A EC e seus Quadrinhos de Terror revolucionários
Com o estouro da indústria dos comics no final da década de 1930, trazendo o Superman ao mundo, os super-heróis uniformizados se tornaram a base deste mercado. A entrada dos EUA na Segunda Guerra aproveitou esses personagens no esforço da propaganda ideológica, com grande sucesso, é preciso reconhecer. O problema é que, logo depois dos fim do conflito, o interesse do público por eles acabou minguando. É justamente neste cenário, em que um segmento ainda jovem já precisava se reinventar, que outra revolução tomou forma. Com quadrinhos de terror e suspense como carro-chefe, a EC Comics chacoalhou o mundo dos quadrinhos e deixou sua marca.
Nas mãos de William Gaines, herdando a empresa do pai em 1947, a EC saiu de uma linha de publicações fracassadas, muitas delas dedicadas a promover valores tradicionais americanos, para um estrondoso sucesso editorial. Um caso perfeito de produto sintonizado com seu público, onde terror, ficção científica, guerra, crimes e humor escrachado fizeram a cabeça de uma geração. Publicações como Tales From The Crypt, Vault of Horror, Weird Science e Crime Suspenstories, entre outras, eram consumidas de forma voraz, mas Gaines enfrentou um grande revés já na primeira metade da década de 1950.
A caça às bruxas nos quadrinhos iria priorizar, é claro, o maior sucesso da época. Com a EC na linha de frente dos ataques promovidos de forma oportunista pelo senador Estes Kefauver e pelo “psiquiatra” Fredric Wertham, o mercado e a cultura e geral sofreram um duro golpe. Os quadrinhos de terror e suspense de Bill Gaines serviram como bode expiatório em uma cruzada que acabou com o catálogo da empresa, culminando na criação da censura interna das editoras, na forma do Comics Code Authority. O episódio foi bem descrito por Gerard Jones no livro Homens do Amanhã.
Detalhamos essa história em mais um episódio do Formiga na Tela. Confira, curta o vídeo, comente e compartilhe. Caso ainda não acompanhe nosso trabalho, inscreva-se no canal. Mande suas sugestões ou críticas para o email no fim desta descrição. Por hoje é só, mas semana que vem estaremos de volta.
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