A Polícia da Memória e o processo forçado de esquecimento
Publicado originalmente em 1994, A Polícia da Memória ganhou sua primeira edição no Brasil há pouco tempo. O livro de Yoko Ogawa, sobre uma ilha não nomeada no Japão onde o órgão oficial do título submete seus habitantes ao esquecimento de coisas, aparentemente, escolhidas de forma arbitrária. Assim, quando um desaparecimento é decretado, não apenas os objetos em questão são jogados fora, como também a mente dos habitantes acaba se adaptando a esse apagamento como se aquilo jamais tivesse existido. Essa situação é construída com base no absurdo, afinal, não existem explicações profundas sobre esse processo, o que faz com que o romance se aparente mais ao Realismo Mágico do que à Ficção Científica.
Mas o que importa mesmo é o comportamento das pessoas frente a esses esquecimentos, e como as pessoas que não esquecem são punidas. Através de uma protagonista escritora, a autora desenvolveu um panorama riquíssimo que serve à inúmeras interpretações, das mais abrangentes às mais intimistas. A Polícia da Memória é um texto que é, inegavelmente, emotivo por questões que pegam as pessoas de maneiras mais particulares, mas consegue dialogar com a nossa realidade atual de uma forma surpreendente.
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