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Sobrenatural: A Última Chave – Assustadoramente bom!

Sobrenatural: A Última Chave acerta utilizando a moda oitentista

É nítido que o terror vem sendo mais valorizado nos últimos anos, ainda que a maioria das produções não seja digna de nota. Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key), quarto filme da franquia (confira aqui a crítica do terceiro exemplar) faz parte dessa nova leva, que tem um aspecto importante: bebe na fonte dos antigos filmes do gênero dos anos 1980. O próprio IT: A Coisa, remake recente do telefilme, já tem essa pegada mais leve e característica daquela década. Outros exemplos recentes são séries como Stranger Things (confira o podcast dedicado à sua segunda temporada) e Dark, da Netflix.

Crítica de Sobrenatural: A Última Chave

Sobrenatural: A Última Chave

No filme, que tem direção do jovem Adam Robitel em seu segundo longa-metragem, uma equipe de “caça-fantasmas” liderados pela paranormal Elise Rainer (Lin Shaye), volta à casa de sua infância. No local, ocorreram suas primeiras experiências espirituais e ela tem de enfrentar um monstro que a assombrava quando era criança.

A fórmula da equipe lembra com muito saudosismo (e até algumas referências claras, como o furgão) o clássico grupo de Scooby Doo. E aqui é que o filme se diferencia dos concorrentes como Corra! e a franquia Atividade Paranormal (cujo diretor já havia participado como roteirista de um dos filmes): Ele é leve, mesmo sendo um terror clássico.

Com um bom roteiro de Leigh Whannel, criador não apenas desta franquia, como também Jogos Mortais (confira a crítica do último lançamento), e especialista em terror, o ritmo é bem intenso, chegando às vezes a ser apressado (os personagens parecem mudar de humor rapidamente, como se não estivessem em uma situação de estresse e medo).

Narrativa independente dos outros filmes

Apesar disso, mesmo sendo o quarto filme de uma cinessérie, a história se sustenta sozinha, mesmo se o espectador não tiver visto os outros filmes, como é o meu caso. Os personagens principais têm seus dramas construídos durante a narrativa, de uma maneira sólida e que faz com que nos importemos com eles.

Os dois ajudantes da paranormal, Specs (vivido pelo próprio Leigh Whannel) e Tucker (Angus Sampsom), que insistem em uma piadinha infame com as palavras psychic (paranormal) e sidekicks (termo que designa o parceiro/ajudante de um protagonista), trazem tanto o alivio cômico quanto o lado romântico para a história.

Em matéria de sustos, até que são divertidos. Claro que não poderiam faltar os benditos Jump Scares, mas foram poucos e o diretor soube utilizar bem a antecipação como forma de suspense.

Crítica de Sobrenatural: A Última Chave

Não há muito o que comentar sobre a parte técnica. O elenco não tem grandes nomes, mas é competente. Destaque para Josh Stewart (Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), Bruce Davidson (do primeiro X-Men) e Spencer Locke (voz de Jane na animação Tarzan: A Evolução da Lenda). Fotografia e direção são simples e sem firulas. O som é bastante imersivo, como deve ser no terror.

O filme faz muitas referências ao gênero e menções aos casos dos outros filmes da própria franquia. Mas a parte mais interessante é que ele tem bons diálogos, com boa construção e paga todas as pistas deixadas pelo caminho. Isso é bastante gratificante para quem quer ver uma obra que compensa o tempo gasto.

É interessante pensar que o gênero possa renascer apenas voltando às suas origens. Sem grandes reviravoltas e apostando numa boa história para garantir o que ele se propõe, Sobrenatural: A Última Chave cumpre sua função primordial: Divertir. Pode assistir, sem sustos!

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