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Karl Edward Wagner – Sobre Kane, drogas, escrita e Espada & Feitiçaria!

Esta entrevista com Karl Edward Wagner foi realizada por Jeffrey Elliot, em julho de 1981. Traduzida e adaptada para o Formiga Elétrica por Rodrigo Kmiecik.

Nascido em 12 de dezembro de 1945, em Knoxville, Tennessee, Karl Edward Wagner foi o mais novo de quatro filhos (uma irmã e dois irmãos). Seus pais, Aubrey Joseph Wagner e Dorathea Johanna Wagner foram formados pela Universade de Wisconsin. Seu pai, um self-made man, mudou-se para Knoxville em 1934, onde
trabalhou para a Tennessee Valley Authority; aposentou-se como presidente do conselho de administração da TVA em 1978.

karl edward wagner

Karl Edward Wagner!

Karl Wagner cresceu em Knoxville, onde estudou na Central High School. Depois, foi para o Kenyon College em Gambier, Ohio, recebendo seu A.B. (bacharelado) em História e graduando-se pela Phi Beta Kappa (1). No outono de 1963, Wagner se mudou para Chapel Hill, Carolina do Norte. Lá cursou Psiquiatria na University of North Carolina School of Medicine, formando-se em 1974, quando adquiriu seu M.D. (Doutor em Medicina).

Wagner trabalhou como psiquiatra no John Omstead Hospital em Buttner, Carolina do Norte. Durante a faculdade de medicina, Wagner também participou de um programa de Ph.D. em neurobiologia na Universidade de Carolina do Norte. Sem trabalhar como medico atualmente [1981], Wagner ganha a vida como escritor profissional. Começou sua carreira no início dos anos 1960. Sua primeira venda, Darkness Waves, foi publicada em 1970 pela Powell Publications.

Desde então, tem publicado inúmeros trabalhos, entre eles Death Angel’s Shadow, Bloodstone, Dark Crusade, Night Winds, Legion from the Shadows, e The Road of Kings. Publicações futuras incluem In the Wake of the Night, Queen of the Night e In a Lonely Place. Além disso, Wagner editou diversas publicações de Conan para a Berkiey/Putnam, como The Hour of the Dragon, The People of the Black Circle e Red Nails.

Também foi editor da série The Year’s Best Horror Stories, uma coleção anual publicada pela DAW Books. Foi editor da Carcosa Press, seu pequeno projeto de publicação, e colunista da Fantasy Newsletter. Além de suas publicações em solo americano, o trabalho de Wagner tem sido publicado na Inglaterra e Itália; vários de
seus contos já foram traduzidos para o francês e holandês. Um dos principais expoentes atuais do campo da fantasia, Karl Edward Wagner recebeu diversos prêmios.

Venceu duas vezes o famoso British Fantasy Awards (na categoria Melhor Conto): em 1975 pela história Sticks, e em 1976 com Two Suns Setting (2). Em 1976 venceu o World Fantsy Award (pela Carcosa Press) e, em 1978, o Phoenix Award. Karl Edward Wanger e sua esposa, Barbara Ruth Wagner, quando dessa entrevista, moravam em Chapel Hill com seu pastor-alemão Kelly e seu gato preto Shakespeare. Quando não estava escrevendo, Wagner apreciava filmes, armas, carros, futebol, rock, viagens à pesca e uísques.

A ENTREVISTA

Elliot: Depois de completer sua graduação em Psiquiatria, por que você escolheu a carreira de escritor ao invés de continuar no ramo médico?

Wagner: É uma longa história. Eu sempre quis ser um escritor profissional. Já vinha tentando publicar histórias desde jovem, no ensino médio. Eu era realista o bastante para entender que, em primeiro lugar, eu nunca conseguiria publicar nada e, caso conseguisse, seria muito complicado conseguir ganhar a vida assim.

Então eu planejei cursar Medicina enquanto estava no ensino médio. Pensei que seria uma carreira lucrativa, e assim eu teria melhores recursos para escrever. Continuei escrevendo durante todo o ensino médio e durante minha faculdade de medicina. Durante o primeiro ano da faculdade, eu costumava faltar às aulas no laboratório e voltar ao dormitório para trabalhar nas histórias de Kane que eu estava tentando vender naquela época.

Tentei vender histórias de Kane durante todo o ensino médio e universidade, mas sem sucesso. Quando terminei meu segundo ano na faculdade de medicina, finalmente vendi meu primeiro livro, Darkness Weaves. No verão em que a Powell Press comprou o original, eu estava vivendo numa cabine nas montanhas da Carolina do Norte e
trabalhando em uma clínica médica. Então pensei, “Certo, vendi um livro. Isso é bom. Acho que sou capaz de escrever por hobby ou coisa assim”.

Então, durante o terceiro ano da faculdade eu vendi meu segundo livro. A Paperback Library comprou Death Angel’s Shadow e expressou interesse em Bloodstone, outro livro de Kane que eu estava escrevendo na época. Assim terminei meu terceiro ano na faculdade, e já estava perdendo a paciência com o curso. Isso foi por volta de 1969, 1970, o ápice do ativismo estudantil. Eu estava ligado a muitas outras ideias e coisas que meus colegas de classe não estavam.

Karl Edward Wagner

Uma das primeiras obras de destaque do autor!

A situação na faculdade de medicina era incrivelmente repressiva em termos de qualquer tipo de liberdade intelectual e eu simplesmente não queria nada disso para mim. Então resolvi deixar o curso médico para finalizar Bloodstone. Fiz um breve período de Ph.D. em um programa de neurobiologia, mas acabei por decidir: “Ao inferno com isso, não preciso ser um estudante. Posso ser um escritor profissional”.

Passei cerca de oito meses trabalhando full-time para terminar Bloodstone. Nessa altura, a Warner Books comparara o que havia sido a Paperback Liberary da Coronet Communications. O editor continuou o mesmo; ele havia gostado dos livros de Kane. Mas o novo proprietário da editora decidiu eliminar a linha de ficção científica e
fantasia, porque não era um ramo muito lucrativo para eles.

Recebi uma carta do meu editor que dizia “Essa é a carta mais triste que já escrevi. Estou devolvendo o manuscrito de Bloodstone sem ter lido. Nós não podemos comprá-lo. Não tenho nem a certeza de que publiquemos Death Angel’s Shadow.” Isso foi na primavera de 1971. De uma hora para a outra, minha carreira literária simplesmente desabou sobre minha cabeça.

Passei cerca de dois anos trabalhando em outros livros, tentando vendê-los a outras editoras, mas nem nenhum sucesso. Death Angel’s Shadow finalmente acabou sendo publicada no verão de 1971, mas não teve sucesso, assim como ocorreu com Darkness Weaves três anos antes. Ninguém conhecia os livros e as vendas erram
terríveis. Depois de alguns anos tentando me manter como um escritor, com meus pais sendo pacientes e me ajudando, decidi que era melhor entender que isso jamais daria certo.

Eu voltaria à faculdade medicina, terminaria o curso e iria ganhar a vida como médico. Então voltei à universidade, convencido de que minha carreira literária estava acabada. Com o passar do tempo, as vendas de Death Angel’s Shadow melhoraram o suficiente para a Warner Books decidir publicar Bloodstone. Apenas por um acaso, Bloodstone teve a capa feita por Frank Frazetta. E por ter uma capa de Frazetta, o livro vendeu muito bem, e a Warner me pediu mais livros de Kane.

Nesse decurso eu havia contratado um agente, e ele conseguiu para mim um contrato com a Zebra Books para
escrever alguns pastiches de Bran Mak Morn (3) . Nessa época eu já estava formado em medicina, já trabalhava como psiquiatra e tinha vendido dois livros que eu sequer havia escrito. Mesmo a psiquiatria, ao contrário do que outros médicos possam dizer, é uma profissão muito exigente para permitir que você tenha a concentração necessária para escrever.

Então eu devia fazer uma escolha: ou deixar meu emprego e voltar a escrever full-time, ou dizer ao meu agente: “Bem, acho que não vou ter tempo para escrever esses livros. Desculpe”. Foi um daqueles momentos em que senti que eu deveria largar meu porto-seguro e fazer o que eu sempre quis em minha vida. Caso contrário, eu conseguia me ver vinte anos depois: um bom psiquiatra, numa festa, ouvindo alguém dizer que havia vendido um livro, e eu diria “Oh, sim, eu também quase fui um escritor”, e então sorririam para mim, pensando quando este idiota iria calar a boca.

Eu tinha um diploma, e sempre poderia ser psiquiatra. Já que havia editores interessados em publicar meus trabalhos, eu pensei, é melhor eu atirar enquanto ainda estão na mira. Então larguei de vez a medicina e voltei, mais uma vez, a escrever full-time. Tenho feito isso há anos, desde então, e nem por um minuto lamento essa decisão!

Karl Edward Wagner

A saga de Kane!

Elliot: Quais são as principais recompensas psicológicas que você tem com a escrita?

Wagner: Acho que, provavelmente, o mais óbvio a ocorrer é aumentar seu ego, seja isso em nível consciente ou não. Para começar, uma pessoa deve ter um ego muito poderoso para pensar que tudo o que ela escreve é digno da atenção de alguém para ser lido. Se você acha que está criando algo que mereça a atenção de outras pessoas, e então convence os editores de que as pessoas gostariam de ler isso, e o livro é publicado e o público é gentil o suficiente para comprá-lo e dizer que é um bom livro, você dá uma inflada por dentro.

Por outro lado, vale dizer algo sobre saber que uma história ou um livro que você escreveu impressionou alguém o suficiente para causar-lhe um pesadelo, ou fazer alguém ter vontade de escrever também, ou simplesmente enviar uma carta dizendo: “Cara, que livro bom. Eu o li em meia hora!”. Você sente que está fazendo algo que vale a pena e que as pessoas gostam do que você faz.

É um tipo de recompensa que você não tem com a psiquiatria. A psiquiatria é a única especialidade média onde seus pacientes não te agradecem. Havia muitos maníaco-depressivos que me diziam, quando eu tentava fazê-los diminuir sua dependência de lítio (4) , “Doutor, por que você quer que eu desça ao seu nível?”, ou esquizofrênicos que argumentavam, “Estou perfeitamente feliz do jeito que sou.

Por que você quer que eu pense de outra maneira?”. E eu realmente não conseguia ter uma boa resposta para essas coisas, o que é outro motivo para eu ter largado a profissão médica.

Elliot: Por que você escolheu escrever Fantasia ao invés de outra coisa?

Wagner: Fantasia sempre foi meu gênero favorito para ler. Desde os contos dos irmãos Grimm e mitos nórdicos, que eram considerados boas leituras para criança, desde que não houvesse sexo ou violência. Quando criança, além de ter lido contos de fadas macabros, eu também gostava de quadrinhos de horror. Isso foi no início dos anos 50, antes do Comics Code Authority tirar toda a violência dos quadrinhos (5).

Esses gibis sempre foram meus favoritos, provavelmente porque meus pais não me deixavam comprá-los, e eu tive que ler cópias de outras pessoas ou ir às livrarias e ler lá mesmo antes que o gerente me expulsasse. Há algo na fantasia que atrai muitas pessoas. Talvez elas “passem da fase” ou acabam deixando a fantasia de lado durante a vida adulta; mas a fantasia dá asas à sua imaginação e também pode aterrorizá-lo.

Todo mundo gosta de histórias assustadoras e histórias de fantasmas, especialmente crianças. Em um acampamento, você sentaria ao redor de uma fogueira e contaria histórias de horror. Você pode estar entre adultos e relembrar os livros que você leu quando criança; a maioria desses livros – os que eram histórias sobre bons meninos e boas meninas com finais felizes – estará completamente esquecida.

Você vai se lembrar das histórias que o aterrorizaram. Terror é uma emoção muito profunda. Imaginação é um talento divertido de exercer. Quando você combina os dois, cria um complexo imaginativo que deixará seu leitor arrebatado ou aterrorizado.

Karl Edward Wagner

The Vault of Horror foi uma das muitas publicações da EC Comics que inspiraram a opressão do Comics Code!

Elliot: Sua formação acadêmica – que foi bastante tradicional – prejudicou seu desenvolvimento como escritor?

Wagner: Muitas vezes me perguntei sobre isso. Não acho que realmente tenha me prejudicado. Houve momentos em que eu queria escrever ou fazer algo mais interessante do que estudar coisas que não me interessavam. Mas, no fim das contas, tudo que você faz na vida pode ser valioso para um escritor. Veja alguém como Theodore Sturgeon, por exemplo, que teve todos os tipos de empregos antes de ser escritor.

Ele trabalhou operando uma escavadeira por um tempo, e depois escreveu uma história chamada “Killdozer” (6), a qual eu considero uma das cinco ou seis melhores histórias modernas de Horror. Se ele nunca tivesse operado uma escavadeira, provavelmente nunca teria escrito essa história. Acontece que a atmosfera da medicina moderna é sufocante, e a educação médica é uma experiência desumanizadora.

Eu vinha com uma bagagem artística liberal para adentrar a medicina formal. De modo desajeitado, eu estava tentando seguir o ideal renascentista do homem polímata (7), do homem que pode escrever prosa com uma mão e,
com a outra, remover um apêndice. Um dos meus professores de História disse-me rudemente durante a graduação: “Bem, aqui está o jovem Sr. Wagner, fazendo uma ponte entre as artes e as ciências”.

Não tenho certeza se fiz alguma ponte ligando-as, mas eu certamente tropecei no vale entre elas. A disciplina médica em si é bem útil. A maioria das pessoas não entende que ser um escritor não é ficar em casa à toa. Escrever é um trabalho extremamente difícil. Poucas coisas são mais aterrorizantes do que sentar-se em sua mesa e olhar para aquela pilha de papel em branco, e saber que você deve preencher cada uma dessas folhas com palavras que façam sentido, e só assim seu trabalho estará completo.

Há muito trabalho manual além do trabalho intelectual na escrita. Qualquer boa educação acadêmica pode
oferecer prática e autodisciplina. A diferença é que, na escrita, ao invés de produzir um trabalho acadêmico para seu professor, você está escrevendo para um editor em algum lugar. E pior ainda: uma vez publicado, você terá dezenas de milhares de leitores lendo e julgando seu trabalho.

É claro que, mesmo eles não tendo gostado do livro, já pagaram por ele, e você ganhou sua parte; mas é melhor quando eles gostam e pensam que seu dinheiro foi bem gasto. A única vez em que eu tentei usar meu background médico para escrever uma história foi em The Fourth Seal, na qual eu elenquei algumas informações de epidemiologia sobre a natureza cíclica das pragas que atacam a humanidade.

Para os diálogos e personagens, eu recriei conversas que havia tido com colegas durante as aulas em laboratório, esse tipo de coisa. Essa história, por todo o seu background médico factual demais, foi rejeitada pelos dois primeiros editores que a leram. Um deles disse que era uma boa história, mas que as ideias nela eram exageradas demais para serem críveis. O outro editor também disse que era uma boa história, mas que os
personagens nela simplesmente não soavam naturais.

O que eu aprendi com isso foi que: se eu quero escrever sobre guerreiros imortais, lobisomens, vampiros e feiticeiros – certo, está ótimo. Mas se eu tento dar um pano de fundo realista à história, ela acaba soando inverossímil demais para as pessoas acreditarem.

Karl Edward Wagner

Dr. Wagner!

Elliot: Mas você acha que o conhecimento em psicologia pode ser útil na criação de personagens verossímeis?

Wagner: Sim. Uma crítica frequentemente direcionada a escritores, especialmente os de fantasia e ficção científica, é a de que seus personagens são críveis porque os próprios escritores são tímidos e reclusos, sem grandes experiências interpessoais com o mundo real. Você pega um escritor tentando descrever soldados bárbaros bêbados em uma taverna, por exemplo, e talvez este escritor seja uma pessoa que não bebe ou nunca foi a um bar.

Ou gente escrevendo cenas picantes de sexo, quando os próprios escritores são como um Casper Milquetoast da vida (8). Na psiquiatria você conhece a mente de muitas pessoas além da sua. Você entra em contato com emoções ou sentimentos exagerados, ou pensamentos realmente bizarros. Quando você vê as coisas de forma exagerada, é mais fácil compreendê-las e concebê-las em sua forma mais sutil.

Quando você senta em uma sala e conversa com um paranoico ou um esquizofrênico por mais ou menos uma hora, você aprende como funcionam seus processos de pensamento no cérebro. Os paranoicos geralmente são
pessoas aparentemente estáveis. Eles podem ser bastante racionais em suas próprias fantasias, ao contrário de muitos esquizofrênicos que têm toda a sua personalidade comprometida.

Você pode entender os processos de pensamento melhor, vendo-os em formas estranhas e exageradas. Um médico entende o corpo humano porque aprendeu a curá-lo. Um psiquiatra aprende sobre a mente humana enquanto ele tenta curá-la.

Elliot: Quais são as principais características de um livro seu? Quais são as qualidades que o fazem como autor?

Wagner: O personagem Kane faz com que esses livros sejam distintos e define seu tom. Nos livros de Kane, não existem um Bem e um Mal totalmente definidos, ao contrário de Elric, do Moorcock, ao qual Kane é comparado algumas vezes. A meu ver, Moorcock é bastante obcecado com as forças da Ordem vesus Caos. É um bom universo fantástico, mas certamente não carrega muito realismo.

Nos livros de Kane não há Bem ou Mal, apenas o olhar e opiniões que o próprio leitor irá tirar do que está lendo. As ações de Kane podem ser desprezíveis ou louváveis, dependendo do seu ponto de vista. Ele é certamente uma figura mais demoníaca do que heroica. Na verdade, ele não é nem o herói/protagonista de seus livros. Normalmente há outro personagem na novela ou no conto que serve como identificação para o leitor, alguém um pouco menos desumano do que Kane.

Mas a natureza demoníaca de Kane atrai muitas pessoas, eu acho. É algo muito diferente. Quando eu criei o personagem Kane durante o ensino médio, foi em parte uma reação a diversas coisas que eu estava lendo e particularmente desgostando. Eu havia lido tudo do Edgar Rice Burroughs – os livros de Marte e as séries com Tarzan. Seus personagens, John Carter ou Tarzan, são escrupulosos ou íntegros até demais.

Você pode prever que, se alguém salvar a vida de John Carter, então John Carter será seu amigo para sempre. Quarenta e dois capítulos depois eles vão se encontrar em uma arena e John Carter vai se recusar a matá-lo, então eles fugirão heroicamente e continuarão a resgatar mais uma princesa, entende? Kane, por outro lado, em Bloodstone, tem sua vida salva por um soldado, e então Kane o mata, pois havia chances desta pessoa interferir com seus planos.

Karl Edward Wagner

O heróico John Carter, por Frank Frazetta!

Kane é um imortal, o que torna seu ponto de vista e motivações inteiramente diferentes das de humanos normais, ou mesmo de vilões normais. Ainda assim, as pessoas com quem Kane se envolvente geralmente são tipos desprezíveis. E Kane, sendo muito bom em destruir, geralmente também destrói este tipo de personagens e acaba sendo considerado um herói. Mas isso não é feito com o objetivo de corrigir erros e acertar a ordem das coisas no mundo.

Está sendo feito apenas por motivos do próprio Kane. Talvez Kane seja um herói para os anos 60 e 70, assim como Conan foi um herói entre os pulps. O êxito de Conan – e é aí que se mostra o gênio de Howard, superando todos os tabus da ficção pulp e as imposições editoriais – reside no fato de que Conan é alguém muito, muito perigoso. Ele é um bárbaro, que age de acordo com seu próprio código de honra. Farnsworth Wright, o editor da Weird Tales, por considerar erroneamente Conan como um herói cavalheiresco, acabou rejeitando uma história onde Conan tenta estuprar uma mulher, ao invés de resgatá-la (9).

Se eu houvesse tentado escrever algo como Conan nos anos 30, hipoteticamente falando, acredito que ninguém
publicaria minhas histórias. Pelo menos não nas revistas pulp. Há uma mudança no gosto popular hoje em dia. Pegue os filmes de faroeste, por exemplo: os filmes clássicos do gênero comparados aos faroestes modernos. Muitas pessoas dizem que a fantasia heroica é o faroeste da literatura fantástica (heróis essencialmente bons vestidos em branco, vilões maus trajando preto, com um duelo no final).

Tudo termina bem, a filha do fazendeiro é resgatada e o herói cavalga para fora da cidade atrás de novas aventuras. Provavelmente ainda existem escritores de fantasia que escrevem coisas do tipo. Kane é mais próximo do que Sam Peckinpah tinha em mente. Kane é um irmão de Meu Ódio Será sua Herança (10), opondo-se a filmes como A Volta do Cavaleiro Solitário.

Elliot: No passado você descreveu seu trabalho como “Gótico ácido”. Poderia definir esse termo? Como isso se reflete em sua escrita?

Wagner: Esse termo foi mais uma brincadeira do que qualquer coisa. John Mayer sempre gostou do termo (11). Pode fazer algum sentido. O que eu estava dizendo é que meu trabalho é uma tentativa de escrever ficção utilizando-se das noções góticas de atmosfera sombria, humor pesado, acontecimentos sobrenaturais, mas, ainda assim, com uma abordagem técnica moderna.

Eu a chamei de “ácida” porque, na época, a inspiração vinda com o uso do LSD e algumas outras coisas começavam a cristalizar as imagens que eu buscava reproduzir em minha escrita. No romance gótico não existe exatamente um herói; certamente não a noção moderna de herói na ficção. O herói-vilão é o protagonista e, ao mesmo tempo em que ele é mostrado como uma pessoa admirável por suas qualidades heroicas, por outro lado
ele é uma pessoa má de acordo com a moralidade cristã.

Eu estava bastante interessado no romance gótico. Gostava deles porque eram excelentes histórias de horror, e porque se enquadravam, geralmente, em um plano background medieval. Eu me vejo mais como um escritor de histórias de horror do que um escritor de fantasia heroica. O que eu tentei fazer em Kane foi escrever histórias de
horror gótico. Parece que atualmente, para ser conhecido como um escritor de horror propriamente dito, você tem de escrever histórias que se passam em pequenas cidades da Nova Inglaterra, Califórnia ou Nova York.

Tem de ter a típica família americana com seus segredos antigos, pesadelos, bruxaria e coisas assim. Isso já foi feito com ou sem qualidade, mas certamente já foi feito o suficiente. Em Death Angel’s Shadow eu inseri vampiros e lobisomens góticos em uma história de fantasia épica. Ao invés de escrever uma típica história de lobisomem se
passando em Los Angeles, escrevi uma história de lobisomem dentro de um cenário de fantasia heroica, com características góticas.

Portanto, “gótico ácido” foi uma tentativa de combinar gêneros diferentes, motivações diferentes, conceitos diferentes, culminando em uma combinação que não existia antes, usando ideias modernas e
técnicas experimentais de escrita.

Elliot: De que maneiras suas experiências com o LSD e outras drogas que alteram a mente provaram ampliação artisticamente?

Wagner: Você não precisa ir muito além de Samuel Taylor Coleridge, por exemplo, para denotar o forte efeito do ópio na imaginação. Escritores estão frequentemente tentando experiências que alteram a mente. Em certa época é o ópio, em outra, absinto. Haxixe foi bastante popular em certo momento. A maconha era a droga clandestina da “geração perdida”. Em outra época, o tráfico de bebidas alcoólicas. Nos anos 60 foi o LSD que dominou a cena.

Acho que seu principal efeito era a tendência de alterar sua percepção sobre as coisas. Você não iria abrir as portas da percepção, mas poderia alterar sua percepção sobre a realidade, observando-a de outros pontos de vista. É uma espécie de perspectiva diferente, visão diferente, que pode melhorar sua compreensão do sentido das coisas.

É como aquela velha história sobre cegos que tentam descrever um elefante, cada um em contato com uma parte diferente do corpo do animal, dizendo: “Um elefante é como uma cobra”, “o elefante é como uma parede”, “o elefante é como uma árvore”. Com essas drogas que alteram a mente, você consegue ver o elefante inteiro. Vários escritores – Lovecraft, por exemplo – diziam que usavam partes de sonhos em suas histórias.

Karl Edward Wagner

Lovecraft era profundamente influenciado pela sua percepção onírica da realidade.

É claro que você não sonha uma história inteira ou viaje em uma história inteira enquanto estiver drogado; mas talvez, em sonhos ou viagens de drogas, você obtenha inspiração. Em uma história que escrevi, The Dark Muse, o início foi baseado em uma viagem de ácido. O capítulo final de Dark Crusade (In the Lair of Yslsl) é praticamente uma coleção de todas as bad trips que eu tive na época.

Esse é o ácido adentrando o Gótico. Se eu fosse um escritor durante a Lei Seca dos anos 30, essas bad trips em Kane teriam saído das ressacas de gim.

Elliot: Sua ficção contém uma mensagem pessoal? Você escreve com esse objetivo em mente?

Wagner: Sim. Eu tento não ser tão intrometido ou moralista ao ponto de vir com uma “mensagem”, mas há pequenos trechos de onde as pessoas podem tirar algo. Kane é escrito para ser apreciado em muitos níveis. Alguém pode ler suas histórias buscando uma boa história de ação e lutas. Outras podem querer mergulhar mais fundo para encontrar coisas como piadas internas ou minha própria filosofia de vida.

Dark Crusade, que provavelmente é o livro mais complexo neste sentido, apresenta uma epígrafe tirada de London, de William Blade: “E do pobre Soldado o suspiro que persiste; escorre em sangue pelos Palácios que sustenta.” Dark Crusade é sobre isso: pessoas comuns que estão envolvidas nas engrenagens da sociedade, em um movimento social do qual elas não possuem nenhum controle. Você deve se conformar ou morrer.

E se você se conforma, acaba tendo sua individualidade destruída por fazer parte de uma sociedade de massa. Guerra é o caminho para o poder. Aqueles que conquistam o poder colhem suas recompensas; aqueles que lutam por ele ganham apenas a escravidão ou a morte como destino.

O aliado de Kane e eventual antagonista em Dark Crusade, Orted Ak-Ceddi, foi baseado em caras como Billy Graham e Richard Nixon: um fanático religioso com poder político sobre as massas e nenhum escrúpulo quando o assunto é aumentar seu poder (a Guerra do Vietnã e o Caso Watergate eram realidades quando eu estava
escrevendo Dark Crusade). Após a batalha final, Orted, o líder que provocou a morte de milhões de pessoas, acaba fugindo.

Alguns fãs especularam que, por isso, eu deveria estar planejando escrever uma sequência para Dark Crusade. Bem, eu não estava. Em Death Angel’s Shadow, publicada três anos antes, a primeira história menciona que
Kane eventualmente se encontrou com Orted e o matou. Kane fez isso por seus próprios motivos, aliás; queria apenas uma vingança pessoal. Não estava tentando manter a ordem do mundo.

O que eu buscava fazendo Orted fugir é tentar mostrar que os líderes nunca são punidos. Na guerra, os líderes nunca se expõem e morrem, os generais permanecem em seus postos, os políticos permanecem nas prefeituras. E continuam enviando soldados para morrerem por causas que eles [os líderes] acreditam. No fim das guerras, os generais se cumprimentam e voltam a planejar outras guerras. Os políticos são reeleitos.

Na guerra, são os soldados e civis quem sofrem, enquanto seus líderes que as iniciam colhem os lucros e não compartilham nenhum dos riscos.

Elliot: Em Night Winds, uma das suas histórias mostra a frase “Segurança é igual ao tédio, que é igual à estagnação, que é igual à morte”. Isso também é parte de sua filosofia pessoal?

Wagner: Sim, isso tem um pouco da minha filosofia. Aliás, faz parte de uma filosofia intrínseca aos livros de Kane. Em uma existência plena, nada muda, e, quando  algo não muda, acaba sucumbindo. Uma sociedade ou civilização só pode existir por muito tempo caso sofra diversas transformações, alcançando novos níveis ao longo de sua história.

Kane é uma força motriz. Ele pode ser destrutivo, mas onde quer que ele vá, as coisas estarão mudadas quando ele for embora. Ele é como um cometa ou uma glaciação. Não importa o quão bem definido seja o status quo, uma vez que Kane está no negócio, mudanças ocorrerão. É uma filosofia que deve ter ganhado força nos fins dos anos 60, quando houve um tremendo sentimento de desamparo individual na sociedade.

A Guerra do Vietnã foi o ponto culminante disso; ser expulso de uma sociedade que você detesta, para defender
essa sociedade por causas que são contra seus princípios, sendo incapaz de fazer qualquer outra coisa por ser apenas um indivíduo contra toda a massa. Você sente que isso continuará acontecendo, e a única coisa a fazer para acabar com isso é chutando o balde. Há ainda um sentimento de desespero, de que quando uma situação é intolerável, deve ser mudada; e se isso só for possível com a violência, que assim seja.

Elliot: Você já disse que a “matéria-prima” para seus livros surge muito mais de uma atmosfera do que de uma ideia. O que você quis dizer com isso?

Wagner: Existem várias formas de escrever uma história. Uma delas é escrever “histórias de ideias”: tenha uma ideia para uma história, desenvolva-a e a escreva. Por outro lado, eu geralmente escrevo para criar uma atmosfera – muitas vezes em decorrência de já ter provado dessa atmosfera antes. Um exemplo é Mirage, uma história de vampiro em Death Angel’s Shadow.

A inspiração veio enquanto eu estava chapado com ácido e ouvindo um álbum de uma das primeiras bandas de rock psicodélico, Ultimate Spinach. Ao invés de simplesmente contar uma história, eu tento recriar uma atmosfera ou uma emoção. Estou mais interessado na atmosfera do que na ação, tanto no que leio quando no que escrevo. Fico muito satisfeito quando uma história atinge a atmosfera que eu buscava ao escrevê-la.

Há algumas pessoas que argumentarão que uma história de espada & feitiçaria sempre tem que ter um guerreiro poderoso no centro do palco, combatendo inimigos e empilhando seus cadáveres. Kane não é esse tipo de personagem, e eu não sou esse tipo de escritor. Eu tento escrever histórias que me interessariam se eu fosse lê-las. Com sorte, talvez mais alguém as ache interessantes também.

Elliot: No passado você mostrou discordâncias quanto ao termo “Espada & Feitiçaria”. Por quê?

Wagner: Porque é rotular o gênero com os clichês da fantasia heroica. É o mesmo que chamar todas as histórias de mistério de “policiais & assaltantes”; ou chamar todos os faroestes de “horse opera”; ou chamar toda a ficção científica de “space opera”. É simplesmente condenar um gênero inteiro aos clichês mais triviais.

“Espada & Feitiçaria” cristaliza uma imagem de contos sobre garotas sensuais vestidas em sutiãs de bronze e guerreiros poderosos com espadas gigantes matando  magos e monstros na velocidade da luz. Uma espada luta em todas as páginas, mata um monstro em cada capítulo, e resgata a garota no fim da história.

Há muito tempo a ficção científica já passou da fase de piratas do espaço e monstros com olhos de insetos (apesar de os maiores sucessos atuais em ficção científica sendo space operas como Star Wars). A ficção científica se tornou um gênero amplamente melhor desenvolvido com o tempo, muito mais inventivo do que as clássicas space opera. Por isso este título não cabe ao gênero, assim como ocorre com a “Espada & Feitiçaria”.

Há também muito mais para a fantasia épica ou fantasia heroica que os clichês deste termo.

[Nota do Tradutor: aqui se segue um trecho perdido na entrevista, onde Wagner dá exemplos de como o termo “Espada & Feitiçaria” poderia ser usado em muitas obras e, mesmo assim, não conseguiria defini-las. Depois ele fala de como a fantasia moderna vem buscando quebrar com esses clichês, mencionando novamente o episódio em Bloodstone onde Kane mata um soldado que o havia salvado da morte. Provavelmente, depois disso, ele segue com os exemplos de desconstrução de clichês, e o texto volta no seguinte parágrafo. Eu removi os trechos fragmentados e os troquei por esse parágrafo explicativo para evitar confusão ou qualquer problema com a leitura].

Quanto à minha ficção, o melhor exemplo seria Undertow, um conto em Night Winds, no qual um típico bárbaro à lá “Espada & Feitiçaria” vem até Kane para confrontá-lo. Kane aqui faz o papel de um feiticeiro maligno, caso isso fosse um enredo padrão de “Espada & Feitiçaria”. Dei ao guerreiro bárbaro o nome mais clichê que pude
pensar: Dragar. Uns dois anos depois a Dell Comics publicou um quadrinho de fantasia com um guerreiro chamado Dagar, então creio que eu estava no caminho certo.

Karl Edward Wagner

O invencível Dagar!

O herói em Undertow é um bárbaro grande, loiro e destemido, que vem à cidade e se apaixona por uma bela garota capturada por um feiticeiro maligno. A diferença é que o feiticeiro nessa história é Kane, e nem tudo é o clichê que aparenta ser, inclusive a garota com quem o bárbaro se apaixona. A estrutura de Undertow, voltando às histórias
de atmosfera, é baseada em Last Yeart at Marienbad, um filme francês que eu assisti e fiquei profundamente admirado com as distorções na linearidade de seu andamento.

As cenas fora de sequência eram frequentemente repetidas, mas do ponto de vista de outro personagem. Undertow é estruturado para que as realidades singulares tomem frente à linha temporal convencional, criando uma sequência desarticulada de eventos, lembrando a inconsciência de um pesadelo.

Elliot: Como você enxerga as críticas que dizem que as histórias de Kane contém violência excessiva?

Wagner: “Violência gratuita”, penso eu, é o termo mais usado em associação com Kane ultimamente. Acontece que não é gratuito; é essencial para a narrativa. Os livros de Kane são certamente muito violentos, e se violência não sé sua praia, vá ler sobre Hobbits. De qualquer forma, eu sinto que Kane é um retrato realista da violência. Há diferentes tipos de fantasia épica.

Se alguém gosta de contos de fadas com belas princesas, castelos encantados, jovens príncipes, elfos e fadas fofinhas, isso é um tipo de fantasia épica, e tudo bem, você pode apreciá-la. Por outro lado, se essa pessoa ler um livro de Kane e ficar incomodada porque as pessoas estão lutando com espadas  afiadas e ceifando vidas, não venha chamar de “violência gratuita”. Simplesmente diga que não é sua praia e volte para os contos de fadas.
Sam Peckinpah novamente surge como analogia.

Ele foi bastante criticado por “violência gratuita”, porque em Meu Ódio Será sua Herança, quando as pessoas são atingidas por tiros de escopetas, a pessoa é lançada para trás com violência e há muito sangue. Mas é justamente isso que acontece quando alguém é atingido por uma arma de calibre pesado a poucos metros de distância, ao contrário dos faroestes clássicos onde alguém que é atingido simplesmente leva as mãos ao peito e diz: “Oh, você me pegou”.

Alguns acham que guerreiros armados lutando com espadas podem travar um embate sem que
ninguém seja ferido. Mas o combate é violento, e essa é a realidade. Dark Crusade foi provavelmente o maior alvo de acusações de “violência gratuita”. É um livro inspirado em guerras religiosas na Europa. Durante muitos séculos, povos civilizados destruíam cidades, destruíam países inteiros, mataram e torturaram milhões – tudo em nome da religião.

Karl Edward Wagner

Cena de Meu Ódio Será Sua Herança!

Então a violência em Dark Crusade foi uma representação irreal da guerra religiosa? Se você pensa que sim, fale com os huguenotes após o massacre do dia de São Bartolomeu. Pergunte-lhes se a violência foi ou não uma realidade em conflitos religiosos. Volte para a Segunda Guerra Mundial quando, se você fosse um judeu, estaria condenado às câmaras de gás. A realidade é o pesadelo absurdo de seis milhões de pessoas mortas por causa de sua ascendência.

Se você escreve um romance sobre a Segunda Guerra Mundial, poderia ser acusado de “violência gratuita” por mencionar a realidade violenta do Holocausto? Não. É violento, sem dúvidas, mas é a realidade. Tento trazê-la para os meus livros.

Elliot: Quão preocupado você está com o impacto dos seus livros no cenário atual da literatura fantástica?

Wagner: Eu acho que todo escritor gostaria de ter seu trabalho lembrado. Isso volta àquela questão do egoísmo básico de um escritor. É gostoso pensar no fato de que o que você tem a dizer é bom ao ponto de ter pessoas querendo lê-lo. E é melhor ainda saber que há uma demanda para mais livros e leitores nos anos futuros. Acho que Kane já teve impacto no gênero. O personagem é reconhecido como original e os livros são considerados inovadores.

Como prova disso, agora tenho alguns imitadores. Independentemente se meus livros estarão sendo reimpressos daqui vinte anos ou não, ainda acho que os fãs mais hardcore de fantasia se lembrarão de Kane e irão manter antigas cópias desses livros em suas estantes.

Karl Edward Wagner faleceu em 14 de outubro de 1994. Seus livros continuam sendo reimpressos e, certamente, muitos fãs de fantasia guardam antigas cópias de sua obra e o relembram como um dos mais notáveis escritores do gênero fantástico. Essa tradução é uma homenagem a ele.

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1 Phi Beta Kappa é a mais antiga sociedade de honra nas áreas de ciência e arte liberal dos Estados
Unidos da América. Tem como objetivo promover e defender a excelência nas artes liberais e ciências
bem como doutrinar os alunos destas áreas que se destacam nas faculdades e universidades norteamericanas.

2 Esse é a única obra do autor traduzida e publicada no Brasil. O conto foi traduzido por Cesar Alcázar e
publicado na antologia Crônicas de Espada e Magia, lançada pela Argonautas em parceria com a AVEC.

3 Bran Mak Morn, personagem criado por Robert E. Howard, era rei dos pictos e lutou contra as legiões romanas nos fins da Idade Antiga. Karl Edward Wagner escreveu duas novelas com o personagem: Legion from the Shadows e Queen of the Night, mas apenas a primeira foi publicada.

4 O lítio é uma droga eficaz nos episódios de mania (euforia) e depressivos, na prevenção de novos episódios e tentativas de suicídio.

5 Para saber mais sobre os quadrinhos de horror da EC Comics, assista o nosso Formiga na Tela sobre o
assunto.

6 Trocadilho com as palavras “kill” (matar) e “bulldozer” (escavadeira). A tradução literal do título seria
algo como “A Escavadeira Assassina”.

7 Alguém cuja área de conhecimento estende-se a vários campos, como Leonardo da Vinci.

8 Caspar Milquetoast é um personagem de quadrinhos criado por H. T. Webster para sua série The Timid Soul. O título já diz bastante sobre o que Wagner quis dizer acima.

9 Aqui Karl Edward Wagner se refere ao conto A Filha do Gigante de Gelo (originalmente escrito como
Gods of the North, e lançado postumamente como The Frost Giant’s Daughter).

10 Faroeste americano de 1969, famoso pelas cenas de violência explícita que geralmente não eram trazidas em filmes do gênero, além de trazer um protagonista de moralidade questionável.

11 Amigo de infância de Wagner.

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