Pray vai além do gênero
O curta metragem Pray pode ser categorizado como terror, mas o termo não dá conta de todo o arcabouço conceitual e visual que a obra audiovisual exibe em seus quase quinze minutos. Dirigido por Claudio Ellovitch, o trabalho foi premiado em vários festivais, chamando atenção por sua estrutura sem diálogos. Com simbolismo carregado, jornada questionadora de um monge é narrada através de um monólogo, convidando o espectador a interpretar o carrossel de imagens oníricas e perturbadoras que desfilam pela tela.
Influência clara de Jodorowsky
É inegável que Claudio é influenciado pelo trabalho do chileno Alejandro Jodorowsky, responsável por filmes notáveis como El Topo e A Montanha Sagrada, um caminho hoje também trilhado pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn, do recente Demônio de Neon (aliás, a filmografia dele foi discutida por nossa equipe em um Formiga na Tela). A sinopse de Pray diz:
Mente e matéria: separados e depois unidos através de uma aterrorizante experiência religiosa traduzida em sete livros. Um poder: vindo de um lugar além do domínio da ciência e consciência transformado em objetos tangíveis para a humanidade. Quem irá controlar esta dádiva que pode facilmente se transformar em maldição? Será esse o fim de um longo ciclo na experiência humana?
Com a palavra, o diretor
Ao site 101 Horror Movies, Claudio Ellovitch falou sobre o processo de trabalho do curta:
O processo de filmar o curta aconteceu bem rápido. Sete diárias extremamente corridas e mais um oitavo dia para filmar miniaturas, detalhes e elementos para usar na composição final. Em cada dia foram gravados muitos planos (com set-ups complicados) e eu tive que fazer toda a ponte entre a fotografia, a arte e os efeitos no set simplesmente porque o conceito era tão autoral que não tinha como os demais profissionais seguirem somente por suas experiências anteriores e referências (…); o resultado foi muito próximo do que eu estava planejando filmar desde a pré-produção e “Pray” se tornou algo muito pessoal no sentido de que ninguém mais tomaria as decisões que eu tomei. Só tenho a agradecer a todos que trabalharam no filme confiando na minha visão e ao mesmo tempo executaram suas funções de forma muito artística e proficiente.
Finalizado em 2014, Pray tem uma página no Facebook e está disponível no Vimeo, com legendas em português. Confira essa interessante experiência audiovisual.