Discutindo O Fim da Infância
Arthur C. Clarke dispensa apresentações. O autor mais associado ao estilo hard science fiction sempre será lembrado por seus romances onde uma ciência mais atrelada às nossas leis da Física se misturava a conotações filosófica. Seu livro mais famoso é 2001 – Uma Odisséia no Espaço, paradigmático dentro deste caminho do escritor, mas todo autor de obra extensa tem alguma trabalho que, de alguma forma, se tornar uma exceção dentro do conjunto que o notabiliza. O Fim da Infância (Childhood’s End), apesar de trazer toda a carga reflexiva que se espera de Clarke, é uma espécie de ponto fora da curva, justamente pela forma como escolhe desenvolver sua premissa.
(Leia também a resenha de As Fontes do Paraíso)
Lançado em 1953 e ambientado neste tenso momento de Guerra Fria, Clarke nos mostra uma invasão alienígena muito diferente daquela que convencionou-se, principalmente, no cinema. Pacificamente, os Senhores Supremos, como são chamados, promovem uma utopia para o povo da Terra. Em contrapartida, exigem que pesquisas do programa espacial sejam abandonadas e não permitem que ninguém os veja.
Arthur C. Clarke (1917-2008)
Não apenas um livro de mistério onde queremos saber o que esses seres realmente tramam, O Fim da Infância também lida com assuntos mais sutis que dizem respeito a todos nós. Já que os Senhores Supremos cuidam da humanidade, a centelha criativa e desbravadora dos terráqueos é suprimida, pois as pessoas não encontram mais sentido nisso, uma vez que já tem tudo. É essa relação do Homem com a Divindade que puxa uma série de questionamentos para o leitor.
Uma das grandes obras ficção científica e um texto que ainda inspira várias discussões, O Fim da Infância foi tema deste episódio do Formiga na Tela. Confira nossa conversa sobre o clássico e não deixe de se inscrever no canal, se ainda não acompanha nosso trabalho. Curta o vídeo, comente e compartilhe. Semana que vem estaremos de volta com mais um tema bacana!
Assista!
