A revisão do Western no seu apogeu em Os Imperdoáveis
Clint Eastwood construiu sua imagem no cinema como um ator de Western. Não tanto quanto John Wayne, mas sua associação ao gênero é forte. Em 1992, já sexagenário e se mostrando um cineasta talentoso e sensível, ele encarou a tarefa de filmar um Western crepuscular, utilizando como metalinguagem sua própria imagem como protagonista no filme. Os Imperdoáveis (Unforgiven) foi escrito por David Webb Peoples, encontrando em Eastwood uma figura fundamental para que o projeto se tornasse a grande obra de arte que é.
A partir da recompensa oferecida por prostitutas de um saloon, pela morte de dois cowboys que cortaram o rosto de uma delas, o ex pistoleiro e viúvo Will Munny encontra uma saída para as dificuldades que passa com seus filhos. Com seu passado enterrado, por conta do casamento que o endireitou, ele se mantém fiel a esse princípio mesmo sem a esposa por perto. Sem qualquer tipo de glorificação do Velho Oeste ou maniqueísmo, o caminho de Munny se choca com o de Little Bill Dagget, magistralmente vivido por Gene Hackman, até um confronto inevitável dentro de uma narrativa que coloca em xeque todos os conceitos do gênero.
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