A narrativa de Rubik é tão desafiadora quanto um Cubo Mágico
Para quem não tem familiaridade com o termo, Rubik é o nome original do popular quebra cabeça conhecido no Brasil como Cubo Mágico. Com esse conceito em mente, Felipe Portugal criou uma HQ curtíssima, inversamente proporcional à sua riqueza conceitual. Parte da coleção Ugritos, da Ugrapress, Rubik acompanha duas quadrinhistas, uma roteirista e a outra desenhista, que se retiram para um chalé no interior de Santa Catarina a fim de criar um trabalho que rompa os limites da mídia de Quadrinhos. Dificuldades e conflitos neste caminho são inevitáveis.
As duas, visivelmente desanimadas com a grande cena das convenções, buscam um caminho inverso. Não sem atritos entre elas mesmas, gerando questionamentos sobre a natureza da arte e esgotamento emocional. Nós, leitores, somos convidados a interpretar todas as camadas dessa trajetória, tirando nossas conclusões sobre as intenções da obra e seu discurso final. É um exercício intelectual e emocional dos mais agradáveis, para quem admira e reflete sobre a arte dos Quadrinhos.
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