsabilidade por aquilo que eu decidi assumir, e não pelas expectativas de outras pessoas”
“Eu acho que Angoulême foi a última convenção em que estive. Não fui a mais nenhuma desde então. Fui a uma em Northhampton, mas foi por engano, pois eu não havia entendido que era uma convenção de quadrinhos. Não me vejo recebendo prêmios pelas complicações que isso traz. Não viajo mais, nem tenho uma passaporte. Isso não é algo peremptório, trabalhar nos meus projetos é o bastante para mim”
No fim o vencedor foi Bill Waterson. Mas se os hábitos e o discurso eremita de Alan Moore o tiraram do páreo, ironicamente, o próprio Waterson também tem um comportamento um tanto avesso a badalações. Além de sua ausência no evento, não se sabe como será sua participação no próximo ano. Talvez consigam que ele faça o cartaz do próximo evento e só.