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Jack Kirby e a moda do Monstro Gigante na Marvel!

A Marvel e a onda do monstro gigante

Se tem uma editora que sempre tenta se aproveitar do momentum, ainda que nem sempre com sucesso, é a Marvel. Quando Crepúsculo estava no auge, ela investiu no Drácula. Quando zumbis estouraram, ela investiu em Zumbis Marvel. Quando a DC fez “A Noite Mais Negra”, ela fez “Necrosha”. *ahem* E lá no final dos anos 1950, começo dos 1960, quando os quadrinhos de heróis já não faziam sucesso, ela tinha investido, assim como as outras editoras, em histórias de terror, velho oeste e romance (para meninas. Sim, nessa época existia um nicho voltado para um segmento que, hoje, seria considerado sexista). Então, talvez pela influência de um certo Rei dos Monstros, graças ao outro Rei, Jack Kirby, a Atlas (nome da Marvel na época) entrou na onda do monstro gigante, hoje mais conhecido como Kaiju*. Eis aqui os mais influentes (e ainda presentes) Monstros da Marvel!

*(Falando em Kaiju, já leu a crítica de Colossal?)

(Veja também o artigo sobre os Monstros Clássicos da Universal nas HQ’s da Marvel)

Confira!

 

Monstro Gigante Marvel

Orrgo, Zzutak e Mangog

 

Orrgo, o Inconquistável

Orrgo pertence a uma raça de alienígenas chamada Mentelleronitas, de um planeta a mais de 2 bilhões de milhas da Terra. A raça acreditava que poderia invadir e dominar a Terra (porque TODOS os alienígenas querem invadir a Terra, certo? Deve ser um reflexo de nossa cultura invasora e o fato que nos achamos melhores do que os outros #FilosofandoDemaisEmUmaHQ) e Orrgo, acreditando que conseguiria, sozinho, dominar nosso planeta, se teletransportou para cá. Ele chegou em um circo e dominou mentalmente todos os seres humanos. Porém, enquanto dormia, foi espancado por um gorila, que foi abandonado em sua jaula pelo domador do circo e descontou sua raiva, pois estava com fome, no “pobre” alienígena. Sentido que Orrgo foi derrotado, sua raça abandonou o plano de conquistar a Terra (roteiro bem anos 50, não?).

Orrgo retornou na “era moderna” com poderes mais moderados e, de alguma forma, foi recrutado pelo Comando Selvagem, onde ajuda na parte estratégica, pois seus tamanho, er, gigante, atrapalha nas missões de campo.

Seus poderes nunca foram lá muito bem definidos, ele nunca mais tentou controlar a humanidade mentalmente, e se teletransportou, de seu planeta natal a Terra em segundos aparentemente sem ajuda de uma mecanismo. Ele também parece manipular matéria, a ponto de distorcer a realidade, transformando um avião em um pássaro e tornando árvores em seres animados. Como ele foi derrotado por um gorila?, você pergunta. Bom, sua fraqueza é… ficar vulnerável quando dorme…

 

Zzutak, A Coisa Que Não Deveria Existir

Frank Johnson, um desenhista especialista em monstros, recebe um estranho presente, que o hipnotiza e o faz ir até um templo, no México. Lá, ele encontra uma tela de pintura e ele sabe que tem que desenhar… ZZUTAK, que ganha vida e sai do quadro. Um curandeiro asteca então se revela, sendo ele o responsável por hipnotizar Frank e o força a desenhar um exercito de monstros para retomar o continente. Frank cria mais monstros, mas sempre os instrui a matar Zzutak. Veja bem, Zzutak já “existia” nas lendas astecas e obedeceria ao curandeiro, mas os monstros novos não. Eles se rebelam contra A Coisa Que Não Deveria Existir e sue mestre e destroem o templo, e são dados como mortos.

Mais tarde, já na “era moderna”, o Quarteto Fantástico descobre que Frank foi sequestrado e, ao investigar, descobrem que os astecas estão forçando-o a recriar Zzutak. ele o faz, mas cria novamente os monstros para impedi-lo e, novamente desaparecem.

Contudo, recentemente, em uma edição do X-Men, foi mostrado que ele está vivendo na Ilha dos Monstros.

 

Mangog, o Ódio que Anda

Nem todos monstro gigante foi criado antes da Era de Prata dos heróis. Mangog é um exemplo clássico. Ele é a soma do ódio de bilhões de seres que foram mortos por Odin e os deuses Asgardianos, quando alienígenas tentaram invadir a Terra. Ele foi aprisionado pelo Deus Caolho e foi solto acidentalmente por Ulik, o Troll (que merecia ele mesmo uma menção na lista, mas ele não é tão legal quanto Mangog). O monstro se alimenta de sentimentos negativos, como ódio e ira, e diminui se sua fonte de poder for cortada.

Exatamente por ser a “encarnação do ódio”, Mangog não pode ser morto. E olha que o Thor tentou.

 

Monstro Gigante Marvel

Dinossauro Demônio, Fing Fang Foom e o kaiju que trouxe a moda!

Dinossauro Demônio

De todos estes monstros, o Dinossauro Demônio é o mais “recente”, sendo criado em 1978. Em sua última passagem pela Marvel, Kirby criou este personagem para competir… com um outro personagem que ele mesmo criou para a DC: Kamandi, o Último Rapaz Sobre a Terra (que nada mais era do que uma versão heroica do Planeta dos Macacos). Er, como ele criou um dinossauro para competir com o último humano inteligente? Você pode estar se perguntando agora. Na verdade, a revista se chamava Devil Dinossaur (also featuring Moon-Boy, the first human), e era sobre um Tiranossauro Rex vermelho e seu amigo, um macaco. Eles vinham de uma outra dimensão, onde os dinossauros nunca foram extintos. Kirby planejava explicar que o Garoto da Lua era o ancestral do ser humano, plano esse que foi reutilizado na Saga Terra X, quando Wolverine descobre ser descendente dele. Que bizarro pensar nisso agora…

Atualmente, o Dinossauro Demônio é acompanhado pela Inumana Lunella Layfayette, que é a atual Moon Girl, uma menina gênio.

 

Fin Fang Foom, Ele Cujos Braços Destroem Montanhas e Cuja as Costas Raspam no Sol

E lógico, o melhor de todos tinha que ficar para o final! O monstro verde de cuequinha roxa! Er, não, não é o Hulk… É FIN FANG FOOM!

Como a maioria dos monstros gigantes da Marvel, ele também é um alienígena. Sua raça, os Makluanos, são pacíficos, mas Foom, querendo conquistar outros planetas, parte com outros de sua espécie e chega na Terra, na China Antiga. Sua espécie se disfarça de humanos, menos ele, que é mantido em hibernação. Ele despertou rapidamente no século 8ª, onde ganhou o nome Fin Fang Foom, que significa algo como Ele Cujos Braços Destroem Montanhas e Cuja as Costas Raspam no Sol. Ele despertou diversas vezes, desde então, e sempre foi forçado a hibernar.

Porém, sue maior “feito” foi o de ter concedido poder ao maior inimigo do Homem de Ferro, o Mandarim. Na nave dos Makluanos, ele encontrou os dez anéis que dão seus poderes e controlou Foom para atacar o Ferroso. O problema é que todos os compatriotas de Foom tomaram sua forma original e decidiram atacar a Terra, forçando os dois rivais a se unirem contra a ameaça em comum e, juntos, exterminaram com todos os Makluanos rebeldes.

…não tão rápido, porém. Antes de morrer Foom incorporou seu espírito em uma estátua de um dragão de jade e consegue reconstruir seu corpo e é mandado para a Ilha dos Monstros. Mas volta e meia ele retorna para causar um pouco de destruição.

 

Bônus: Godzilla

Sim, o Rei dos Monstros faz parte do Universo Marvel. Assim como várias outras franquias que são incorporadas ao Universo 616, tipo os Micronautas ou os Cavaleiros Espaciais, Godzilla esteve na Casa das Ideias entre 1977 até 1979, quando o contrato acabou.

 

Bônus 2: Monstros à Solta

Em um título que faz, na verdade, uma referência a uma revista que cobria monstros… tipo “não-gigantes” (leia-se Lobisomens e Vampiros), a Marvel lançou uma minissérie (ainda não publicada pela Panini) chamada Monsters Unleashed (Monstros à Solta, ou algo assim, em uma tradução livre). O roteiro é beeeeeem marromeno e completamente previsível… contudo, se você gosta de monstros gigantes trocando porrada… ficará levemente decepcionado, porque TEM luta de monstros, mas quase não aparece… A única coisa que se alva na série é a presença de Elsa Bloodstone, melhor personagem feminina da Marvel (…na minha humilde opinião).

A Marvel tem muito mais monstros… porém, deixemos isso para outro dia, certo?

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