O pavor nos ambientes urbanos em O Bebê de Rosemary
Clássico absoluto de uma Hollywood já em transição, O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby) veio ao mundo em 1968 (confira também este vídeo), servindo como parte do meio daquilo que ficaria conhecido como “Trilogia do Apartamento” na obra de Roman Polanski. Antes e depois dele, Repulsa ao Sexo e O Inquilino também trouxeram um tipo de terror psicológico relacionado com a vida em cidades grandes, com elementos de repressão que tornavam a experiência mais angustiante.
A vida do casal Guy e Rosemary Woodhouse, vividos por John Cassavetes e Mia Farrow, é radicalmente alterada ao se mudarem para um novo apartamento. Mesmo com as histórias sobre um bruxo que ali teria vivido, naquele momento soando apenas como curiosidades divertidas, Rosemary não poderia nunca imaginar no que acabaria envolvida. Com toda narrativa desenvolvida através da personagem principal, descobrimos pouco a pouco essa trama através de seus olhos, enquanto a linha entre paranoia e realidade fica cada vez mais desfocada.
Com um terror muito sutil, construído através da tensão crescente da protagonista, Polanski foi absolutamente bem sucedido na construção do clima de incerteza e mistério que ronda aquele prédio e os vizinhos do casal. Naquele momento, trouxe algo de respeitabilidade a um gênero subestimado. Esse esforço se repetiria, também com resultados vitoriosos, com O Exorcista, lançado em 1973. Uma das grandes curiosidades sobre a produção de O Bebê de Rosemary é que o detentor dos direitos do livro era William Castle, segundo maior nome dos filmes B de terror nos EUA. Felizmente, a ele só coube a produção.
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