A contundente atualidade de 12 Homens e Uma Sentença, de Sidney Lumet
São poucos cineastas que já entregam um grande filme em sua estreia na função, como Orson Welles em Cidadão Kane. Sidney Lumet faz parte deste seleto grupo. Vindo da TV, como vários de seus contemporâneos, ele ajudou a mudar a cara do Cinema norte-americano, prenunciando a Nova Hollywood, entregando um belíssimo filme como seu primeiro longa metragem. 12 Homens e Uma Sentença (12 Angry Men) continua não apenas uma verdadeira aula de Cinema, como também mantém sua atualidade na discussão de um tema espinhoso, socialmente falando. Uma realização e tanto para um filme de 1957, ambientado em um único cenário e desenrolando-se em tempo real.
Partindo da premissa de 12 pessoas em uma deliberação sobre um caso de um jovem que supostamente matou seu pai, a condenação do réu – pena de morte – parece certa. Porém, um dos jurados, vivido por Henry Fonda, levanta dúvidas pertinentes sobre o caso, o que causa atritos no grupo e revela diversos preconceitos arraigados de alguns presentes. Assim, o filme desenvolve a interação entre os presentes, da certeza absoluta da culpa do réu até um benefício da dúvida que alguns se recusam a admitir.
Além de Fonda, um elenco afiadíssimo e recursos narrativos muito bem utilizados por Lumet, que já mostrava maturidade como contador de histórias. Facilmente, um dos grandes filmes de tribunal de todos os tempos, que não apenas toca fundo em questões complexas, como também acaba nos emocionando em seu desfecho. 12 Homens e Uma Sentença merece uma lugar na coleção de todo cinéfilo, ainda mais agora com seu relançamento em Blu-Ray pela Versátil.
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