William Friedkin e a grande realização chamada O Comboio do Medo
Dos grandes nomes do período chamado de Nova Hollywood, William Friedkin é um caso singular. Estourando com Operação França em 1971, não demorou muito para surpreender o mundo novamente. O Exorcista chegou dois anos depois e tornou-se uma das obras indeléveis do Cinema, trazendo respeitabilidade para o subestimado gênero do Terror. A expectativa em torno de seu próximo filme era alta, naturalmente, e ele abraçou uma obsessão. O resultado é O Comboio do Medo (Sorcerer), de 1977, um triunfo artístico inquestionável, mas também um dos fracassos mais retumbantes daquela década.
O filme é uma refilmagem do clássico de Henri-Georges Clouzot, O Salário do Medo. Mesmo com um ego infladíssimo pelo sucesso, Friedkin reverenciava os mestres da geração anterior e chegou a pedir permissão ao próprio Clouzot, que deu sua benção ao projeto. A equipe embarcou para a selva para contar a história de quatro homens foragidos, vivendo na América Central em péssimas condições. A solução para sair de lá é aceitar a missão de transportar uma carga de nitroglicerina, por um caminho onde não existem estradas.
Uma verdadeira aula em matéria de criar tensão no espectador, O Comboio do Medo impressiona até hoje pelo seu virtuosismo técnico em todos os quesitos. Foi uma filmagem extremamente difícil, com William Friedkin completamente descontrolado no trato com sua equipe, além das óbvias dificuldades de filmar em locais como aqueles. O esforço rendeu um clássico, mas o público não estava mais interessado em filmes tão pessimistas. Piorando o cenário, uma semana antes, um certo Star Wars estreava, ofuscando qualquer outra produção.
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