Ingredientes para agradar público e crítica: junte um diretor e um ator de famas globais e longas carreiras recheadas de prêmios e sucessos de bilheteria, acrescente um orçamento bilionário e um tema envolvente, deixe cozinhar por alguns meses deixando o aroma atiçar a expectativa e pronto, mais um filme que com certeza gerará muita repercussão. É o que promete a produção que pode surgir da nova parceria entre Tom Hanks e Steven Spielberg, um suspense que tem a guerra-fria como pano de fundo.
Ok, vamos ser justos, a receita acima pode degringolar. A guerra-fria há muito deixou de ser o mais popular dos temas cinematográficos – foi levada a nocaute junto com Ivan Drago (Dolph Lundgren) no final de Rocky IV – e a união entre Spielberg e Hanks não deu lá muito certo em O Terminal (2004), um filme simpático, mas dispensável.
No entanto, os quase impecáveis O Resgate do Soldao Ryan (1998) e Prenda-me se for capaz (2002), além das carreiras pregressas destes dois mitos do cinema justificam qualquer ansiedade sobre o que vem por aí. O filme, que ainda não tem nome definido, abordará a história real do comandante da marinha norte-americana James Britt Donovan que, nos anos 1960, teve papel chave na diplomacia dos Estados Unidos nos piores anos da relação com a União Soviética. Donovan negociou com a Rússia a libertação de um espião capturado, manteve diálogo com o ditador cubano Fidel Castro, ganhando notoriedade do grande público, anos depois, ao advogar para um réu russo durante um julgamento por espionagem em solo americano. Uma história fantástica por si só, com patriotismo e senso de justiça pra americano nenhum botar defeito.
A produção é tocada pela DreamWorks e o roteiro será assinado pelo dramaturgo inglês Matt Charmann, em seu primeiro grande trabalho para o cinema. Ainda não data prevista para estreia nem mesmo para o início das filmagens, visto que tanto Hanks, quanto Spielberg, estão envolvidos em outros projetos mais adiantados. Aguardemos.