Comentando A Biblioteca de Babel, conto emblemático de Borges
O conto A Biblioteca de Babel, o escritor argentino Jorge Luis Borges descreve um lugar (um universo? Realidade alternativa talvez?) composto por um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais sobrepostas. Essas galerias contém livros sem paralelos, que são definidos pela sua organização interna bastante particular: uma sequência de 25 símbolos ortográficos (22 letras, o ponto, a vírgula e o espaço). Cada um desses livros têm 410 páginas, cada página tem 40 linhas e cada linha tem 80 posições.
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(Conheça também a obra de Murilo Rubião)
Se fizermos as contas, a Biblioteca possui pelo menos 25^1.312.000 livros (~1,9*10^1.834.097 em notação científica). Um detalhe interessante: Borges não especifíca seu limite, o que sigfica uma número vasto – para todos os efeitos, infinito de acúmulo de conhecimento. E essa talvez seja precisamente a função deste conto, que, ironicamente, é o oposto do que descreve: curto, de apenas seis páginas.
Biblioteca foi originalmente publicado em 1944, no livro Ficciones, e pertence ao Hall de questionamentos do autor mais voltados às impossibilidades filosóficas enfrentadas por muitos pensadores no decorrer dos eventos do século XX. O caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura são representações do limites epistemológicos humanos e a infinitude do conhecimento.
Retomando a mítica Babel bíblica, cujo caos era encerrado em limites conhecidos, Borges constrói uma pequena peça de reflexão que merece toda a atenção em suas breves páginas. Por isso, ela é a bola da vez no Formiga Na Tela.
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