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Uma Longa Jornada – Fórmula repetitiva se segurando!

Uma Longa Jornada

Existem filmes que, pelo trailer, você sente que já sabe como a história vai se desenrolar. Uma Longa Jornada (The Longest Ride) não poderia escapar dessa previsibilidade narrativa, até porque, é mais uma obra literária de Nicholas Sparks (Diário de uma Paixão, Um Amor para Recordar) adaptada para as telonas e, pelo que já foi mostrado dos derivados do autor, os mesmos elementos vem e vão com roupagens distintas.

Sob a direção de George Tillman Jr, que já nos trouxe o interessante Homens de Honra (2000), o filme conta a história do vitorioso peão Luke (Scott Eastwood), que após se acidentar numa montaria malfadada, volta a vencer e conhece na plateia a jovem estudante de arte Sophia (Britt Robertson). Na volta do primeiro encontro, eles socorrem o velho senhor Ira (Alan Alda), acidentado na estrada onde passavam. Acompanhando o socorrido ao hospital, Sophia começa a ler as cartas que Ira fez questão que fossem resgatadas do carro pegando fogo. A jovem se envolve com as lembranças escritas de Ira e sua falecida esposa Ruth, e visita o senhor com frequência no hospital para fazê-lo lembrar de sua vida através das saudosas epístolas. A história deles jovens é a mesma do casal de protagonistas da atualidade, onde o jovem caipira Ira (agora Jack Huston) se apaixona por uma idealista admiradora de artes (Oona Chaplin como a jovem Ruth). Os dois casais vivem dilemas parecidos no campo ideológico, tentando se entender e apreciar o mundo do outro e suas paixões. Ruth e Sophia abandonaram suas vidas metropolitanas e requintadas em busca do estudo das artes. Seus pares por sua vez, possuam diferenças pontuais nas personalidades mas tentam superar suas visões opacas sobre o universo das amadas.

Uma Longa Jornada

Todos esses elementos se reptem ao longo das obras do autor e, consequentemente, os filmes acabam por absorvê-los, como as cartas, a guerra afastando o casal, um viúvo saudosista, alternância entre o passado e o presente, entre outros. O longa é redundante no que conta e as relações amorosas ganham como diferença apenas um frescor das épocas em que acontecem. Jack Huston e Oona Chaplin como o casal do passado, são mais intensos e convincentes em tela do que seus predecessores, e as coincidentes vidas amorosas servem de lições para o casal jovem.

No conjunto, a trilha sonora, a fotografia e atuações acrescem no desenrolar das histórias, criando a atmosfera desejada para o espectador se relacionar com o que vê na tela e gostar do filme. Alguns desses trabalhos chamam a atenção em certos momentos, como a técnica escolhida para simular a insegurança em cima dos touros, por exemplo, mas sem grande alarde. Há pontos de virada inocentes e previsíveis, mas que podem abocanhar o emocional de quem assiste sem o interesse de analisar.

Uma Longa Jornada

Uma Longa Jornada transmite a forte e real impressão de ser mais do mesmo, misturando elementos conhecidos de Sparks, mas ainda tem poder sobre alguns públicos. O longa é aproveitado se o interesse for assistir a uma mensagem de amor sincera, que transcende épocas, e se deixar emocionar sem culpa. Boa pedida romântica pra quem não quiser ver, ou já viu, os carros furiosos e armaduras voadoras do momento.

 

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