Conheça dez ótimas HQ’s que capturam o espírito do rock n’ roll
Ainda que o som de fato seja impossível de se representar na impressão, a saga e o espírito do rock n’ roll, mesmo assim, ainda forneceram uma inspiração poderosa para um sem-número de quadrinhos através dos anos. As histórias de bandas de rock – tanto reais quanto fictícias – sempre rendem bons quadrinhos, com concertos caóticos e personagens vívidos, assim como muito barulho e drama tanto na frente quanto atrás das cortinas.
Sendo parte da sua essência os elementos visuais, os quadrinhos são particularmente apropriados para capturar a alma do rock n’ roll, que sempre cultivou uma imagem e aura audaciosas. Portanto, aqui vai uma lista com 10 quadrinhos sobre bandas, fãs, concertos, riffs, jams, caos e muito mais! Lembrando ao amigo leitor que a lista não está em ordem de qualidade, apenas de sugestões.
Vamos a lista! HORNS UP!
10 – Beck (Harold Sakuishi, 1999–2008, Kodansha/Tokyopop)
Koyuki, um adolescente de quatorze anos de idade, se une a banda de rock Beck e se torna amigo do enigmático guitarrista Ryusuke. Nos anos subsequentes, a banda e seus membros progridem em passos lentos antes de realmente estourarem, ecoando muitos dos reais desafios que bandas enfrentam enquanto tentam alcançar o sucesso na indústria da música.
A série venceu em 2002 o Kodansha Manga Award, além de ter gerado um anime e um live action, um game e uma linha de guitarras. Acho que Koyuki pode dizer que a banda decolou, sim.
9 – Josie e as Gatinhas (Dan DeCarlo, 1963–1982, 1993, Archie)
Seis anos após a sua estreia, as residentes de Riverdale Josie e Melody começaram uma banda, e recrutaram a baixista Valerie para formar Josie and the Pussycats, (meio ególatra, mas ei, isso é o rock). Desde sua origem, a banda apareceu através de diversos títulos Archies, frequentemente roubando a cena em crossovers.
A HQ ganhou uma adaptação em desenho animado pela Hanna-Barbera, onde ficaram mais conhecidas, entre 1970 e 71, e até uma tentativa de ressurreição das personagens em um filme live action em 2001 – que preferimos não lembrar. A animação, aqui, ganhou o nome que preferimos usar – Josie e as Gatinhas. Ainda, um trio musical real foi formado junto com o desenho animado, tendo lançado um álbum no mesmo ano de estreia da animação.
8 – Rock ’N’ Roll Comics (Todd Loren, 1989–1993, Revolutionary Comics)
Essas histórias “não-autorizadas” de bandas de rock famosíssimas receberam a aura que só os quadrinhos podem proporcionar nesta série independente que correu por 4 anos e 63 edições. As bandas roteirizadas incluem Guns N’ Roses, Metallica, The Who, Black Sabbath, The Rolling Stones, The Cure, entre outras. Devido a natureza não-licenciada das HQ’s, um bom número de bandas processaram o então editor Todd Loren.
Mas a parte interessante é que não só elas não foram bem-sucedidas, como o caso ainda ajudou a aumentar exponencialmente a popularidade das HQ’s. Até 2013, a série era um item bastante disputado entre colecionadores, quando a Bluewater Productions anunciou uma reimpressão de toda a coleção.
No Brasil, no início dos anos 1990, o gibi ganhou destaque em algumas revistas informativas do segmento do rock e virou objeto de desejo entre os headbangers tupiniquins, muitos dos quais conseguiam as edições importadas dos Estados Unidos, já que a revista nunca foi publicada no País.
7 – O Quinto Beatle (Vivek J. Tiwary, Alex Robinson e Kyle Baker, 2013, M Press/Dark Horse)
Essa HQ conta uma das lendas mais conhecidas do rock: a história de Brian Epstein, o manager dos Beatles que descobriu o grupo em Liverpool, e que também sofreu com o fato de ser um homossexual na Inglaterra ultraconservadora dos anos 60. As maravilhosamente desenhadas crônicas dos anos primevos do Fab Four apresentam bem o papel integral de Epstein em coloca-los no mapa.
A HQ e seus criadores receberam vasta aclamação, incluindo um grande número de prêmios, como Eisner, Harvey, Lambda, e Reuben, além de se tornar um bestseller do The New York Times. Aqui no Brasil, foi publicado pela editora Aleph. Rumores dão conta, ainda, de uma adaptação cinematográfica da HQ. E já que passou da hora da maior banda de todos os tempos ganhar um filme seu, nada melhor que a inspiração venha da nona arte primeiro!
6 – CBGB (Vários, 2010, BOOM! Studios)
Quadrinistas e músicos se reúnem sob o mesmo teto, em uma das mais lendárias e folclóricas casas de rock do mundo, o CBGB. E a HQ é basicamente sobre isso – esses nomes que ascenderam do underground para o estrelato, utilizando como combústivel as pessoas, os sons e a energia que fizeram a casa famosa ao redor do mundo.
Entre aqueles que contribuíram para a HQ, estão nomes como Kelly Sue DeConnick, Toby Cyprus, Kieron Gillen, Jaime Hernandez, Ana Matronic, Sheldon Vella, Kim Kirzan, entre outros. Ah sim, e, para quem não sabe, o CBGB, entre outras bandas, lançou os Ramones. Tá bom, né?
5 – Gabba Gabba Hey: The Graphic Story of the Ramones (Jim McCarthy e Brian Williamson, 2013, Omnibus Press)
Eeeee falando nos Ramones, a HQ deles não poderia ficar de fora da lista. Depois de começarem na surdina do CBGB, os Ramones ascenderam para se tornar uma das bandas que definiram o gênero punk – e talvez a melhor e mais honesta entre elas – com seu estilo agressivo e visual inconfundível.
O quardrinista britânico e jornalista musical McCarthy escreve a saga da banda, desde seus primeiros dias no Queens, em Nova York, até o estrelato mundial e o seu subsequente trágico fim. McCarthy também ficou conhecido por escrever outras biografias na forma de graphic novels, que incluem Sex Pistols, Bob Marley, Michael Jackson, Nirvana, Metallica e Gun ’N’ Roses.
4 – Twenty-Seven (Charles Soule e Renzo Podesta, 2010–2011, Image)
Uma condição neurológica que afeta sua agilidade faz com que a vida do guitarrista de vinte e sete anos Will Garland entre em parafuso. O que faz com que o medo comece a tomar conta dele é a famosa lenda dos 27 anos, idade que vitimou um bom número de músicos famosos – em particular, do rock – como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain. Conseguirá Garland escapar? E mesmo que ele consiga, o que será de sua vida a seguir?
A densa e aclamada série de Soule e Podesta explora com intensidade o lado sobrenatural do rock, que remonta a sua própria origem em Robert Johnson, assim como o custo psicológico de viver constantemente no limite – o que é quase uma regra das grandes lendas do rock. Infelizmente, essa ótima série ainda não foi publicada por aqui.
3 – Red Rocket 7: A Saga do Rock (Mike Allred, 1997–1998, Dark Horse)
O sétimo clone de um fugitivo intergaláctico testemunha a história do rock ’n’ roll nesta viagem psicodélica de Allred. Dos progenitores primordiais do rock nos anos 50, passando por todo o século XX até a virada do XXI, Red Rocket 7 perpassa por inúmeros subgêneros do rock, incluindo rockabilly, grunge e metal, encontrando uma galeria notável de lendas da música pesada no meio do caminho. No processo, ele também tem que fugir dos intrusos intergalácticos que condenaram o Red Rocket original.
A saga do clone (CALMA – é outra coisa) foi publicada em 97, e reeditada aqui dez anos depois pela editora Devir.
2 – One Model Nation (Courtney Taylor-Taylor e Jim Rugg, 2012,Titan)
O frontman do Dandy Warhols, Courtney Taylor-Taylor, se uniu ao artista indie Jim Rugg para contar a história de uma banda fictícia de Krautrock que desfrutou de uma carreira brilhante, mas meteórica, antes de sumir completamente no final dos anos 70 na Alemanha.
Depois de lidar com os efeitos do pós-Segunda Guerra por décadas, as perspectivas da Alemanha são impulsionadas para frente ao abraçar os valores econômicos do Ocidente. Entretanto, muitos no seu público ainda se sentem isolados, e em meio a angústia de toda uma geração, o banda One Model Nation ascende ao super-estrelato.
Mas diz o ditado: quanto maior a altura, maior a queda. E essa regra costuma ser particularmente cruel e constante no mundo do rock. A HQ ganhou rasgados elogios de críticos por apresentar vividamente todo um contexto socio-politico preciso, usando o escopo de uma lenda fictícia do rock como fio condutor. Genial – mas, infelizmente, ainda não publicado por aqui.
1 – Sing No Evil (JP Ahonen e KP Alare, 2014, Abrams)
Fechando a nossa lista, música e mitologia são tecidos juntos na história de Aksel, um guitarrista cujas habilidades como cantor são promissoras, mas que precisa reunir sua banda para poder salvar sua cidade de uma ameaça extraterrestre. Conforme Aksel se esforça para impedir suas vidas pessoal e criativa de implodir por completo, ele é perseguido por sonhos de um som transcendental que pode muito bem ser a chave para a salvação de todos.
Gostou da nossa lista? Não esqueça de compartilhar e comentar! E, parafraseando Neil Young: Keep on rockin’ in the comic books!
Esse artigo foi adaptado de uma ideia da Publisher Weekly.
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